A moradora Elivânia Nogueira conta que sofre até para sair de casa. “Eu preciso sair com meu carro e tem vários caminhões na frente da garagem. Tenho que sair pedindo para os caminhoneiros, que às vezes vão para o bar para esperando a fila anda. Tenho que sair procurando as pessoas. Às vezes eu me atraso no trabalho por causa disso”, contou.

A situação acontece na rua 13 de julho, onde se forma a fila de embarque para a balsa. De acordo com a dona de casa, devido à falta de estrutura no local os motoristas abordam os moradores pedindo água e até para usar o banheiro nas casas.

A professora Nelzi Martins Costa reclama também que a grande quantidade pessoas desconhecidas causa insegurança na região. “Gera um grande fluxo de pessoas na rua que você não sabe. Esses dias alguém bateu aqui correndo, querendo entrar porque teve um assalto. Então, você fica inseguro. É o tempo inteiro com o cadeado no portão”, afirma.

Os problemas não param por aí. Com o trânsito intenso e grande número de caminhões, o asfalto não tem suportado e grandes crateras estão se formando na porta das casas. Para tentar amenizar o problema os próprios moradores colocaram pedras em alguns buracos.

“O asfalto não foi preparado para esse excesso de carga, cargas pesadas. Foi um asfalto de rua e não aguenta”, comenta o pedreiro José Luiz Pereira.

A balsa está funcionando desde fevereiro, quando a ponte foi interditada por causa de possíveis problemas estruturais. Só pedestres ciclistas e motos podem passar pela ponte. Os outros veículos precisam utilizar a balsa.

O fechamento da ponte também tem causado outros reflexos na cidade. Segundo a associação comercial, as vendas caíram quase 50% nos últimos meses. Algumas empresas fecharam e outras precisaram demitir funcionários.

Enquanto isso, os moradores ainda aguardam o resultado dos laudos sobre a real situação da ponte. O governo afirma que os primeiros resultados das perícias realizadas na estrutura devem ser divulgados a partir de junho. Até lá a ponte deve seguir fechada.

Em nota, a Ageto disse que vai solicitar a empresa responsável pela travessia da balsa que instale banheiros nas proximidades dos atracadouros. Além disso, solicitou à PM reforço na segurança do local.

Por fim, afirmou que um termo de cooperação entre o governo do estado e a Prefeitura de Porto Nacional está sendo finalizado para melhorar a estrutura das ruas impactadas pela obra.