O que se sabe sobre a megaexplosão que lançou ‘nuvem cogumelo’ no céu de Beirute; veja imagens

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  • Há 5 horas

Explosão no Líbano: os vídeos que mostram como a tragédia ocorreu

*Atualizada às 23h08 de 04/08

Uma forte explosão na região portuária de Beirute, capital do Líbano, deixou ao menos 78 mortos e 4 mil feridos nesta terça-feira (4/8), segundo o governo do país.

Conforme mostram vídeos e fotos que correram o mundo, a explosão produziu uma enorme nuvem em formato de cogumelo e, depois, provocou enorme destruição na cidade, com incêndios, prédios balançando e vidros e carros quebrados a dezenas de metros do local. Aparentemente, diversos edifícios sofreram danos estruturais.

A explosão pôde ser ouvida a 240 km de distância, na ilha de Chipre, no Mediterrâneo.

As causas ainda não foram totalmente esclarecidas, mas segundo o ministro do Interior libanês, Mohammed Fehmi, materiais explosivos que eram armazenados no porto de Beirute podem ter provocado o acidente.

Bombeiros tentam apagar fogo em área de explosãoDireito de imagemREUTERS
Image captionA explosão aconteceu na área portuária da cidade

Após uma reunião de emergência, o presidente do país, Michel Aoun, publicou nas redes sociais que 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio, um material altamente explosivo, eram guardados de forma insegura em um armazém da região. Um inquérito sobre isso foi instaurado.

O presidente declarou também três dias de luto e um fundo emergencial no valor de 100 bilhões de liras (cerca de R$ 350 milhões).

Um jornalista da BBC que esteve na região atingida relatou um cenário desolador, com corpos na rua e tamanha destruição que interrompeu as atividades do porto.

O ministro da saúde do Líbano, Hamad Hasan, declarou que o estrago causado pelo acidente foi extenso. Hospitais estão recebendo dezenas de pessoas atingidas pela explosão.

Um médico do hospital St. Joseph, a menos de 2km da explosão, disse ao jornal britânico The Guardian que dezenas de pessoas que estavam sendo trazidas para serem tratadas não puderam ser atendidas porque o hospital tinha sido destruído.

“Estão trazendo pessoas, mas não podemos tratá-las. Estão deixando-as fora, na rua, porque o hospital está destruído, o Pronto Socorro foi destruído”, disse ele.

A Cruz Vermelha no Líbano, por sua vez, disse que está recebendo milhares de chamadas em seu número de emergência e pediu para que apenas telefonem em casos graves.

Contexto de tensão no país

A explosão ocorre em um país com contexto já delicado, incluindo a pior crise econômica desde a guerra civil de 1975-1990.

A situação traz à tona divisões profundas da sociedade libanesa, com muitos culpando a elite dominante na política de acumular riquezas em detrimento de realizar as amplas reformas para resolver os problemas do país.

Faz parte da rotina de boa parte da população cortes diários de energia, falta de água potável e acesso limitado à saúde pública.

A pandemia de coronavírus colocou o sistema de saúde sobre pressão ainda maior, somada agora à chegada de milhares de feridos pela explosão nos hospitais da cidade.

Na semana passada, também houve um episódio tenso envolvendo a fronteira com Israel, que afirmou ter desarmado uma tentativa do Hezbollah, baseado no Líbano, de se infiltrar no território israelense. Em conversa com a BBC, porém, uma autoridade israelense afastou a possibilidade de que seu país pudesse ter alguma conexão com a explosão de Beirute.

O ocorrido nesta terça-feira vai ao encontro ainda de outro episódio sensível no país. A explosão aconteceu perto de onde um massivo atentado a bomba matou o ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 2005. É esperado para os próximos dias o veredicto de um julgamento de quatro homens acusados de orquestrar o ataque.

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