A PF não pode virar polícia política, André Mendonça

A PF não pode virar polícia política, André Mendonça

A PF não pode virar polícia política, André Mendonça

Se não é liberticida de coração, o ministro da Justiça, André Mendonça, está bancando sê-lo. Como noticiamos há pouco, a Polícia Federal, que está sob o guarda-chuva da sua pasta, incluiu Ricardo Noblat no mesmo inquérito que investiga comentários idiotas de Guilherme Boulos nas redes sociais sobre Jair Bolsonaro. Em 27 de março, Noblat comentou no Twitter: “Do jeito que as coisas vão, cuide-se Bolsonaro para que não apareça outro louco como o Adélio”. O jornalista estaria sugerindo que as pessoas deem facadas no presidente, segundo a livre interpretação do deputado José Medeiros, do Podemos, usada pela PF para partir para cima de Noblat.

O jornalista, que já é alvo de outro inquérito por ter compartilhado uma charge de Aroeira ironizando o comportamento de Bolsonaro na pandemia, disse ao UOL:  “Eu fiz o comentário na sequência de um outro comentário que alguém tinha colocado e eu interpretei como um sinal de ameaça. Eu só comentei aquele tuíte que tinha aparecido. Não estava instigando coisa nenhuma. Eu estava dizendo que tem louco para tudo.”

Tem mesmo. Tem louco até para colocar a Polícia Federal para perseguir jornalistas. Mas é loucura com método, assim como na época em que Lula era presidente da República. Durante o governo petista, a polícia não era usada contra o varejo — comentários e opiniões –, mas diretamente contra o atacado, as reportagens sobre escândalos de corrupção e assemelhados. No governo de Jair Bolsonaro, o objetivo é intimidar a imprensa no varejo, para tentar evitar o atacado. Em ambos os casos, a principal vítima é a Constituição.

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