Atualizada ás 11:10

Em torno de quatro mil pessoas manifestantes se dirigiram à Avenida JK, em Palmas, na manhã desta sexta-feira, 14, para protestarem contra a Reforma da Previdência e os cortes da Educação. A caminhada seguiu em direção ao Palácio Araguaia. A greve geral dos trabalhadores ocorre em todo País.

Pelo trajeto, carros de som, faixas e palavras de ordem foram ditas à população. A intenção dos protestantes era transmitir à população os prejuízos dos cortes de verba na educação e também as consequências se a reforma for aprovada. “De início os cortes são na educação superior, mas também vão acontecer na educação básica e temos que nos posicionar sobre isso. Estes cortes representam o fim dos cursos, bolsas de estudo e o desmonte do sistema público de da educação”, ressalta o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Roque.

O representante ainda mencionou que a população luta para que as pessoas tenham direito à aposentadoria. Entre as pautas também estava à cobrança do pagamento da Data- Base dos servidores do Estado.

“Estamos na rua pra dizer não à capitalização da aposentadoria. Não aceitamos os cortes na educação. É fundamental dizer que o povo não concorda com o fim dos nossos direitos. Hoje é um dia nacional de luta, dos direitos e da garantia da aposentadoria. A reforma acaba com a aposentadoria, por isso somos contra a reforma no que tange o fim da previdência universal, social solidária. Eu estou na ativa e estou apagando a aposentadoria de quem está aposentado, se isso acabar entramos na capitalização, que torna a aposentadoria individual para cada trabalhador e trabalhadora, decisão que não deu certo no mundo inteiro até hoje”, acredita.

O dirigente do Sindicato Federal da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (Sinasefe), Klaus Laino, aposta que a sociedade precisa se unir porque o governo apresenta pautas que reduz os direitos do povo. “O governo está querendo dos mais pobres para beneficiar principalmente os bancos. É importante que a sociedade se mobilize para cobrar desse governo políticas públicas socialmente válidas. Até o momento não teve nenhuma pública voltada para a geração de emprego”.

Fisco

Já o presidente do Sindifiscal, João Paulo Coelho, mencionou que o fisco tem um papel fundamental de arrecadação e o principal foco é aumentar os recursos. Por este motivo, segundo ele, da forma que a Reforma da Previdência foi apresentada, vai inviabilizar o sistema previdenciário. “Isso entende que mais importante do que a Reforma da Previdência é a Reforma Tributária, que é a possibilidade de trazer para os cofres públicos um aumento de arrecadação da ordem de mais de R$1 trilhão, muito maior do que se pretende conseguir com a reforma da previdência”, acredita.

População

Junto com a família no protesto, o funcionário público Samuel dos Reis Viana diz que a população quer uma previdência que não tira o direito do servidor de aposentador. “Os trabalhadores nunca tiveram privilégios, o salário é pouco e quando chegamos na hora de aposentar, ainda não conseguimos? Também queremos garantir o direito das pessoas de estudarem, por isso estamos aqui”.

Instituições federais de ensino

Também nesta sexta-feira, por volta das 8 horas, estudantes e professores fecharam os portões da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em Palmas em adesão à greve geral. Posteriormente, os manifestantes se juntaram a outros na Avenida JK.  Também houve escolas estaduais e municipais que aderiam ao movimento. Já o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), estava funcionando pela manhã.

Seduc

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou, através de nota, que até o momento as aulas estão sendo ministradas normalmente, enquanto que na cidade de Dianópolis, localizada a 342 km de Palmas, uma unidade escolar, na cidade sede da Diretoria, aderiu à paralisação.

A pasta ainda disse que continua fazendo um monitoramento junto às Diretorias Regionais de Educação (DREs) quanto à adesão das unidades escolares da rede e que respeita o direito à paralisação dos profissionais da educação, mas reforça que o calendário escolar precisa seguir a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, que determina o cumprimento de 200 dias letivos. “Desta forma, o dia letivo que não for cumprido deverá ser reposto, conforme calendário específico a ser elaborado por cada unidade de ensino”, completa a nota.

Município

A Prefeitura de Palmas também informou, através de nota, que algumas escolas da rede municipal de Educação alteram o funcionamento nesta sexta-feira, 14, devido à paralisação.

Ainda segundo o órgão, quanto ao serviço de transporte público, a gestão municipal não foi informada sobre nenhuma ordem para redução da frota por parte do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Palmas (Seturb), e o sistema deverá funcionar normalmente.