A apreensão do PT com o pacote bilionário de Bolsonaro Preocupados com a possibilidade de recuperação do rival, Lula e aliados se preparam desde já para uma disputa em dois turnos

A apreensão do PT com o pacote bilionário de Bolsonaro
Preocupados com a possibilidade de recuperação do rival, Lula e aliados se preparam desde já para uma disputa em dois
turnos
Por Daniel Pereira 3 jul 2022, 12h13
O PT não fez oposição até agora ao pacote bilionário lançado por Bolsonaro a fim de turbinar a sua campanha à
releição. O partido achou melhor não contestar as medidas anunciadas pelo presidente porque elas, na prática,
repassam recursos a nichos do eleitorado que enfrentam dificuldades para pagar as suas contas. O próprio
aumento do valor do Auxílio Brasil de 400 reais para 600 reais, que deve ser oficializado em breve, era
defendido pelos petistas desde o ano passado como forma de desgastar e pressionar o mandatário.
De mãos atadas, restou à legenda chamar o pacote de “ato de desespero” e coisas do tipo, sem entrar no mérito
do que foi feito. “O que o Bolsonaro sabe é que o problema dele não é urna eletrônica, o problema dele chama-se
povo brasileiro. É por isso que ontem ele mandou várias medidas para dar dinheiro, aumentar auxílio
emergencial, aumentar vale-gás, auxílio para motoristas. Tudo bem, acho que o povo tinha que pegar o
dinheiro”, declarou Lula numa entrevista a rádio na sexta-feira, 1. “Mas não é isso que resolve o problema,
porque tudo isso vai acabar em dezembro. Na verdade, o projeto que ele mandou é um projeto eleitoral. Ele acha
que pode comprar o povo”, acrescentou o ex-presidente.
Há entre os petistas o temor de que o pacote ajude Bolsonaro a ganhar terreno entre os eleitores mais pobres e
as mulheres, que até aqui dão larga vantagem a Lula. O partido insistirá na campanha na tese de que Bolsonaro
não é a solução para os problemas econômicos, mas a causa deles, e que estaria agora abrindo os cofres numa
tentativa derradeira de atenuar um sofrimento do qual seria responsável. “É um ato de desespero de quem já se
Preocupação. Campanha de Lula teme que Bolsonaro ganhe terreno entre os eleitores mais pobres com as medidas anunciadas Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Comentários
você pode gostar também