A expertise de Moraes em crimes cibernéticos: do hacker às fake news

A expertise de Moraes em crimes cibernéticos: do hacker às fake news

Antes de chegar ao Supremo, ministro ganhou a confiança de Temer ao capturar um criminoso que havia invadido o celular da ex-primeira-dama

Por Eduardo Gonçalves – Atualizado em 28 maio 2020, 14h38 – Publicado em 28 maio 2020, 13h37

 

Em 2016, ano da votação do impeachment de Dilma Rousseff, o então secretario de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, conduziu uma investigação para identificar e punir um hacker, que estava chantageando o então vice-presidente, Michel Temer, com mensagens do celular de sua esposa, Marcela. Contando com uma equipe especializada da Polícia Civil de São Paulo, a operação foi concluída com discrição e eficiência: o hacker foi preso e condenado a cinco anos de prisão. E Moraes ganhou a confiança de Temer, que assumiu a Presidência da República e o indicou para o Ministério da Justiça e depois para o Supremo Tribunal Federal.

Agora, como ministro do Supremo, Moraes conta novamente com uma equipe especializada – formada inicialmente pelos delegados da Polícia Federal Igor Romário de Paula e Alberto Ferreira Neto e um delegado da Polícia Civil de São Paulo, Maurício Martins da Silva – para apurar as denúncias sobre uma suposta rede de fake news financiada por empresários bolsonaristas. Igor Romário foi coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba; Ferreira Neto é da divisão especialista em crimes fazendários, e Maurício Martins pertence ao departamento de inteligência da polícia paulista. Em abril, Moraes baixou uma decisão para blindar os delegados da PF que atuavam no inquérito, após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro sair do cargo acusando o presidente de tentar interferir politicamente na corporação.

Em 2016, a investigação contra o hacker foi feita com engenhosidade. A polícia rastreou o local da onde vinham as mensagens e chegou ao criminoso por meio de sua mulher. Para evitar o vazamento das informações, os nomes citados nos depoimentos do criminoso foram substituídos por codinomes. Por exemplo, Marcela virou “Mike”.

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