Análise: os fantasmas da eleição assombram o Tocantins

Análise: os fantasmas da eleição assombram o
Tocantins
17/03/2020 – 09:42
A Operação Assombro, na qual o Superior Tribunal de Justiça (STJ) expediu autorização para a
Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) cumprirem 14 mandados de busca
e apreensão em órgão estaduais — como a Secretaria da Administração (Secad), Gabinete do
Governador Mauro Carlesse (DEM) no Palácio Araguaia –, em endereços do Governador na
Capital e fazenda em Dueré, é prova que as investigações desencadeadas pelos deltas da Polícia
Civil na Operação Catarse estavam corretas e tinham alvo certo.
Não à toa os mesmos deltas da Civil se tornaram alvo de tanto contravapor em novembro de 2019
com as remoções que desmantelaram todas as investigações contra corrupção no Tocantins.
A condução do STJ, da PGR que desencadeou a operação da Polícia Federal joga por terra a
soberba do governo estadual, de seus aliados e da blogagem alinhada.
Não se está a dizer que há culpa do governador, mas que a apuração conduzida pelos deltas que o
alcançaram seguiu os parâmetros legais. Repare que o mesmo STJ havia determinado o
arquivamento de uma das investigações na primeira instância da Justiça Estadual, deu
prosseguimento na apuração dos atos do governo estadual por alcançarem a gestão do governador
Mauro Carlesse. Com isso, validou as fases e diligências realizadas pelos deltas da Civil e as novas
passaram para Polícia Federal.
Agora, o que se pergunta no âmbito da Secretaria da Segurança Pública (SSP) é como se portará um
delta da Polícia Federal em um governo que passa por uma devassa da Polícia Federal? E uma
operação destinada a concluir uma investigação da Polícia Civil interrompida pelo próprio governoalvo ao promover a rodo a remoção dos deltas da Civil?
Será se agora irão remover os delegados da Polícia Federal que estão na Operação Assombro?
Se os desdobramentos da investigação da PF e PGR trarão consequências ou se serão açaí na tigela,
como se diz, só após a conclusão dos trabalhos.
Espera-se que a apuração ao menos revele se, de fato, houve uso dos “fantasmas” durante as
eleições. O que não é pouco para um estado que já assistiu à cassação de um mesmo governador por
17/03/2020 Análise: os fantasmas da eleição assombram o Tocantins
https://www.jornaldotocantins.com.br/editorias/politica/antena-ligada-1.1694939/análise-os-fantasmas-da-eleição-assombram-o-tocantins-1.2016112 2/2
duas vezes por fraudes em eleições.
Mas a tese da Catarse, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) refutou ao julgar a Ação de Investigação
Eleitoral (AIJE) contra o governador e seu vice, Wanderlei Barbosa, que está em grau de recurso no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E que terá de se debruçar agora ao julgar a Aime (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo) do
candidato derrotado ao governo, o promotor aposentado César Simoni e da Procuradoria da
República no Tocantins. A AIME de Simoni tem os depoimentos de mais de horas de delegados da
Polícia Civil, sobre os fantasmas. Saberemos quando o relator, Marco Villas Boas, pautar o caso
para julgamento.
Enquanto isso, o corruptômetro marca 4 meses e 12 dias sem operação da Polícia Civil contra
corrupção no Tocantins desde o desmantelamento das divisões que investigavam corrupção

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