Antidepressivos: para que servem, tipos e efeitos colaterais

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Antidepressivos: para que servem, tipos e efeitos colaterais

Conheça os nomes e precauções ao tomar remédios antidepressivos; veja também alternativas naturais que substituem os medicamentos

O que são antidepressivos

Antidepressivos são todas e quaisquer formas de tratar um estado depressivo, ou seja, eles atuam no controle de neurotransmissores do sistema nervoso central.

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Popularmente, são denominados como antidepressivos os remédios psiquiátricos que combatem transtornos como depressãoansiedadehiperatividadeesquizofreniadistúrbio do sono, entre outros. Contudo, até mesmo atividades físicas e terapias naturais são considerados antidepressivos.

Como funcionam os remédios antidepressivos

Os fármacos antidepressivos agem como guias dos neurônios, indicando a quantidade correta que deve permanecer no organismo, inibindo sintomas da depressão e capturando substâncias do bem-estar, como serotoninadopamina e noradrenalina.

Antidepressivos curam a depressão?

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Apesar do nome, os medicamentos antidepressivos não curam a depressão ou doenças relacionadas, apenas auxiliam em seu tratamento. A depressão tem diversas facetas que não serão curadas, mas que podem ser tratadas e harmonizadas.

Quadros mais leves ou com episódios únicos de depressão costumam apresentar uma melhora significativa com o uso de antidepressivos, caminhando para uma possível cura.

Já em casos mais recorrentes e graves, é necessário um tratamento mais duradouro e completo. Porém, os remédios também servem como um auxílio no controle da doença.

Isso quer dizer que antidepressivos não são remédios para a felicidade. Eles são medicações que devem ser prescritas e inibem alguns dos sintomas da depressão.

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Tipos de remédios antidepressivos

Cada pessoa reage de uma forma a um mesmo antidepressivo, sendo comum a troca de medicamentos até que o médico encontre o melhor para cada paciente.

Portanto, existem diferentes tipos de remédios antidepressivos, com ações que variam conforme a necessidade analisada pelo psiquiatra.

Os antidepressivos mais comuns são:

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)

Hoje, a maioria dos antidepressivos receitados por psiquiatras são do tipo ISRS. Como o nome sugere, estes medicamentos inibem a recaptação da serotonina; ou seja, permitem que a quantidade de substância captada por demais neurônios aumente.

A falta da ação da serotonina pode resultar em: ansiedade, baixa autoestima, compulsão alimentar, depressão, fadiga, falta de atenção, impaciência, mau humor e irritabilidade.

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Os medicamentos ISRS costumam não apresentar efeitos colaterais como os demais tipos de antidepressivos; porém, são mais ineficazes em casos de depressão profunda.

Principais ISRS:

Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina (ISRN)

Bem como os ISRS, os inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina (ISRN) auxiliam no aumento de noradrenalina captada pelos neurônios.

Os ISRN costumam ser prescritos por psiquiatras quando pacientes não respondem bem ao tratamento com inibidores seletivos da recaptação de serotonina.

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Principais ISRN:

Inibidores seletivos de recaptação da serotonina e noradrenalina (ISRSN)

Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina e noradrenalina agem na elevação da captura de serotonina e noradrenalina pelo cérebro. Não têm efeito, portanto, nos níveis de dopamina.

Esses remédios têm ação semelhante aos antidepressivos tricíclicos, mas com um índice menor de efeitos colaterais possíveis.

Principais ISRSN:

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Inibidores seletivos da recaptação de dopamina (ISRD)

Além dos antidepressivos que agem sobre a serotonina e a noradrenalina, há ainda os inibidores seletivos da recaptação de dopamina (ISRD).

Estes medicamentos costumam ser prescritos em casos de efeitos colaterais com ISRS, ou seja, com o aumento de serotonina. Um exemplo de uso é em casos de pessoas que sofrem com ejaculação retardada.

Principais ISRD:

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Inibidores da monoaminoxidase (IMAO)

Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) são considerados antidepressivos bastante completos, pois atuam na maior disponibilidade de serotonina, noradrenalina e dopamina.

No entanto, seus efeitos podem ser irreversíveis. Isso porque os IMAOs interagem também com a tiramina, substância presente em carnes, queijos e bebidas alcoólicas. A combinação de IMAOs com a tiramina pode resultar em hipertensão e até mesmo morte.

Principais IMAO:

Antidepressivos tricíclicos (ADT)

Os antidepressivos tricíclicos aumentam os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. A dopamina também é elevada, porém, em menor quantidade.

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São considerados os primeiros antidepressivos do mundo, descobertos no final da década de 1950. O uso constante ou descontrolado de ADTs apresenta efeitos colaterais indesejáveis, que vão desde tremores até óbito.

Atualmente, cerca de 70% das pessoas com depressão utilizam antidepressivos tricíclicos em seus tratamentos. O restante não apresenta resposta aos medicamentos, necessitando de outra classe de antidepressivos.

Principais antidepressivos tricíclicos:

Antidepressivos tetracíclicos (ADTC)

Desenvolvidos em 1970, os antidepressivos tetracíclicos são uma evolução dos tricíclicos, com menos efeitos colaterais. São utilizados como uma alternativa a pacientes que não respondem bem a tratamentos com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) ou inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina (ISRN).

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Este tipo de antidepressivo tem efeito sedativo e analgésico, o que pode causar sonolência e potencializar efeitos do álcool. Por isso, sua combinação com bebidas alcoólicas é perigosa, resultando em taquicardiaconvulsão alucinações.

Principais antidepressivos tetracíclicos:

Antidepressivos atípicos

Os antidepressivos atípicos são aqueles que não se caracterizam como tricíclicos, ISRS ou IMAO. Por isso, alguns dos medicamentos desse tipo também se encaixam em demais classificações, como ADTC, ISRD, ISRN e ISRSN.

Alguns remédios desse tipo aumentam a transmissão de noradrenalina e regulam a interação dos neurônios com a serotonina. Outros elevam a disponibilidade de serotonina e noradrenalina.

Há ainda medicamentos que reduzem a sensibilidade dos receptores dessas substâncias; e existem também os que induzem a recaptação pelos neurônios específicos do cérebro.

Costumam apresentar efeitos rápidos, com melhoras dos sintomas de depressão já entre o terceiro e quinto dia de tratamento.

Antidepressivos melatoninérgicos

Apenas um medicamento atualmente se encaixa na categoria de antidepressivos melatoninérgicos: a agomelatina.

A descoberta deste medicamento é de 2013. Observou-se que o remédio é capaz de, por meio da recaptação da melatonina, regular os ritmos biológicos do cérebro.

Pesquisas relacionadas a este antidepressivo ainda estão sendo realizadas. O que se sabe até o momento é que a substância reduz a incidência de recaídas em pacientes com depressão, além de ter um efeito rápido sobre os sintomas da doença.

Antidepressivos serotoninérgicos

Bem como ocorre no tipo de antidepressivos melatoninérgicos, na categoria de antidepressivos serotoninérgicos há somente um medicamento até então: a vortioxetina.

Estudos sobre novos antidepressivos têm se tornado cada vez mais comuns. Por isso, em 2018, foi descoberto o efeito da vortioxetina em pacientes com depressão.

O medicamento tem efeito semelhante aos ISRS, de forma a inibir a recaptação da serotonina e, assim, aumentar sua disponibilidade no organismo de pacientes. Porém, seus efeitos colaterais são menores, principalmente no âmbito sexual.

Tratamentos e quando tomar

Atenção: remédios antidepressivos apenas devem ser tomados a partir de prescrição realizada por médico psiquiatra, após o diagnóstico do quadro depressivo. Além disso, o tratamento medicamentoso é somente uma das abordagens para combater a depressão.

O médico Caio Pinheiro, psiquiatra da Cia. da Consulta, comenta que os efeitos dos remédios antidepressivos são bastante individuais, variando para cada paciente e medicamento.

Porém, o especialista esclarece que os sinais de melhora do quadro depressivo surgem de forma mais consistente a partir de três semanas após o início da medicação.

Nunca se automedique ou interrompa o uso dos medicamentos sem antes consultar seu psiquiatra. Somente este profissional pode indicar o tratamento mais adequado, bem como sua dosagem e duração.

Siga sempre as orientações de seu médico e leia a bula.

Por quanto tempo tomar antidepressivos?

O uso de remédios antidepressivos pode durar a vida toda, uma vez que a depressão é uma doença crônica e sem cura – como a diabetes, por exemplo.

Devido a isso, cada caso deve ser investigado e acompanhado de forma individual. Somente o psiquiatra pode indicar o melhor momento de desmame dos medicamentos para, então, fazer sua retirada.

Luis Felipe Costa, presidente do Conselho Científico da Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), fala em 18 meses como o período médio para realizar o tratamento medicamentoso, pensando em um primeiro episódio de depressão e pontual.

Apenas após este período é de se pensar em uma retirada gradual do medicamento. Entretanto, ele alerta que, se o paciente tiver episódios de depressão recorrentes e graves, de fato, o tratamento deve ser contínuo.

Principais antidepressivos: nomes

Confira os nomes dos antidepressivos mais conhecidos, organizados em ordem alfabética, junto a suas nomenclaturas comerciais e tipos:

Nome do remédio antidepressivo Nomes comerciais Tipo de antidepressivo
Agomelatina Valdoxan Melatoninérgico
Amitriptilina Tryptanol, Amytril, Neurotrypt ADT
Clomipramina Anafranil ADT
Desipramina Norpramin ADT
Desvenlafaxina Zodel, Andes, Deller, Desve, Elifore, Imense, Pristiq, Indefa ISRSN
Doxepina Sinequan, Zonalon ADT
Duloxetina Cymbalta ISRSN
Escitalopram Eficentus, Decipax, Escilex, Espran, Lexapro, Mind, Exodus ISRS
Fenelzina Nardil IMAO
Fluoxetina Prozac ISRS
Fluvoxamina Luvox ISRS
Imipramina Tofranil, Imipra ADT
Isocarboxazida Marplan IMAO
Nortriptilina Pamelor ADT
Paroxetina Pondera, Aropax ISRS
Sertralina Zoloft ISRS
Tranilcipromina Parnate IMAO
Venlafaxina Efexor XR, Alenthus XR, Venlift OD, Efexor XR, Venlaxin ISRSN
Trazodona Donaren, Donaren Retard, Loredon ADTC
Vortioxetina Brintellix Serotoninérgico

Precauções

Respeite rigorosamente as indicações de uso, doses e horários indicados pelo psiquiatra para tomar os medicamentos antidepressivos receitados.

Luis Costa chama a atenção para combinações perigosas, que podem acelerar e aumentar os efeitos colaterais dos remédios, como:

Efeitos colaterais

Os antidepressivos têm como principal objetivo melhorar a qualidade de vida de pessoas com depressão. Para isso, seus principais efeitos esperados são:

  • Melhora do humor
  • Regulação do sono
  • Retomada do prazer na vida
  • Diminuição de ideias obsessivas
  • Regulação do apetite
  • Melhora na concentração
  • Aumento da disposição
  • Melhora no convívio social
  • Redução de irritabilidade
  • Promoção de bem-estar

Contudo, como toda e qualquer medicação, é possível que alguns pacientes apresentem certas complicações. Os efeitos colaterais mais comuns com o uso de antidepressivos são:

Ao perceber qualquer um destes sintomas listados acima, procure seu médico.

Perigos da superdosagem

Psiquiatra do Hospital Albert Einstein, Luis Felipe confirma que “não existem reais perigos quando os antidepressivos são indicados e tomados sob supervisão de um médico especialista”.

Diante disso, os perigos são presentes exclusivamente quando as orientações médicas não são seguidas. Como é o caso da superdosagem (tomada de medicamentos em excesso, para além do prescrito), que pode resultar em:

Contraindicações

O uso de remédios antidepressivos deve ser conversado e prescrito por um psiquiatra, que avaliará se há restrições para cada paciente.

De forma geral, o psiquiatra Luis Felipe Costa diz que a utilização destes medicamentos costuma ser contraindicada para pessoas com:

Alimentos antidepressivos

Para quem busca por alimentos antidepressivos, o ideal é optar pela dieta mediterrânea. A recomendação é de Sônia B. Coutinho, nutricionista e mestre em Gerontologia Biomédica.

Os principais alimentos antidepressivos desta dieta são:

A especialista comenta que a dieta mediterrânea previne e auxilia o tratamento de depressão, pois seu cardápio é rico em ômega 3vitaminas CB1, B9 e B12, e minerais como zinco, magnésio e ferro.

Os grãos integrais, bem como as frutas e vegetais, são ricos em fibras, que vão melhorar a composição da flora intestinal. Ou seja, favorecem o crescimento de bactérias boas no nosso intestino. Com isso, a absorção dos nutrientes se torna mais eficaz, resultando num melhor funcionamento cerebral.

Por sua vez, o ômega 3, presente principalmente nos peixes, atua na massa cinzenta do cérebro, facilitando a comunicação dos neurônios.

Dieta equilibrada x Depressão

Apesar de existir a relação de uma dieta balanceada com a redução dos sintomas da depressão, Sônia alerta que “não podemos afirmar que os alimentos substituem os medicamentos antidepressivos”.

A alimentação vai atuar somente como prevenção e melhora do tratamento, pois a depressão é uma doença crônica, sem cura.

Alimentos que pioram a depressão

Se por um lado há alimentos antidepressivos, por outro há também uma variedade de produtos que podem acelerar ou mesmo agravar os sintomas da depressão.

São o caso de alimentos:

  • Fast food
  • Industrializados
  • Multiprocessados
  • Ricos em gorduras saturadas e hidrogenadas
  • Ricos em açúcares
  • Ricos em sal (sódio)

Como exemplo, a nutricionista Sônia B. Coutinho cita biscoitos, bolos, salgadinhos, hambúrgueres e batata frita.

“Uma grande parte da população não tem uma alimentação equilibrada. Consequentemente, esses alimentos industrializados acabam fazendo parte do hábito alimentar substituindo, muitas vezes, o próprio almoço – que deveria ser uma refeição básica, constituída por arroz, feijão, salada e uma fonte de proteína, como carne, peixe, frango ou ovos”, ressalta.

Ela recomenda que busquemos uma alimentação o mais natural possível, cozinhando em casa e indo à feira para adicionarmos mais vegetais, legumes e frutas frescas na dieta.

Antidepressivos naturais

Tratar a depressão é um processo complexo. Por isso, ter uma ação limitada, como apenas tomar medicamentos antidepressivos, pode não ser suficiente.

Como solução, o ideal é que diversas atitudes sejam combinadas. Um excelente exemplo é o uso de remédios junto com a prática de psicoterapia e atividades físicas.

Chá antidepressivo

A nutricionista Sônia B. Coutinho afirma que plantas com propriedades medicinais realmente podem ajudar na saúde mental. Por isso, elas podem ser alternativas terapêuticas no combate à depressão e consumidas em forma de chá.

“Essas plantas possuem componentes que atuam no sistema neural, aliviando os transtornos de humor, controlando a ansiedade e podendo atuar como antidepressivos”, explica.

Dentre as plantas, fervidas em chás, que podem ser usadas como antidepressivos estão:

  • Alecrim: planta rica em polifenóis e flavonoides, que têm benefícios para o sistema neuronal.
  • Capim-cidreira, capim-santo e capim-limão: possuem efeito calmante.
  • Erva-de-São-João: estudos mostram que essa erva tem como componente a hipericina, que atua como uma substância antidepressiva.
  • Melissa: possui propriedade calmante e é conhecida popularmente por sua “água de melissa”.

Cuidado: no caso de gestantes, sempre é importante perguntar ao médico sobre o uso de plantas medicinais, pois algumas não são indicadas na gravidez.

Exercício físico

A procura por formas alternativas e naturais para tratar a depressão tem sido tema de diversos estudos publicados em periódicos científicos.

Uma das pesquisas, divulgada no The American Journal of Psychiatry, aponta que a realização regular de atividades físicas traz menores riscos de depressão futura. Isso ocorre mesmo em baixos níveis de exercícios (como 30 minutos, três vezes por semana) e independentemente da intensidade.

A análise conclui que mais de 12% dos casos de depressão poderiam ter sido evitados se todas as pessoas tivessem praticado, ao mínimo, uma hora de exercícios semanalmente.

Portanto, o cuidado com o corpo vai além da vaidade e da prevenção de doenças: ele pode resgatar o bem-estar, trazendo uma melhor qualidade de vida ao reduzir as taxas de estresse e ansiedade.

Além disso, a atividade física é capaz de ativar hormônios do prazer no cérebro, como a endorfina e os endocanabinoides – substâncias que provocam euforia imediata.

Homeopatia

Por outro lado, temos a homeopatia, que busca tratar as causas da doença e não somente os sintomas. Cada remédio é feito com ingredientes naturais e oferecido de forma individualizada ao paciente, após uma consulta com o médico homeopata. É comum que o profissional faça uma série de perguntas sobre sua vida para, então, prescrever a fórmula do medicamento.

Cientistas brasileiros decidiram verificar a resposta da medicina homeopática em pacientes com depressão. Após sete semanas de tratamento, os cientistas descobriram que a homeopatia, de fato, pode ser uma alternativa para o combate à depressão. Dos 15 casos estudados, houve uma redução de 50% nos sintomas de depressão de 14 voluntários.

Resultados sugerem que novos estudos precisam ser feitos para reforçar a segurança do tratamento homeopático em quem sofre da doença. Porém, os primeiros apontamentos já são bastante animadores.

Alternativas aos antidepressivos

Como alternativa ao uso de remédios antidepressivos, os médicos também podem optar por estimulação magnética transcraniana, estimulação por corrente contínua ou a eletroconvulsoterapia (ECT).

A última é um tratamento não-farmacológico usado em casos em que os pacientes não respondem bem a medicamentos antidepressivos. Ou seja, é indicado exclusivamente para quadros graves de depressão.

Spray nasal

Pesquisadores da Bahia têm desenvolvido um medicamento em forma de spray nasal para tratamento de pacientes com depressão e risco de suicídio. Análises têm indicado ação imediata no controle de sintomas.

O fármaco é feito à base de cetamina, substância anteriormente usada como anestésico e analgésico. A pesquisa é conduzida pelo Serviço de Psiquiatria do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia.

A proposta é de que o spray seja indicado para quadros depressivos graves e que tiveram falhas no uso de outros remédios.

O produto está em fase de testes e aguarda autorização de órgãos de saúde internacionais e nacionais para liberação no mercado.

Dúvidas sobre remédios antidepressivos

Combinar antidepressivos e álcool é perigoso?

O ideal é evitar a combinação de antidepressivos com álcool, segundo o psiquiatra Caio Pinheiro. O álcool é tóxico aos neurônios e ao fígado, e afeta o funcionamento cerebral. Esses efeitos podem ser aumentados a partir da reação com medicamentos antidepressivos.

Além disso, “existem diversos fatores com possível influência nessa interação, como o tipo de medicação, a capacidade da pessoa de metabolizar o álcool ou a medicação, a quantidade de álcool ou medicações ingeridas em cada caso”, afirma o médico.

É função do psiquiatra identificar os riscos referentes ao uso das medicações e a ingestão de álcool em cada paciente. Uma pessoa tratada com antidepressivo mais estruturado, que esteja estável e não tenha problemas hepáticos, pode consumir doses de álcool de forma mínima e ocasional – como uma taça de vinho de vez em quando.

Há remédios antidepressivos que emagrecem?

Remédios antidepressivos não emagrecem. Contudo, seus efeitos diante do quadro individual do paciente podem ocasionar a perda de peso.

Isso porque algumas medicações antidepressivas podem causar a inibição do apetite, o que tende a ocasionar queima de gordura. Já outros pacientes reduzem a compulsão alimentar, que pode ser um sinal da depressão, a partir do tratamento medicamentoso.

Apesar de algumas pessoas procurarem antidepressivos para combater a obesidade, tais medicações não são indicadas por médicos para esta finalidade.

Posso tomar antidepressivos para dormir?

Alterações do sono são comuns em pessoas que sofrem de depressão. Para isso, existem medicamentos específicos para auxiliar no sono, que são antidepressivos.

Há também remédios que têm a sonolência como efeito colateral. Caso o paciente tenha insônia e depressão, o remédio pode ser prescrito para uso noturno, auxiliando-o a retomar o sono, além de tratar a doença psiquiátrica.

Existem antidepressivos para enxaqueca?

Sim, muitos medicamentos, por melhorarem a estabilidade e funcionamento do sistema nervoso central, minimizam as crises de enxaqueca. Mas nem todos funcionam assim.

Em alguns casos, é preciso combinar estabilizadores de humor com remédios antidepressivos para amenizar a enxaqueca – especialmente quando ela está associada a quadros de depressão.

Vale lembrar que enxaqueca e dor de cabeça são doenças distintas e não devem ser confundidas nestes casos.

Antidepressivos na gravidez são permitidos?

Atualmente, existem antidepressivos que são menos críticos durante a gestação. Por isso, é fundamental que haja uma conversa junto aos médicos responsáveis (obstetra e psiquiatra) para saber quais serão os medicamentos usados e como será a continuidade deles na gravidez.

Muitos quadros de depressão grave são piorados durante a gestação, por conta da tempestade hormonal que ocorre nesse período. Porém, ainda mais complicado que a própria gravidez, é após o nascimento do bebê: há muitos casos de depressão pós-parto.

O psiquiatra que estiver assistindo a gestante deve sempre levar em consideração a gravidade e o risco envolvidos em cada caso.

Antidepressivos podem ser receitados a crianças?

Sim. Qualquer pessoa, independente da idade, tem o direito ao tratamento com remédios antidepressivos.

O ideal, no caso de crianças e adolescentes, é trabalhar questões comportamentais e familiares que podem estar associadas às alterações comportamentais, gerando sintomas depressivos.

Entretanto, algumas vezes, terão de ser tratadas com fármacos específicos, liberados para o tratamento a crianças.

Antidepressivos e disfunção erétil: qual a relação?

Muitos antidepressivos (especialmente os tricíclicos e serotoninérgicos) têm uma interferência grande no sexo, até mesmo na disfunção erétil.

A função sexual é estruturada em fases: excitação; lubrificação; ereção; penetração; orgasmo. Assim, os antidepressivos podem interferir em qualquer um desses estágios.

Hoje em dia, há antidepressivos disponíveis no mercado que não afetam tanto a esfera sexual do paciente. Por isso, todo diagnóstico e prescrição médica devem ser personalizados, conforme cada caso.

Qual a diferença entre ansiolíticos e antidepressivos?

Existem antidepressivos que também têm função ansiolítica e vice-versa.

Os antidepressivos, muitas vezes, por melhorarem o quadro depressivo, consequentemente melhoram também o quadro de ansiedade. Afinal, são alterados os mesmos neurotransmissores ao tentar combater ambas as doenças.

Já a maioria dos ansiolíticos costuma atuar somente nos sintomas de ansiedade, especialmente no controle de crises.

Antidepressivos são tarja preta?

Não. Esses medicamentos são erroneamente associados à tarja preta. Na verdade, as medicações tarja preta correspondem a alguns analgésicos, antitérmicos e morfina de uso controlado.

Remédio antidepressivo vicia?

De acordo com o psiquiatra Caio Pinheiro, antidepressivos não viciam. Afinal, medicações desse tipo são, no geral, classificadas como “tarja vermelha”. Em geral, somente o uso descontrolado de remédios tarja preta pode levar à dependência.

Por sua vez, os medicamentos tarja vermelha são psicotrópicos (usados para tratar doenças psiquiátricas), não viciam e necessitam de retenção da receita médica. Portanto, só são vendidos mediante prescrição por psiquiatra.

Antidepressivos no Brasil

Em menos de cinco anos, a venda de remédios antidepressivos no Brasil quase dobrou. É o que mostra uma pesquisa da IQVIA, empresa americana de auditoria do mercado farmacêutico.

Entre julho de 2013 e junho de 2014, as vendas de antidepressivos em território nacional totalizaram 47 milhões de comprimidos. Já entre julho de 2017 e junho de 2018, o número disparou para 71 milhões.

Apesar de muita gente ter se conscientizado sobre a importância de auxílio ao ter depressão, especialistas afirmam que há muitos casos de diagnósticos errados.

Além disso, a ampliação do uso de antidepressivos para outros problemas (como ansiedade, distúrbios do sono e enxaqueca) também aumentou as vendas no país.

O aumento do uso de antidepressivos reflete a razão pela qual, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais depressivo da América Latina.

Referências:

Caio Antero de Souza Pinheiro, médico pela Universidade de Fortaleza, psiquiatra da Cia. da Consulta

Luis Felipe de Oliveira Costa, presidente do Conselho Científico da Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), psiquiatra do Hospital Albert Einstein, professor de Neuropsicologia na USP, especializado em Doenças Afetivas

Sônia Barbieri Coutinho, nutricionista, mestre em Gerontologia Biomédica pela PUC/RS, especialista em nutrição clínica em consultório, personal diet e qualidade de alimentos

ADLER, Ubiratan Cardinalli; et al. Homeopathic treatment of depression: series of case report. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 35, ed. 2. 2008.

Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

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LI, G.; WANG, X.; MA, D. Vortioxetine versus Duloxetine in the Treatment of Patients with Major Depressive Disorder: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Clinical Drug Investigation, v. 36, ed. 7. 2016.

MCINTYRE, R. S.; et al. The Effects of Vortioxetine on Cognitive Function in Patients with Major Depressive Disorder: A Meta-Analysis of Three Randomized Controlled Trials. The international journal of neuropsychopharmacology. 2016.

MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Marcia Britto de Macedo. Psicofarmacologia de antidepressivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, ed. 1. São Paulo, 1999.

PAE, C. U.; et al. Vortioxetine: a meta-analysis of 12 short-term, randomized, placebo-controlled clinical trials for the treatment of major depressive disorder. Journal Psychiatry Neurosci, v. 40, ed. 3. 2015.

REMÉDIO, Caldas Juliana. Agomelatina: o primeiro antidepressivo agonista melatoninérgico e regulador dos ritmos biológicos. Revista da Graduação Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, v. 9, ed. 2. 2016.

THASE, M. E.; et al. A meta-analysis of randomized, placebo-controlled trials of vortioxetine for the treatment of major depressive disorder in adults. European neuropsychopharmacology : the journal of the European College of Neuropsychopharmacology, v. 26, ed. 6. 2016.

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