Arma hipersônica chinesa disparou míssil sobre Mar do Sul da China

Arma hipersônica chinesa disparou míssil sobre Mar do Sul da China – 21/11/2021 – Mundo –
CHINA ÁSIA
Arma hipersônica chinesa disparou míssil sobre
Mar do Sul da China
Pentágono tenta entender como Pequim dominou tecnologia que testa limites da física
21.nov.2021 às 22h27
WASHINGTON | FINANCIAL TIMES
Demetri Sevastopulo
Um dos testes de armas hipersônicas que a China fez em
julho incluiu um avanço tecnológico que permitiu que o país disparasse um míssil ao se aproximar do
alvo viajando a pelo menos cinco vezes a velocidade do som —capacidade que nenhuma nação havia
demonstrado até hoje.
Cientistas do Pentágono foram pegos de surpresa pela conquista chinesa, que permitiu que o veículo
hipersônico deslizante, uma espaçonave manobrável capaz de transportar uma ogiva nuclear,
disparasse outro míssil em pleno voo sobre o Mar do Sul da China, segundo pessoas informadas sobre
esses fatos.
Lançador de foguetes Longa Marcha decola do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi,
no noroeste da China – Liu Lei – 16.out.21/Xinhua
22/11/2021 00:29 Arma hipersônica chinesa disparou míssil sobre Mar do Sul da China – 21/11/2021 – Mundo – Folha
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Especialistas do Darpa, a agência de pesquisas avançadas do Pentágono, continuam sem saber como
a China superou as restrições da física ao disparar contramedidas —sistemas utilizados para evitar
que armas com sensores ativos possam detectar e destruir um alvo— de um veículo que se movia em
velocidade hipersônica, de acordo com pessoas informadas dos detalhes da demonstração.
Especialistas militares estão analisando os dados do teste para tentar entender como a China
dominou essa tecnologia. Eles também discutem o objetivo do projétil, que foi disparado pelo veículo
hipersônico sem um alvo claro e caiu na água.
Alguns especialistas do Pentágono dizem acreditar que o projétil era um míssil ar-ar —disparado de
uma aeronave contra outra aeronave. Outros acham que foi uma contramedida para destruir sistemas
de defesa de mísseis, para que estes não possam interceptar a arma hipersônica em tempos de guerra.
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A Rússia e os Estados Unidos tentam fabricar armas hipersônicas há anos, mas especialistas dizem
que o disparo de contramedidas é a última evidência de que os esforços da China estão
significativamente mais avançados que os do Kremlin ou os do Pentágono. A Casa Branca não quis
comentar a contramedida, mas disse que continua preocupada com o teste de 27 de julho, relatado
primeiro pelo Financial Times.
“Esse desenvolvimento é preocupante para nós, assim como deveria ser para todos os que buscam a
paz e a estabilidade na região e além dela”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
“Isso também aumenta nossa preocupação quanto às capacidades militares que a China continua
buscando.”
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22/11/2021 00:29 Arma hipersônica chinesa disparou míssil sobre Mar do Sul da China – 21/11/2021 – Mundo – Folha
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O Conselho de Segurança Nacional acrescentou que os EUA “continuarão mantendo a capacidade de
se defender e dissuadir uma série de ameaças” chinesas.
Autoridades do Pentágono têm sido cada vez mais claras sobre suas preocupações em relação ao teste
chinês. O veículo deslizante hipersônico foi projetado no espaço em um foguete de “sistema de
bombardeio orbital” capaz de voar sobre o polo Sul, colocando a arma fora do alcance dos sistemas de
defesa de mísseis dos EUA, focados em ameaças de mísseis balísticos vindos sobre o polo Norte.
O sistema de bombardeio orbital dá à China mais maneiras de atingir alvos americanos. Moscou
utilizou um sistema chamado “sistema de bombardeio orbital fracionário” durante a Guerra Fria, mas
era menos avançado e não carregava um veículo deslizante hipersônico manobrável.
As autoridades americanas estão cientes de que a China está à frente do Pentágono em armas
hipersônicas. Mas o teste de julho mostrou que a Força de Foguetes do Exército Popular de
Libertação está fazendo progressos ainda mais rápidos do que muitos previam. Isso foi reforçado pela
combinação bem sucedida por Pequim de um sistema orbital com uma arma hipersônica capaz de
disparar um míssil.
O teste hipersônico ocorre num momento em que a China expande rapidamente suas forças
nucleares, o que sugere o abandono da posição de “dissuasão mínima” que manteve por décadas. Os
EUA disseram recentemente que quadruplicariam suas ogivas nucleares em ao menos mil armas
nesta década.
A embaixada chinesa disse que “não está ciente” do teste do míssil. “Não estamos nem um pouco
interessados em ter uma corrida armamentista com outros países”, disse Liu Pengyu, porta-voz da
embaixada. “Os EUA nos últimos anos têm inventado desculpas como a ‘ameaça chinesa’ para
justificar sua expansão armamentista e o desenvolvimento de armas hipersônicas.”
Pequim negou a primeira revelação pelo Financial Times do teste de arma hipersônica, dizendo que
foi na verdade um teste de um veículo espacial reutilizável. Mas um teste desse veículo espacial
ocorreu 11 dias antes do teste da arma hipersônica, segundo pessoas informadas dos lançamentos. O
Financial Times também relatou que a China conduziu outro teste de arma hipersônica em 13 de
agosto.
O general David Thompson, vice-chefe de operações espaciais da Força Espacial dos EUA, disse que o
país “não está tão avançado” quanto a China ou a Rússia em armas hipersônicas. “Temos que alcançálos muito rapidamente. Os chineses têm um programa hipersônico incrivelmente agressivo há vários
anos”, disse Thompson ao Fórum de Segurança Internacional de Halifax no sábado (20).
O general Mark Milley, chefe do estado-maior conjunto dos EUA, recentemente chamou o teste de
armas de um “momento Sputnik”, referindo-se a quando a União Soviética foi o primeiro país a
colocar um satélite no espaço, em 1957. Lloyd Austin, secretário da Defesa americano, disse nesta
semana que não usaria os mesmos termos. Mas no início desta semana, enquanto se preparava para
se aposentar como vice-presidente do estado-maior conjunto, o general John Hyten manifestou
preocupação significativa.
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