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As intermináveis e custosas negociações entre o governo Lula e o Centrão

As intermináveis e custosas negociações entre o governo
Lula e o Centrão
Presidente ainda não conseguiu selar um acordo com partidos de centro, que, mesmo recebendo
ministérios, exigem cargos de segundo e terceiro escalões
Por Daniel Pereira Atualizado em 5 mar 2023, 20h01 – Publicado em 5 mar 2023, 19h50
As negociações para a obtenção de apoio no Congresso começaram tão logo Lula foi eleito, em
outubro do ano passado, e se arrastam desde então, sem conclusão à vista. Essa situação só não
resultou em problemas para o governo porque seus projetos ainda não foram submetidos a voto
e porque, de acordo com ministros, a agenda legislativa do Palácio do Planalto é enxuta e, em
seus pontos principais, conta com a boa vontade dos congressistas, inclusive os de oposição.
Em 2023, as prioridades de Lula são a reforma tributária e o novo marco fiscal, que ainda será
apresentado.
Ao compor sua equipe, o presidente, ciente de que a esquerda sozinha não tem maioria, deu
três ministérios para cada uma das seguintes legendas: MDB, PSD e União Brasil. Não foi o
suficiente para aplacar a vontade de participação no governo dos integrantes do Centrão. Dono
da terceira maior bancada na Câmara, o União Brasil insiste em cobrar mais espaço para seus
deputados mesmo depois de o líder da sigla, Elmar Nascimento (BA), conseguir manter um
afilhado político no comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
Lula e Arthur Lira, no encontro em Brasília // (Ricardo Stuckert/Divulgação/VEJA)
06/03/2023 01:03 As intermináveis e custosas negociações entre o governo Lula e o Centrão | VEJA
https://veja.abril.com.br/politica/as-interminaveis-e-custosas-negociacoes-entre-o-governo-lula-e-o-centrao/ 2/2
do Parnaíba (Codevasf), estatal que se tornou a queridinha das emendas de relator na gestão de
Jair Bolsnaro.
Os deputados aguardam com ansiedade a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões.
Na Câmara, diz-se que o estado atual é de “compasso de espera”. Enquanto isso, como forma de
pressão, eles anunciam apoio a ações contrárias aos interesses do governo, como a criação da
CPI sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. O jogo está sendo jogado como
sempre, e a regra é clara.
Se houver rateio de cargos tal qual prometido pelos articuladores políticos de Lula, até
parlamentares do PL, o partido de Bolsonaro, ajudarão a aprovar os projetos considerados
prioritários pelo governo. O mesmo vale para o PP, comandado pelo senador Ciro Nogueira, exministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Há cobrança também por mais acesso ao Orçamento da União, o que deve ocorrer. O governo
encaminhou um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que parte das
verbas dos ministérios seja direcionada aos deputados novatos, que decidirão onde cada
centavo será aplicado. A promessa é de que cada um dos 291 deputados estreantes receba um
quinhão de cerca de 10 milhões de reais, totalizando 2,9 bilhões de reais. Lula aposta nessa
dinheirama para facilitar a formação de uma base de apoio no Congresso.

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