Autores de fake news sobre morte de ex-prefeito vão pagar R$ 800 e fazer retratação

Autores de fake news sobre morte de ex-prefeito vão pagar R$ 800 e fazer retratação

Na audiência, os autores, reconheceram o erro e o perigo de divulgar e propagar notícias falsas.

Por Raimunda Costa  1.424
06/12/2018 12h05 – Atualizado há 4 horas

Ex-prefeito foi morto com um tiro no ouvido

Foi realizada na última segunda-feira (3) uma audiência resultante de queixa-crime por calúnia e difamação envolvendo dois autores de uma fake news sobre a morte do ex-prefeito de Miracema, Moisés Costa da Silva, o Moisés da Sercom, no dia 30 de agosto.

Durante a audiência, ficou acordado que os suspeitos terão que pagar prestação pecuniária no valor de R$ 800,00, além de fazer uma retratação pública.

A informação falsa apontava que a morte do gestor municipal teria sido por motivo passional e envolvia, como pivô, uma servidora da prefeitura da cidade.

Na audiência, os autores reconheceram o erro, bem como o perigo de divulgar e propagar notícias falsas.

FINALIDADE SOCIAL

A prestação pecuniária será destinada a entidades públicas ou privadas com finalidade social, previamente cadastrada na Escrivania Criminal/Cepema da Comarca de Miracema do Tocantins. As vítimas concordaram que com a determinação.

O valor será destinado a entidades sociais por escolha das vítimas, como efeito pedagógico, com o objetivo de coibir a prática das chamadas “fake news”, especialmente, quando são imputadas inverdades sobre pessoas que podem ocasionar sérios danos.

ATAQUE À IMAGEM

A servidora vítima do boato, que terá o nome preservado, conversou com exclusividade com o AF Notícias e desabafou. “Eu esperava mais da Justiça. Pois o que foi divulgado, na época, tratava-se de inverdade e aconteceu em um momento de muita dor. Duas famílias foram diretamente atingidas por uma brincadeira de mau gosto”, disse.

Segundo ela, a situação causou “problemas imensuráveis”, uma vez que denegriu sua integridade e atacou a imagem do ex-prefeito, com repercussão em todo Estado.

A servidora enfatizou que as redes sociais não podem ser usadas para difamar as pessoas. “Eles não mediram as consequências. O que eles fizeram ocasionou desgaste à familiares e amigos. O bem na rede social não tem acesso, mas o mal se multiplica em questão de segundos e sai destruindo vidas. Meus filhos sofreram muito na escola. Eles tiveram o psicológico afetado. Só não passamos por uma revolta da sociedade local porque todos nos conhecem. Todos sabem da nossa índole”, desabafou.

Segundo ela, a justiça precisa rever as penalidades. “As penalidades precisam passar por uma modernização. Sim, eles irão responder de alguma forma, mas foi pouco diante do estrago que fizeram em nossas vidas. Diante dos problemas imensuráveis que causaram, eles não ficaram impunes.  Nós, vítimas, não podemos nos calar”, finalizou.

ENTENDA O CASO

O ex-prefeito Moisés da Sercon foi encontrado morto no dia 30 de agosto deste ano. O corpo estava dentro da própria caminhonete e apresentava um tiro no ouvido. Um revólver calibre 38 foi encontrado junto ao corpo.

O veículo foi encontrado em uma rodovia que liga Miranorte a Rio dos Bois. A Polícia Civil montou uma força-tarefa para investigar o crime, mas o mistério continua.

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