Bolsonaro: ‘Será que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?’

Bolsonaro: ‘Será que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?’

Crédito: Reprodução/G1

Estadão Conteúdo

Em evento em um templo da Assembleia de Deus em Goiânia (GO), o presidente Jair Bolsonaro questionou na manhã desta sexta-feira, 31, ao público presente se não está na hora de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter um ministro assumidamente evangélico.

O presidente disse ainda que a Corte legisla quando discute a possibilidade de equiparar homofobia ao crime de racismo. Bolsonaro também questionou aos presentes. “Então, com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, uma pergunta: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico, cristão assumido?”, indagou.

O presidente fez críticas à imprensa. “Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com a religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos e tem que respeitar. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?”, disse. O presidente foi aplaudido em pé por cerca de 40 segundos.

“Pode ter coisa errada? Pode, não estou dizendo que tem”, disse Bolsonaro, que mantinha uma relação de amizade com o ex-assessor do filho. “Mas tem o superdimensionamento porque sou eu, porque é meu filho. Ninguém mais do que eu quer a solução desse caso o mais rápido possível.”

Ele também saiu em defesa do filho Flávio, senador pelo PSL do Rio, sobre os 48 depósitos fracionados em sua conta. “São os tais R$ 96 mil em depósitos de R$ 2 mil. O valor de R$ 2 mil é o máximo permitido para depósitos em envelope no terminal de autoatendimento da Assembleia Legislativa do Rio. Falaram que os depósitos fracionados eram para fugir do Coaf. R$ 2 mil é o limite que você pode botar no envelope. O que tem de errado nisso?”

Sobre a quebra do sigilo bancário de Flávio, Bolsonaro respondeu: “Se alguém mexe com um filho teu, não interessa se ele está certo ou está errado, você se preocupa.

Sabotagem. Questionado se há casos de sabotagem dentro do governo, o presidente respondeu: “Claro. É uma luta pelo poder. Há sabotagem às vezes de onde você nem imagina”. Para ele, culpa do “aparelhamento”. “No Ministério da Defesa, por exemplo, colocamos militares nos postos de comando. Antes, o ministério estava aparelhado por civis. Havia lá uma mulher em cargo de comando que era esposa do 02 do MST. Tinha ex-deputada do PT, gente de esquerda… Pode isso? Mas o aparelhamento mais forte é mesmo no Ministério da Educação.”

Educação. Bolsonaro diz que errou ao ter nomeado Ricardo Vélez Rodriguez para o Ministério da Educação e “dividiu” a culpa com o escritor Olavo de Carvalho, que havia indicado o agora ex-ministro, que foi substituído por Abraham Weintraub.

“Errei no começo quando indiquei o Ricardo Vélez como ministro. Foi uma indicação do Olavo de Carvalho? Foi, não vou negar. Ele teve interesse, é boa pessoa. Depois liguei para ele: “Olavo, você conhecia o Vélez de onde?”. “Ah, de publicações.” “Pô, Olavo, você namorou pela internet?”, disse a ele.

PSL. O presidente também falou de seu partido, o PSL. Ele disse que a formação da bancada da sigla foi resultado de um “trabalho hercúleo”. Para ele, o partido foi “criado” em março do ano passado (quando ele se filiou), apesar da sigla existir desde 1994. “Fomos pegando qualquer um”, disse.

“E tem muita gente que entrou e acabou se elegendo com a estratégia que eu adotei na internet”, disse o presidente. “Eu falava: ‘Clica aqui. Vote em um desses colegas nossos’. Teve muita gente que falou para mim: “Nossa, eu não esperava me eleger”.

Para Bolsonaro, esta formação explica a inexperiência de seus colegas de partido. “O pessoal chegou aqui completamente inexperiente, alguns achando que vou resolver o problema no peito e na raça. Não é assim.”

Questionado sobre a possibilidade de mudar de partido, Bolsonaro respondeu: “Quando a gente se casa, a gente jura amor eterno. Está respondido?”

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