CARÍSSIMA OPERAÇÃO DA PF:Justiça solta oito dos 32 presos em operação que investiga tráfico internacional de cocaína

Por G1 Tocantins

 


Medida foi determinada pela Justiça Federal, em Palmas  — Foto: Cassiano RolimMedida foi determinada pela Justiça Federal, em Palmas  — Foto: Cassiano Rolim

Medida foi determinada pela Justiça Federal, em Palmas — Foto: Cassiano Rolim

A Justiça Federal do Tocantins autorizou oito dos 32 presos durante a operação Flak, da Polícia Federal, a responder aos processos em liberdade. As solturas foram determinadas entre os dias 1º e 6 de março, durante o carnaval. Eles são investigados por participação em uma quadrilha de tráfico internacional de cocaína.

Na lista, há pilotos, mecânicos e uma empresária. Alguns deles têm relação de parentesco com outros investigados. Os homens apontados como chefes do esquema seguem presos, inclusive João Soares Rocha, que supostamente comandava o grupo.

O esquema foi desarticulado no dia 21 de fevereiro. A PF realizou uma megaoperação para prender 55 pessoas, mas algumas continuam foragidas. Também foram apreendidos 26 aviões que supostamente foram utilizados no transporte das drogas.

Segundo a investigação, a quadrilha cobrava um frete para levar as drogas entre os países produtores e o Brasil, os Estados Unidos e a Europa. As rotas passavam pela América do Sul e na América Central.

PF realizou operação contra o tráfico internacional de drogas — Foto: DivulgaçãoPF realizou operação contra o tráfico internacional de drogas — Foto: Divulgação

PF realizou operação contra o tráfico internacional de drogas — Foto: Divulgação

Vejam abaixo quem foi solto e quais as acusações

  • Matheus Peixoto da Cunha

É filho de Fábio Coronha, outro investigado na operação. A Polícia Federal afirma que ele estava fazendo curso de piloto se preparando para atuar na organização e que já tinha inclusive ajudado na confecção de planos de voos em algumas das rotas.

A defesa disse que ele foi preso única e exclusivamente por ser filho de um investigado e amigo de outro. Disse que o próprio MPF foi favorável a soltura porque não há indícios de qualquer ato ilícito por parte dele e que Matheus não tinha como saber para que seria utilizado o plano de voo que a Polícia Federal diz que ele ajudou a preparar.

  • Iron Ribeiro Ferreira

Segundo a PF, é mecânico de aeronaves utilizadas pela organização. Estaria envolvido com irregularidades para a clonagem de aviões destinados ao tráfico de drogas e teria ajudado abastecendo aeronaves que foram utilizadas para o tráfico de drogas.

G1 não conseguiu contato com a defesa de Iron Ribeiro Ferreira

  • Geverson Bueno Lagares

É piloto comercial com grande experiência e teria atuado fazendo fretes para a organização. A PF encontrou um plano de voo com o nome dele para uma das aeronaves que pertenceriam a quadrilha. Também foram encontradas no computador dele pesquisas sobre o tráfico de drogas através de aviões no período em que supostamente atuou para a organização.

G1 não conseguiu contato com a defesa de Geverson Bueno Lagares

  • Frederico Sardinha

Piloto de aeronaves com experiência em voo privados e aviação agrícola. Foi identificado em junho de 2018 quando se preparava para fazer um voo com Aroldo Medeiros da Cruz,. No mês seguinte, teria ajudado Aroldo a fazer um voo transportando cocaína a partir de São Felix do Xingu.

Ele nega as acusações. A defesa afirma que a Justiça concordou com o pedido de soltura porque a prisão se baseou em meras suposições. Disse ainda que não existe nenhuma materialidade ou fato concreto que comprove qualquer participação dele no caso e que vai provar a inocência no decorrer do processo.

  • Francisco Silva Ferreira Filho

É mecânico de aeronaves em Porto Nacional. Foi monitorado em duas ocasiões pela PF fazendo trabalhos em aeronaves que pertenciam ao grupo. Uma delas é a que se acidentou no mar do Caribe durante um voo para o transporte de cocaína até Honduras.

A defesa informou que ele nega todas as acusações e vai provar, no decorrer do processo, que não tem nenhuma relação com a quadrilha. Destacou ainda que Francisco Ferreira Filho trabalha há 35 anos na área e desde o ano de 2000 é mecânico de manutenção em aeronaves sem nunca ter uma infração registrada pela Anac.

  • Sueli de Lima

É sócia de duas empresas, uma de turismo e uma de comércio de combustíveis, que teriam dado apoio logístico para a quadrilha. Também é esposa de um dos investigados. Uma das aeronaves que seriam utilizadas no esquema está no nome dela.

G1 tentou contato com a defesa, mas as ligações não foram atendidas.

  • Francisco Braga Martins Júnior

Segundo a PF, foi um dos responsáveis por coordenar as atividades envolvendo a aeronave de prefixo PR-IMG, que foi apreendida pela Polícia da Guiana durante uma operação de combate ao tráfico em 2017. Ele também foi visto em diversas ocasiões com pilotos que teriam participação no esquema.

G1 não conseguiu contato com a defesa de Francisco Braga Martins Júnior.

  • Mário Goreth Pedreira

É piloto e a Polícia Federal afirma que ele participou de pelo menos um voo transportando cocaína em agosto de 2018. Ele teria decolado de São Félix do Xingú (PA) e passado pela Venezuela e pelo Suriname. É irmão do também piloto Antenor José Pedreira, que morreu em um acidente aéreo em 2015. A PF afirma que Antenor José se acidentou enquanto fazia o transporte de drogas.

G1 não conseguiu contato com a defesa de Mário Goreth Pedreira.

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