CORRUPÇÃO E DESLEIXO NA SAÚDE DO TOCANTINS:MPE flagra pacientes em corredor e falta de medicamentos

MPE flagra pacientes em corredor e falta de
medicamentos; Estado explica fluxo
Fiscalização faz parte da rotina de trabalho das promotorias de saúde da capital e visa acompanhar a qualidade da prestação de
serviços de saúde no maior hospital público do Estado

Pacientes em macas espalhadas pelo corredor central, falhas na escala, falta de medicamentos e profissionais. Este foi o cenário
encontrado pelo promotor de Justiça Thiago Ribeiro Franco Vilela durante vistoria realizada no Hospital Geral de Palmas (HGP),
na manhã desta terça-feira, 1º de outubro.
A fiscalização do Ministério Público do Tocantins (MPTO) faz parte da rotina de trabalho das promotorias de saúde da capital e
visa acompanhar a qualidade da prestação de serviços de saúde no maior hospital público do Estado.
A principal queixa dos pacientes e de parte dos profissionais que atuam no HGP é com relação à falta de insumos, medicamentos
e materiais para a realização de procedimentos médicos de rotina.
Corredor com macas no HGP
MPE Divulgação
MPE flagra pacientes em corredor e falta de medicamentos; Estado explica fluxo

A falta de medicamentos é uma constante no HGP, de acordo com dados apresentados pela farmácia da unidade hospitalar. Nesta
terça-feira, constatou-se a falta de mais de 20 medicamentos, inclusive alguns necessários para o tratamento de câncer.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que em relação aos insumos, ocorrem faltas pontuais e que vem
trabalhando para manter o abastecimento, no intuito de ofertar uma melhor qualidade no atendimento ao paciente.
Além disso, na visita o promotor de Justiça constatou que na Unidade de Tomada de Decisões (UTDI) havia apenas um
enfermeiro para atender 30 pacientes. “Nos foi relatado que há falta de macas e cadeira de rodas para atender à demanda”,
comentou Thiago Ribeiro.
Na “sala vermelha”, local onde ficam os pacientes em estado grave e que necessitam de cuidados especiais, havia 18 pessoas
internadas e apenas um médico atendendo. A recomendação é que a proporção seja de 1 médico para cada 5 pacientes.
Recebemos a informação de que não estão sendo realizadas hemodiálises em função da falta de cateter, instrumento indispensável
para o procedimento.
O Ministério Público do Tocantins, por meio da 27ª Promotoria de Justiça da Capital, solicitará informações junto à Secretaria de
Estado da Saúde sobre as providências imediatas para a regularização do estoque de medicamentos, bem como sobre a
organização da escala de profissionais para atender à demanda existente.
A SES ressaltou ainda que a unidade tem recebido uma grande quantidade de pacientes de baixa e média complexidade,
encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidade de Pronto Atendimento (UPAS) de todo o Estado.
Momento de grande fluxo
Em defesa do HGP, a SES disse ainda que a visita do MPE ocorreu em um momento de grande fluxo, em que os médicos
determinam a classificação dos pacientes, porém, o número citado de pacientes nas alas, não condiz com a realidade da unidade
que recentemente tem apresentado redução no período de internação, aumento na quantidade de cirurgias eletivas e registro das
menores taxas de ocupação dos últimos tempos no HGP.

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