CPI do dízimo: o culto do pastor envolvido no escândalo do MEC 

07/2022 21:59 CPI do dízimo: o culto do pastor envolvido no escândalo do MEC
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CPI do dízimo: o culto do pastor envolvido no escândalo do MEC
Gilmar Santos não vê problema em solicitar — e receber — “contribuições” como recompensa pela liberação de recursos para
prefeituras
Por Ricardo Chapola Atualizado em 1 jul 2022, 14h29 – Publicado em 1 jul 2022, 06h00
Havia um ar de indignação entre os cerca de setenta fiéis que aguardavam o pastor Gilmar Santos no domingo
26, em sua primeira aparição pública depois de ter sido preso quatro dias antes, acusado de participar de um
suposto esquema de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação. No templo da Assembleia de
Deus nos arredores de Goiânia (GO), a intenção era somente a de prestar solidariedade ao religioso, sem muito
alarde, sem criar qualquer tipo de constrangimento. O que tinha acontecido, afinal, era apenas parte de uma
guerra santa contra os evangélicos. Diferentemente de outros dias, cartazes grudados nas paredes da igreja
informavam que era proibido usar aparelhos celulares. Diferentemente de outros cultos, Gilmar no início se
manteve em silêncio, orando e cantando de braços erguidos, como se estivesse suplicando algo. Ele assumiu o
protagonismo da cerimônia apenas depois que voluntários cruzaram as cadeiras recolhendo doações em
dinheiro. Um telão instalado sobre o altar lembrava que as doações também poderiam ser feitas através de
cartões de crédito, de débito ou transferências via Pix.
Terminada a coleta, o telão exibiu as mensagens de solidariedade ao pastor. “Estamos juntos! Conte conosco
sempre! Pastor Gilmar, nós te amamos. Prossiga, Deus é contigo.” Já estava previamente acertado entre os
líderes da igreja que o templo não seria usado para expor um caso de polícia. Por isso, ao assumir o microfone,
Santos se limitou a agradecer o apoio, sem mencionar o escândalo. “Hoje, para mim, tornou-se um dia eterno.
Nunca esqueçam o que os senhores vão ouvir, os pais, os filhos, as crianças, os jovens, os adolescentes, os
obreiros… Eu vivo para Deus, para minha família e para vocês. Haja o que houver, venha o que vier, aconteça o
que acontecer, até as crianças saberão que a vida do pastor Gilmar é uma carta aberta”, disse, encerrando sua
participação no culto, conforme havia sido combinado.
ABENÇOADO - O pastor Gilmar Santos (de terno cinza, à esq.) em culto de sua igreja: “Minha vida é uma carta aberta” – //Reprodução

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