Crise na Bolívia: Jeanine Áñez se declara presidente interina

Crise na Bolívia: Jeanine Áñez se declara presidente interina

Jeanine Áñez gesticula no Senado em La Paz, Bolívia, 12 de novembroDireitos autorais da imagemREUTERS
Legenda da imagemJeanine Áñez se proclama presidente interina

A senadora da oposição boliviana Jeanine Áñez se declarou presidente interina do país sul-americano após a renúncia de Evo Morales.

Os legisladores do partido de Morales boicotaram a sessão, o que significa que não houve quorum para a nomeação.

Áñez, porém, disse que era a próxima da fila sob a constituição e prometeu realizar eleições em breve.

Morales condenou o anúncio, descrevendo Áñez como “um senador de direita que golpeia um golpe”.

O ex-presidente fugiu para o México, dizendo que pediu asilo lá porque sua vida estava em perigo.

Ele renunciou no domingo depois de semanas de protestos por causa de um resultado controverso nas eleições presidenciais. Ele disse que foi forçado a se afastar, mas o fez de bom grado “para que não houvesse mais derramamento de sangue”.

Como o senador se tornou presidente interino?

Áñez assumiu o controle temporário do Senado na terça-feira, colocando-a na fila da presidência.

O ex-vice-líder do Senado assumiu a posição após uma série de demissões.

Embora os parlamentares do partido Movimento pelo Socialismo de Morales não estivessem presentes na sessão legislativa, Áñez se declarou líder interina.

No Twitter, Morales condenou o “golpe mais furtivo e mais nefasto da história”.

Como chegamos aqui?

Morales, um ex-produtor de coca, foi eleito pela primeira vez em 2006, o primeiro líder do país na comunidade indígena.

Ele ganhou aplausos por combater a pobreza e melhorar a economia da Bolívia, mas provocou polêmica ao desafiar os limites constitucionais para concorrer a um quarto mandato nas eleições de outubro.

A pressão vinha crescendo sobre ele desde sua estreita vitória na votação do mês passado.

O resultado foi questionado pela Organização dos Estados Americanos, um órgão regional que encontrou “manipulação clara” e pediu que o resultado fosse anulado.

Em resposta, Morales concordou em realizar novas eleições. Mas seu principal rival, Carlos Mesa – que ficou em segundo lugar na votação – disse que Morales não deveria participar de nenhuma nova votação.

O chefe das forças armadas, general Williams Kaliman, exortou Morales a renunciar aos interesses de paz e estabilidade.

Anunciando sua renúncia, Morales disse que tomou a decisão para impedir que outros líderes socialistas sejam “perseguidos, perseguidos e ameaçados”. Ele também chamou sua remoção de “golpe”.

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Legenda da mídiaAssista Evo Morales anunciar sua demissão

Ele fugiu para o México quando surgiram tumultos nas ruas da capital administrativa boliviana, La Paz, com apoiadores irados do líder socialista colidindo com as forças de segurança.

Depois de chegar à Cidade do México na terça-feira, ele agradeceu ao presidente mexicano Andres Manuel Lopez Obrador, a quem ele creditou por salvar sua vida.

“Enquanto tiver vida, continuarei na política, a luta continua. Todas as pessoas do mundo têm o direito de se libertar da discriminação e da humilhação”, afirmou.

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