DEPUTADO VICENTINHO JUNIOR VOTOU CONTRA BOLSONARO E O PAI DELE É DA BASE DO GOVERNO COM EMPREGO FEDERAL
Veja como votou cada deputado do Tocantins na PEC do voto impresso
Matéria foi rejeitada e arquivada após derrota do governo na Câmara dos Deputados. Decisão encerra tramitação da proposta e mantém formato atual de apuração.
Votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados /Divulgação
Quatro deputados do Tocantins foram a favor e quatro votaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propunha o voto impresso em eleições, plebiscitos e referendos. A votação ocorreu na noite desta terça-feira (10), em Brasília, e terminou com a matéria sendo rejeitada e arquivada.
Para ser aprovada, a PEC precisava de ao menos 308 votos. No entanto, o texto teve o apoio de apenas 229 deputados. Outros 218 deputados votaram contra a PEC, e um parlamentar se absteve. Ao todo, 448 votos foram computados e foi registrada ausência de 64 parlamentares.
O projeto propunha a inclusão de um parágrafo na Constituição para definir a obrigatoriedade da expedição de cédulas físicas conferidas pelo eleitor nos processos de votação das eleições, dos plebiscitos e referendos.
Com a decisão da Câmara, o texto será arquivado, e o formato atual de votação e apuração fica mantido nas eleições de 2022.
Em derrota para Bolsonaro, Câmara rejeita e arquiva PEC do voto impresso
Veja como votou cada deputado do TO:
- Carlos Henrique Gaguim (DEM) – Sim
- Célio Moura (PT) – Não
- Dulce Miranda (MDB) – Não
- Eli Borges (SD) – Sim
- Osires Damaso (PSC) – Sim
- Professora Dorinha (DEM) – Não
- Thiago Dimas (SD) – Sim
- Vicentinho Júnior (PL) – Não
O que dizem os deputados
O deputado Vicentinho Júnior (PL) justificou o voto em uma rede social: “Nunca fui nas escolhas mais fáceis, mas nas mais corretas. Acredito no sistema eleitoral brasileiro que me fez um legítimo representante do meu Tocantins por duas vezes. Acredito na transparência e na auditagem atual, modernizar sim, retroceder não. Superado essa discussão, continuo a apoiar e votar as matérias importantes para o nosso país junto ao nosso governo. Vamos em frente que o Brasil tem pressa em outras pautas urgentes!”.
O deputado Célio Moura (PT) informou que: “Meu voto foi Não, para PEC 135/19. A urna eletrônica já é auditável. A urna eletrônica, ao contrário do que diz Bolsonato, é segura e confiável. Meu voto foi não ao retrocesso, não ao domínio das milícias, não queremos a volta da contagem manual – essa sim – passível de maracutaias variadas. Não ao retorno do voto de cabresto. Votei em defesa da democracia. O Brasil é referência internacional em processo eleitoral.”
Tiago Dimas (SD) disse, através de nota: “Vivencio a política desde 2002. De lá pra cá acompanho todas as eleições e nunca tive dúvidas da segurança do nosso sistema eleitoral, da Justiça Eleitoral e das decisões das urnas, às quais reafirmo minha confiança. A vontade soberana da população seguirá escolhendo seus representantes através do voto direto, secreto e universal. No entanto, o fato de o sistema ser bom e seguro não significa que ele não possa ser melhorado. O texto da PEC 135/2019 mantinha o voto e apuração eletrônica, mas buscava este aprimoramento, ampliando as possibilidades de checagem, razões pelas quais votei favorável. Continuarei firme buscando maior transparência em todos os poderes, apreciando e propondo soluções para os principais problemas do país”.
Os demais deputados foram procurados pelo G1, mas ainda não se manifestaram sobre a escolha.
Entenda
A impressão do voto depositado na urna eletrônica é defendida por Bolsonaro, que tem feito ataques sem provas ao sistema eleitoral.
A tramitação da PEC chegou a ser admitida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em 2019, mas o mérito da proposta foi rejeitado pela comissão especial.
Na última semana, os membros da comissão rejeitaram parecer favorável à PEC elaborado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR), da base de governo. Em seguida, aprovaram o relatório do deputado Raul Henry (MDB-PE) que recomenda o arquivamento do texto.
Apesar de a proposta ter sido rejeitada na comissão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu levá-la ao plenário para que todos os 513 deputados se manifestassem. Nesta terça, os parlamentares decidiram enterrar de vez as discussões na Casa.