Diretores da UPA de Gurupi recomendam que unidade feche as portas para pacientes com síndrome respiratória


UPA de Gurupi, na região sul do estado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

UPA de Gurupi, na região sul do estado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Os diretores da UPA Dra. Márcia Mucky, em Gurupi, recomendaram que a unidade feche as portas para não receber novos pacientes com síndrome respiratória. A recomendação consta em um ofício encaminhado ao secretário de saúde da cidade neste fim de semana.

Segundo consta no documento, a UPA está com lotação máxima e muitos casos são de pessoas com síndrome respiratória grave. No fim da semana passada a unidade já enfrentava situação delicada e pacientes precisaram ser transferidos após redução na quantidade de oxigênio disponível.

“Considerando os fatos expostos anteriormente, solicitamos que nossa unidade feche as portas para pacientes com síndrome respiratória, uma vez que não temos como absorver essa demanda”, diz o documento.

 

O ofício encaminhado no sábado (13) diz que não há mais pontos de oxigênio disponíveis. Também afirma que a unidade não está suportando o grande fluxo de pessoas usando o recurso, pois não há uma usina para produção local.

A lotação também estaria sobrecarregando a rede elétrica da unidade, devido ao grande número de aparelhos em uso para dar suporte aos pacientes. O diretor técnico destacou ainda que a UPA é destinada para atendimento de baixa e média complexidade, mas têm cuidado de casos de alta complexidade.

O documento foi assinado pelo diretor técnico da unidade, Gabriel Fernandes Ciel, pela diretora clínica Andréia Fernandes Bastos, e pela coordenadora geral Gizele Rodrigues de Souza. “O não fechamento da porta para essa demanda coloca em risco todos os pacientes já internados que são de extrema gravidade”, diz o ofício.

Gurupi é a terceira cidade mais afetada pela pandemia no Tocantins, com 7.026 casos e 97 mortes. Até às 7h desta segunda-feira (15), todas as vagas de UTI que existem no Hospital Regional de Gurupi estão ocupadas, enquanto os leitos clínicos da unidade estão com 60% da capacidade.

O que diz o município

 

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é para procedimentos e atendimentos médicos de baixa e média complexidade e que, em virtude da pandemia da Covid-19, a unidade tem atendido várias demandas que são de alta complexidade, como por exemplo, a intubação de pacientes com síndromes respiratórias.

O município confirmou que a UPA está operando em lotação máxima e fazendo atendimentos que vão além de sua estrutura física para preservar a vida dos pacientes que aguardam liberação de leitos no Hospital Regional de Gurupi (HRG).

“A Prefeitura ressalta que vem trabalhando para ofertar mais vagas na UPA. No início da atual gestão a unidade tinha seis leitos e agora está com 20 leitos, todos ocupados. A prefeitura informa também que está buscando alugar uma usina de oxigênio, que deve ser instalada nos próximos 15 dias, para atender a alta demanda da unidade”, diz a nota.

A nota da prefeitura também pediu que a população cumpra as medidas de segurança e prevenção à Covid-19, mantendo o distanciamento social, evitando aglomerações e usando máscara, para que a circulação do vírus diminua

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