Em corrida pelo STF, André Mendonça vira alvo até de bolsonaristas
Ministro da Justiça é cobrado por bolsonaristas radicais a “combater” governadores, e por juristas por “perseguir” opositores de Bolsonaro
atualizado 18/03/2021 8:37
Os bolsonaristas mais ideológicos, aqueles ligados ao professor on-line de filosofia Olavo de Carvalho, têm cobrado de Mendonça alguma ação contra medidas de isolamento social, como toques de recolher, que governadores estão adotando para tentar controlar o avanço do coronavírus.
Para além dessas questões mais imediatas, os críticos do ministro investem em uma campanha de enfraquecimento com vistas à próxima indicação de Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Marco Aurélio Mello se aposenta até junho, e cada semana esquenta a corrida pela indicação presidencial. André Mendonça é, depois do superado Sergio Moro, o mais antigo “candidato” à bênção de Bolsonaro para o cargo. Seu nome é citado desde julho de 2019, quando o presidente prometeu em um culto colocar no STF um ministro “terrivelmente evangélico”.
Pastor presbiteriano, o jurista, que começou no governo como advogado-geral da União, se encaixa no perfil e tem a simpatia do chefe, mas não de parte de seus seguidores, que sonha com a indicação de um ministro com perfil muito mais conservador para a Corte.
Em sua primeira indicação, Bolsonaro frustrou tanto os evangélicos quanto os olavistas, e fez um aceno aos partidos do Centrão ao indicar Nunes Marques ao Supremo.
Sobre essa, que é a última indicação garantida em seu primeiro mandato, Bolsonaro tem mantido silêncio em público, enquanto testa nos bastidores o nome do ministro da Justiça