EM SETEMBRO, TEMER DISSE A ÉPOCA QUE NÃO TINHA MEDO DE SER PRESO

EM SETEMBRO, TEMER DISSE A ÉPOCA QUE NÃO TINHA MEDO DE SER PRESO

Ex-presidente foi preso em São Paulo nesta quinta-feira em desdobramento da Operação Lava Jato
Temer durante entrevista exclusiva Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Temer durante entrevista exclusiva Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Preso em São Paulo nesta quinta-feira pela força-tarefa da Lava Jato , o ex-presidente MichelTemer havia dito, em entrevista à ÉPOCA em setembro do ano passado, que não tinha medo de ser preso. Perguntado sobre o assunto, disse que não havia feito nada de errado : “Por isso eu não tenho” [medo de ser preso]. Tendo assumido interinamente a Presidência da República em maio de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, de quem era vice, Temer ficou à frente do Executivo definitivamente entre agosto daquele ano até 1º de janeiro deste ano.

O emedebista foi alvo de uma operação que também resultou na prisão do ex-ministro da Casa Civil Eliseu Padilha e do ex-ministro de Minas e Energias e ex-governador do Rio Moreira Franco. Ainda na entrevista de setembro, Temer havia dito que não temia possíveis desdobramentos na Justiça após sua saída do governo:

“Não estou preocupado com esse assunto. Até porque chicotear o presidente é uma coisa. Já o ex-presidente não vai ter muita graça”. Ainda assim, Temer era alvo de dez inquéritos, cinco deles que tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), abertos quando ele ainda era presidente e, por isso, detinha foro privilegiado. Entre as investigações estavam o caso do inquérito dos Portos, a delação da JBS e a investigação da Cúpula do MDB.

A ordem dos mandado de prisão em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Brasília é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e foi baseada na homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da delação do operador do MDB Lúcio Funaro.

Segundo O GLOBO a delação tem 29 anexos que narram o funcionamento o esquema de corrupção no Congresso, chefiada por caciques do antigo PMDB como os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso em Curitiba, e Henrique Eduardo Alves, além dos ex-ministros Geddel Vieira Lima (preso há 6 meses), Moreira Franco e do ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filippeli, que foi assessor especial do gabinete de Temer.

A delação de Funaro também atinge o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Jorge Picciani e o empresário de ônibus Jacob Barata.

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