General salvou Bolsonaro de um golpe por Toffoli, Maia e Alcolumbre
Sempre que é questionado sobre sua inércia, o presidente afirma que o Supremo Tribunal Federal o proibiu de agir, transferindo a gerência da crise para governadores e prefeitos. É conversa mole.
A Suprema Corte apenas reconheceu, em decisão unânime, que estados e municípios têm poderes para tomar providências como o isolamento social e o fechamento do comércio durante a pandemia. Medidas que Bolsonaro ameaçava desfazer por decreto.
Durante o julgamento, os ministros do Supremo esclareceram que a decisão não eximia Bolsonaro de suas responsabilidades. É inconcebível, por exemplo, que o presidente não tenha instalado um comitê de crise, com representantes de governadores e prefeitos.
É inacreditável que o Ministério da Saúde não tenha publicado até hoje um plano de manutenção e de saída do isolamento social. Algo que contemplasse as diferenças regionais e fixasse parâmetros a serem seguidos em cada estágio da pandemia.
O negacionismo de Bolsonaro evoluiu da omissão para a sabotagem. É notável o refinamento, o cuidado, o acabamento extremo com que o governo atingiu a irresponsabilidade sanitária. Nela, misturam-se desde a desmontagem do Ministério da Saúde até o incitamento à invasão de hospitais estaduais e municipais por bolsonaristas guindados pelo “mito” à condição de fiscais.