O juiz Francisco Vieira Filho, 1ª Vara Criminal de Araguaína, remeteu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) mais um inquérito que investiga o emprego de servidores fantasmas na extinta Secretaria Geral de Governo. O caso agora é a investigação sobre a empresária Maria Félix Rocha, conhecida como “Felinha”, que disputou a Câmara de Araguaína, em 2016, pelo PHS.
Segundo a equipe de investigadores, ela esteve nomeada entre fevereiro de 2018 até dezembro de 2018, durante o mandato tampão de Mauro Carlesse, que trocou o PHS pelo DEM, e deixou o cargo no pacote de exonerações publicada pelo governo no dia 1º de Janeiro de 2019.

Francisco Filho destaca que as investigações concluíram que a lotação de Felinha pode ter ocorrido como forma de pagamento pelos serviços de “cabo eleitoral” prestados por ela e pelo esposo ao governador e à deputada Valderez Castelo Branco (PP), atual líder do governo na Assembleia Legislativa, durante a campanha do ano passado.
“No caso em análise, nota-se claramente que as investigações se estendem a outras pessoas supostamente envolvidas no desvio de verbas públicas, devendo a apuração dos fatos, em relação ao Governador, ser remetida à superior instância para deliberação sobre o desmembramento destes atos investigatório, se for o caso”, destaca o juiz.

“Não se pode ignorar que eventuais condutas praticadas pelo Governador Mauro Carlesse¸ podem integrar ou pelo menos tangenciar a cadeia causal dos acontecimentos apurados nestes autos de inquérito policial”, complementa, Francisco Filho.

Segundo o juiz, a possível conexão entre as condutas dos envolvidos no “provável complexo esquema de servidores fantasmas” exige a manifestação do Superior Tribunal de justiça acerca da viabilidade, ou não, do desmembramento das investigações.

 Notas do governo e da deputada

“O Governo do Tocantins informa que não teve acesso aos autos dos inquéritos da operação Catarse. No entanto, reitera que a restauração de contratos extintos se deram por conta de decisão da Justiça Eleitoral, que determinou a recontratação dos servidores que haviam sido desligados. A vedação imposta por determinação judicial prevaleceu até 31 de dezembro de 2018 e somente a partir desta data, é que o Governo do Estado pode realizar a adequação em seu quadro de servidores públicos”.
Secretaria da Comunicação
Governo do Tocantins

“A deputada informa que não é investigada e que não há nenhuma notificação oficial sobre o assunto. Ela se coloca à disposição para esclarecer qualquer situação Oficial”.
Assessoria de Comunicação da deputada Valderez Castelo Branco