Grupo é suspeito de desviar quase R$ 5 milhões de investimentos em criptomoedas, diz PF

Por Patrício Reis e Ana Paula Rehbein,


Mandado de busca foi cumprido pela PF em propriedade de Palmas — Foto: PF/Divulgação

Mandado de busca foi cumprido pela PF em propriedade de Palmas — Foto: PF/Divulgação

Dados obtidos pela Polícia Federal com o Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) mostraram que a maior parte dos valores repassados a uma empresa de investimentos em criptomoedas em Palmas foi transferido para o proprietário e seus parentes. O grupo foi alvo de uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro endereços nesta quarta-feira (9).

A investigação começou em maio deste ano após denúncias anônimas de que um empresário estaria captando recursos financeiros e oferecendo lucros de 5% a 30%. A PF apurou que a suposta empresa não tinha autorização para funcionar e a promessa de lucro era apenas fachada para o esquema.

O empresário morreu em outubro deste ano e as causas ainda são investigada. A TV Anhanguera tenta contato com a defesa dele.

O prejuízo total às vítimas, segundo a PF, está na casa dos R$ 15 milhões.

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O homem supostamente teria transferido a maior parte dos valores para a sua conta pessoal, gastando com diversos bens de luxo para ostentar e dar mais credibilidade ao esquema. Parte do dinheiro também teria sido repassado para a própria mãe e outros parentes.

Carro da Polícia Federal em Palmas — Foto: PF/Divulgação

Carro da Polícia Federal em Palmas — Foto: PF/Divulgação

Conforme a decisão que autorizou as buscas pela Polícia Federal, dos R$ 12,5 milhões que a empresa recebeu dos investidores, quase R$ 5 milhões teriam seguido esse caminho.

Outra parte do dinheiro teria sido repassada às vítimas em pagamentos que seriam dos lucros prometidos. O golpista até emitia notas fiscais do suposto serviço. Como o negócio era insustentável, a empresa não conseguiu pagar os resgates de capital solicitados pelas vítimas.

“Por todo o exposto, além de atuar como instituição financeira sem ostentar qualquer autorização legal para fazê-lo, […] induzia a erro as vítimas, sob a promessa de aplicações em criptomoedas, quando, em verdade, o investigado se apropriava concretamente dos valores depositados, limitando-se a pagar apenas a remuneração contratada”, diz trecho da decisão do juiz João Paulo, da 4ª Vara Federal Criminal.

Entre os alvos dos mandados desta quarta-feira (9) estão a mãe e a esposa do empresário, uma funcionária da empresa de investimentos e até uma empresa de contabilidade.

A operação

 

Durante a manhã desta quarta-feira (9) foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em quatro endereços de Palmas. A ação foi chamada de Operação Cripta e busca aprofundar as investigações sobre um grupo que estava captando recursos para supostos investimentos em criptomoedas.

A PF informou que os investigados poderão responder pelos crimes de induzir investidor a erro, operação irregular de instituição financeira, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 20 anos de reclusão e multa.

O nome da operação faz referência à palavra ‘Cripta’, que significa esconder-se. O termo tem relação com as criptomoedas, quanto à sistemática do negócio que era escondida dos investidores.

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