JOE BIDEN GENOCIDA COMUNISTA:Saída americana do Afeganistão resulta em cenas de terror e desespero 

27/08/2021 Saída americana do Afeganistão resulta em cenas de terror e desespero
Saída americana do Afeganistão resulta em cenas de
terror e desespero
A tensão no aeroporto de Cabul alcançou o ápice na quinta-feira 26, quando ataque terrorista
deixou um rastro de mortes
Por Ernesto Neves Atualizado em 26 ago 2021, 21h35 – Publicado em 27 ago 2021, 06h00
Depois que os fanáticos religiosos do Talibã se apossaram do palácio presidencial e
voltaram ao poder no Afeganistão, em 14 de agosto, o aeroporto da capital, Cabul,
virou o cartão-postal da atabalhoada retirada das tropas americanas do país e de um
drama humanitário que a cada dia ganha contornos mais cruéis. O que era para ser
uma bem organizada partida, com data marcada havia um ano, ainda no governo
Donald Trump, transformou-se em uma corrida para evacuar gente desesperada,
sobretudo aqueles que ajudaram os Estados Unidos em duas décadas de ocupação,
desde o fatídico 11 de setembro de 2001. Agora, estão cheios de medo — e com
razão.
“O Talibã está enviando cartas ameaçadoras a todos que considera inimigos do
regime”, disse a VEJA Christian Nellemann, da consultoria Rhipto, centro de estudos
noruegueses atrelado a causas da ONU. Ameaça, neste caso, é o melhor dos cenários.
Nos últimos dias, integrantes da milícia radical batem de porta em porta nas casas
dos “colaboracionistas”, com registros de espancamentos, tortura e até morte, como
ocorreu com o parente de um jornalista alemão.
ATAQUE - Atentado perto do aeroporto: morte e medo dão o contorno do drama – Wakil Kohsar/AFP
27/08/2021 Saída americana do Afeganistão resulta em cenas de terror e desespero | VEJA
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A tensão no aeroporto, onde já não havia comida nem água e o calor inclemente
sufocava os milhares que aguardavam a chance de embarcar, alcançou o ápice na
quinta-feira 26, quando duas explosões bem ali ao lado deixaram um rastro de
mortes, inclusive de soldados americanos, em ataques que teriam sido executados por
homens-bomba ligados ao Estado Islâmico. Em meio à agonia provocada pela
escassez de tempo, fruto de uma operação mal calculada pelo governo Joe Biden, a
Casa Branca cogitou esticar o prazo, na próxima terça-feira, 31, para a retirada total
de suas tropas, mas os fundamentalistas refutaram bradando que atrasos trariam
“consequências”. Em reunião virtual com Biden, líderes do G7, o grupo dos mais
ricos, externaram a necessidade de expandir a janela que se fecha para tirar as
pessoas da terra dominada pelos mulás. Não deu em nada.
Até agora, 82 000 conseguiram assento em aviões, mas o dobro disso solicitou vistos
especiais para os Estados Unidos — o que dá uma dimensão do desafio por vir. A
luta para embarcar começa nas estradas que levam ao aeroporto, vigiadas pelo
exército talibã. Vencido o bloqueio, mesmo os que têm o visto para ir embora
precisam furar a multidão — 21 já morreram nessa guerra à parte, espremidos em
portões ou alvos de tiroteios. Famílias têm se separado, arranjando lugar em voos
diferentes. Crianças às vezes acabam viajando sozinhas.
Como costuma acontecer quando uma crise migratória se apresenta, as portas do
mundo nunca se abrem na medida da demanda. De acordo com o secretário de
Estado americano Antony Blinken, pelo menos treze países do Ocidente se
prontificaram a ajudar, mas em muitos casos pairam incertezas sobre quantas pessoas
acolherão e o tempo de permanência delas em seu território. “Mesmo quem
conseguir chegar aos Estados Unidos poderá vir a enfrentar anos de processo legal
até obter o asilo”, afirma Hemanth Gundavaram, da Universidade Northeastern. Os
que rumarem para a Grécia, tradicional rota de ingresso à Europa, vão dar de cara
com um muro de 40 quilômetros, recém-erguido justamente para barrá-los. Enquanto
isso, o Talibã tenta dar roupagem moderna — posando com uniformes e rifles
deixados para trás pelos americanos — àquilo que, na essência, não parece se
distinguir da velha milícia que comandou o país entre 1996 e 2001. As mulheres já
foram alertadas para não irem ao trabalho porque os soldados “não estão preparados
para respeitá-las”. Não se deram conta de que vivem no século XXI.

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