O juiz José Ribamar Mendes Júnior, presidente do Conselho da Justiça Militar Estadual, determinou a suspensão do inquérito militar aberto para apurar se o youtuber “Pastor Nelcivan Cabo da Polícia Militar” cometeu desacato ao comando da PM-TO e ao governador do Estado, enquanto não houver decisão sobre um pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) sobre a sanidade mental do policial militar reformado.

O MPE entrou com o pedido de Incidente de Insanidade Mental para sanar dúvida quanto à sanidade mental do militar reformado, apontando além das atitudes contra o comando da PM e ao governador, ameaças a vereador de Palmas, violência aos Guardas Metropolitanos e a funcionário de empresa de radar. Para o promotor Fabio Lang, que assina o pedido, os atos demonstram “aparente retorno a um estado mental corrompido”.

Ao final do processo de sanidade, se a Justiça o considerar inimputável, não poderá ser punido pelos eventuais crimes. Situação semelhante ocorreu com o agressor do presidente Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira.

Até que se decida sobre a saúde mental dele, o juiz suspendeu a investigação da Corregedoria da Polícia Militar, que resultou na prisão dele, porque ao abrir o processo sobre a sanidade fica vedada a realização de provas, nas quais seja indispensável a presença do acusado.

Apto

A defesa do youtuber já se manifestou sobre o incidente de insanidade. Apresentou várias questões que devem ser respondidas sobre a saúde do youtuber e indicou como perito o psiquiatra Emilio Fernandes Vasque Júnior. O médico já examinou o militar na terça-feira, 18, e atestou que Nelcivan, no momento, “está apto para exercer a sua vida civil”.

Na consulta médica, segundo o documento apresentado ao juiz pela defesa, Nelcivan está lúcido, dorme bem, não usa remédios e reconhece as dificuldades que teve no passado, mas diz: “já paguei por isto e me arrependo através da minha religião”.

Nelcivam cumpre prisão preventiva desde 23 de maio no 6º BPM da Capital, a pedido do tenente coronel Ricardo Apolinário de Carvalho, encarregado do inquérito agora suspenso.