Mãe diz que adolescente esfaqueado dentro de igreja queria ser pastor; suspeito do crime continua foragido
Mãe diz que adolescente esfaqueado dentro de igreja queria ser pastor; suspeito do crime continua foragido
Assassinato que aconteceu há quase 20 dias ainda não foi solucionado. Casos registrados no TO mostram que há adolescentes e jovens vítimas de crimes, bem como envolvidos na violência.
Por TV Anhanguera
Adolescente morreu na porta de igreja — Foto: Arquivo Pessoal
O adolescente de 16 anos que morreu após ser esfaqueado dentro de uma igreja em Palmas no mês passado sonhava em ser pastor, segundo a mãe Sueli Caldeira dos Santos. Nesta sexta-feira (15), completa 19 dias da morte de Matheus Caldeira e o suspeito do crime ainda não foi encontrado. A família quer justiça e ainda tenta entender as motivações do crime.
“Membro da igreja, [sonhava em] virar obreiro e chegar a ser pastor”, relata a mãe.
As câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito entrou na igreja e começou a atacar o jovem com uma faca. Mesmo ferido, ele conseguiu correr até a calçada, onde foi novamente atingido no pescoço. O criminoso fugiu em seguida, foi identificado pela polícia mas até agora não foi preso.
Matheus tinha entrado na igreja para pedir ajuda para o pastor porque estava sendo ameaçado pelo homem. A família não entende porque o menor foi assassinado. “Um jovem de 16 anos que nunca cometeu um crime, não tinha nada errado com ele. Nós estamos procurando porque aconteceu isso, meu Deus”, lamenta a avó Cleuza Ferreira Carvalho.
O caso é um dos milhares que acontecem todos os anos no Brasil, tendo crianças, adolescentes ou jovens como vítimas. Um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância aponta que a média anual de assassinatos de pessoas entre 10 e 19 anos saltou de cinco mil para quase 12 mil nos últimos 27 anos.
Levantamento aponta o aumento da participação de menores em crimes
Os casos registrados no Tocantins mostram que há adolescentes e jovens vítimas de crimes, bem como envolvidos na violência.
Um exemplo é o caso do jovem Matheus Felipe assassinado a tiro. O suspeito de atirar na cabeça dele é um adolescente. O crime aconteceu no setor lago sul em Palmas, no final do mês passado.
Também no fim de outubro, o jovem Kelve de Paula Gonçalves, de 18 anos, foi morto na capital. Um dos três suspeitos do crime morreu num confronto com policiais. Carlos Eduardo Silva Barros tinha 18 anos e 20 passagens pela polícia.
O sociólogo João Nunes atribui o desvio de conduta violenta dos jovens à falta de políticas públicas. “Isso acontece muito mais pela pressão da sociedade, a forma como ela está estruturada, baseada principalmente no mercado, no status e se cobra desse jovem, ao mesmo tempo em que não se dá a garantia suficiente para ele viver no equilíbrio social”.
A violência traz sofrimento para as famílias. O sentimento, muita vezes, é de impunidade.
“Que a justiça venha ser de fato executada na prática porque a nossa constituição é boa, só que na prática não funciona. Por isso existem esses crimes sem resposta, por isso as famílias choram como a nossa hoje está chorando. Eu assisti tantas vezes crimes hediondos, brutais na televisão e nunca pensei que um dia eu estaria aqui e quem está aí fora, pode pensar que a qualquer momento pode acontecer na sua família porque a impunidade e a criminalidade chegaram ao extremo”, desabafa a tia de Matheus Caldeira, Ivanete dos Santos.