Segundo o professor engenharia ambiental Emerson Guarda, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), o fenômeno é causado por microalgas que se formam por causa de nutrientes na água. O problema estaria relacionado ao esgoto doméstico mal tratado.

“Esses nutrientes vem de onde? Geralmente vem de esgoto doméstico, esgoto não tratado. As próprias águas pluviais, que são as chuvas, carregam essa matéria orgânica para dentro da água e faz a alga encontrar o meio ideal para proliferar e acontece esse fenômeno que a gente está vendo aqui”, explicou.

A suspeita é ainda maior porque uma estação de tratamento de esgoto fica bem próximo ao local, no setor União Sul. A grande a quantidade de microalgas forma faixas verdes dentro da água e acaba aparecendo também na margem do ribeirão.

Essas algas liberam toxinas que podem prejudicar a saúde das pessoas e do meio ambiente. “Elas podem tanto atacar a pele, se a gente tiver contato com essa água, e também provocar alguns problemas se for ingerida”, explicou o professor.

Foi exatamente isso que aconteceu com o funcionário público. Claudemir Aires Toledo. “A gente está sofrendo muito aqui. Aquelas algas verdes é só doença. Eu mergulhei e quando saí passei muito mal à noite, com mais de 40 graus de febre. A partir desse dia eu nunca mais tive coragem de entrar nessas águas.”

A concessionária de água de Palmas, BRK Ambiental, afirma que não há relação entre as algas encontradas no Ribeirão Taquarussu e o esgoto tratado pela concessionária. A empresa disse que a presença de algas pode ser observada em pontos anteriores ao lançamento do esgoto tratado, o que evidencia que o fenômeno da floração de algas não é causado ou agravado por este lançamento.

A Prefeitura de Palmas informou, em nota, que o relatório da análise da água está na fase final e que só a partir dele a gestão irá tomar providências.