Ministro Augusto Heleno nega que aproximação com Israel signifique afastamento do mundo árabe

Ministro Augusto Heleno nega que aproximação com Israel signifique afastamento do mundo árabe

‘Nos interessa essa aproximação com Israel, sem que isso signifique de maneira nenhuma um afastamento da comunidade árabe’ disse o ministro Chefe de Gabinete de Segurança Institucional
O ministro Chefe de Gabinete de Seguranca Institucional, General Augusto Heleno, negou que o fortalecimento das relações com Israel signifique que o Brasil esteja num movimento de distanciamento dos países árabes. Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O ministro Chefe de Gabinete de Seguranca Institucional, General Augusto Heleno, negou que o fortalecimento das relações com Israel signifique que o Brasil esteja num movimento de distanciamento dos países árabes. Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

JERUSALÉM — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, negou que o fortalecimento das relações com Israel signifique que o Brasil esteja num movimento de distanciamento dos países árabes. Heleno integra a comitiva do presidente Jair Bolsonaro que chegou neste domingo a Israel para uma visita de quatro dias.

Heleno explicou que considera natural o interesse do Brasil em ter laços de cooperação com Israel em áreas nas quais o país tem tecnologias avançadas, como a militar e a de dessalinização de água. Mas afirmou que isso não deve ser visto como sinal de antagonismo com o mundo árabe.

— Nos interessa essa aproximação com Israel, sem que isso signifique de maneira nenhuma um afastamento da comunidade árabe. Isso precisa ficar muito claro — afirmou.

O ministro alegou falta de tempo ao minimizar o fato de Bolsonaro não dividir sua agenda entre israelenses e palestinos, a exemplo do que fez o ex-presidente Lula em 2010, quando se tornou o primeiro chefe de Estado brasileiro a visitar Israel.

— Nem se pensou nisso — disse Heleno, rejeitando que haja favorecimento de Israel em detrimento dos palestinos. — Não há desequilíbrio: Outro dia nós fomos ao Chile e não fomos à Argentina. Vai ter outra época para isso. Estão querendo fazer ilações que não são corretas.

Uma das principais preocupações entre setores exportadores é de que a aproximação com Israel leve países árabes a reduzir o comércio  com o Brasil, principalmente diante da promessa feita por Bolsonaro de que pretendia transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Ainda não está claro, porém, qual será a decisão do presidente e se ela será anunciada durante a visita.

Após ser recebido no aeroporto de Tel Aviv pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Bolsonaro volta a se reunir com ele neste domingo, quando está prevista a assinatura de seis acordos bilaterais em áreas como ciência e tecnologia, defesa, segurança pública e cibersegurança e saúde. Heleno não quis adiantar quais seriam os ganhos concretos do Brasil em, por exemplo, transferência de tecnologia militar avançada de Israel.

— A vinda aqui não quer dizer que a gente vá comprar uma série de coisas, porque hoje nós não estamos em condições de fazer isso. Mas é lógico que Israel é um país extremamente desenvolvido na área de equipamento militar e sempre é bom estar em contato com eles. Se houver uma proposta que seja razoável e nos interesse, pode acontecer, mas nada específico.

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