Moscou: declaração de Bolton sobre Doutrina Monroe é um insulto a toda América Latina

Manifestante durante protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas

Moscou: declaração de Bolton sobre Doutrina Monroe é um insulto a toda América Latina

© REUTERS / Adriana Loureiro
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A declaração do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, de que Washington não tem medo de usar as palavras “Doutrina Monroe” em relação à Venezuela é um insulto a toda América Latina, disse o chanceler russo Sergei Lavrov.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, lembrou que, após a criação da ONU em 1945, a lei internacional é regulada por essa organização, a mais legítima e universal.

“A teoria e prática dos ‘quintais’ é, de uma maneira geral, ultrajante. Suponho que os países da América Latina reagirão a essa declaração de John Bolton. Ele mencionou a Doutrina Monroe em relação à Venezuela, mas insultou toda a América Latina”, declarou Lavrov após as negociações com o chanceler do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani.

Recentemente, Bolton declarou que os EUA buscam criar uma coalizão para mudar o governo atual na Venezuela, acrescentando que “nessa administração não temos medo de usar as palavras Doutrina Monroe”.

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Em 23 de fevereiro, a oposição venezuelana tentou fazer entrar na Venezuela, a partir do Brasil e da Colômbia, a chamada ajuda humanitária que inclui medicamentos e alimentos provenientes dos EUA e de outros países.

As autoridades venezuelanas rejeitaram as entregas de ajuda patrocinada pelos EUA e afirmaram que as declarações sobre a crise humanitária se destinam a justificar uma invasão da Venezuela.

A tensão política na Venezuela aumentou desde que, em janeiro de 2019, o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino do país.

Os EUA e vários países da Europa e América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino do país. A Rússia e muitos outros países manifestaram seu apoio a Maduro como presidente legítimo do país e exigiram que os outros países respeitem o princípio de não interferência nos assuntos internos do país latino-americano.

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