O documento faz uma análise sobre os registros de 2021, quando os acidentes causaram 68 mortes e deixaram 473 vítimas em estado grave. Segundo os dados analisados, entre os meses de maio e setembro houve um aumento dos acidentes graves.

A maior parte das vítimas é do sexo masculino: foram 346 feridos graves e 61 mortes. Enquanto 127 mulheres ficaram em estado grave e sete morreram.

Os números apresentaram um aumento exponencial em relação aos anos anteriores. Em 2020, por exemplo, tinham sido 41 mortes no trânsito da capital, enquanto no ano anterior tinham sido 48.

Para o programa Vida no Trânsito, esse aumento pode estar relacionado à diminuição dos impactos da pandemia, uma vez que o isolamento social favoreceu a menor circulação nas vias.

O levantamento ainda demonstra que a faixa etária entre 18 e 25 anos concentra o maior número de vítimas na capital. O dado confirma estatística da Organização PanAmericana de Saúde (OPAS), que aponta as lesões no trânsito como principal causa de mortes entre jovens e adultos de até 29 anos.

Os dados mostram que do total de vítimas graves, 340 estavam conduzindo motocicletas. No caso das mortes, 38 pessoas estavam nessa mesma condição. O aumento pode estar relacionado ao aumento expressivo da frota desse tipo de veículo.

Do total dos casos analisados, mais de 45% dos acidentes graves e fatais tiveram o álcool como principal fator associado.

“O diagnóstico é que o álcool ainda continua sendo um dos principais fatores que levam ao acidente de trânsito. Nós temos outros fatores como a velocidade e a infraestrutura, que também tem contribuído para os acidentes”, comentou o coordenador do PVT em Palmas, Zuilton Chagas.

Segundo o coordenador, o relatório será encaminhado aos órgãos competentes que cuidam da infraestrutura. “É o caso da ausência de sinalização, iluminação. No perímetro urbano de Palmas nós temos várias instituições responsáveis, como governo federal, estadual e municipal, todos têm que tomar ciência do que está acontecendo”, explicou.

Outro dado importante mostra o aumento no número de acidentes envolvendo pedestres. Foram 22 feridos graves e cinco mortes. Isso serve de alerta sobre o uso de equipamentos que causam distração como celulares, no momento da travessia das vias.

As análises apontam que os acidentes ocorrem principalmente no perímetro urbano de rodovias que cortam a cidade e em avenidas da capital. A BR-010 aparece em primeiro lugar com 42 vítimas graves e 12 mortes.

O segundo lugar é da Avenida Teotônio Segurado, com 31 feridos graves e 10 mortes, seguida pela TO-050, com 21 e sete, respectivamente.

Para a coordenação do Programa Vida no Trânsito, o levantamento reforça o perfil das vítimas e demonstra que os fatores envolvidos nos acidentes são modificáveis, sendo necessário esforço conjunto do poder público e da população para enfrentar os índices.

“Esse relatório vai ser encaminhado aos órgãos responsáveis pela via, tanto da parte de educação como fiscalização e engenharia, para que sejam tomadas as providências”, disse o coordenador.

O levantamento foi feito com dados de diversas instituições que atuam no atendimento a acidentes de trânsito da capital, como a Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmu), Polícia Civil do Tocantins, Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-TO), Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística.