Motorista escolar denuncia tortura policial da PM durante abordagem em Silvanópolis


Edson Rodrigues registrou BO relatando agressão após ter criticado dois policiais militares por
omissão de socorro à esposa durante pane em veículo; PM nega tortura e diz que vítima
desacatou policiais
28/05/2020 – 09:10
O motorista escolar de Silvanópolis Edson Rodrigues da Silva, 50 anos, denunciou à Polícia
Civil ter sido agredido por dois policiais militares na noite de 24 de maio. Os militares estavam
fardados e desceram da viatura numa rua escura, já descendo o cassetete que lhe acertou na
clavícula, no ombro direito e nas costas. Segundo Silva, o motivo do ataque é por ele ter dito aos
policiais que omissão de socorro é crime.
Tudo começou, na versão de Silva, quando o carro quem conduzia com a esposa sofreu uma
pane na rodovia BR-010 na tarde do dia 24 de maio. Ele precisou seguir a pé para a cidade com a
esposa. A mulher tem dificuldades de se locomover em decorrência de um Acidente Vascular
Cerebral (AVC) e ele pediu carona aos policiais que passavam com a viatura. Os dois policiais
negaram a ajuda com base nos decretos estaduais que regulam os procedimentos policiais.
Durante a pandemia de Covid-19 a PM adotou procedimentos internos especiais.
Horas depois, segundo seu relato, assim que chegou ao município ele parou para comprar água
em um restaurante onde os dois policias serviam refeição. “No restaurante eles fizeram chacota,
“chegou, né?’ e eu respondi que omissão de socorro é crime e fui embora, eu ainda tinha de
caminhar mais 1 km”, completa.
Edson Rodrigues registrou BO e vai levar caso de
tortura policial ao Gecep (Foto: Arquivo Pessoal)
28/05/2020 Motorista escolar denuncia tortura policial durante abordagem em Silvanópolis
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Silva sofreu um infarto no miocárdio há cerca de 4 anos e está afastado das atividades. Ele relata
que chegou a fazer xixi durante a agressão. “Eles me bateram, me jogaram em cima do capô da
viatura, depois jogaram minhas coisas no chão e me mandaram ir embora”. Silva disse que
aguarda o laudo para levar o caso ao GECEP (Grupo Especial do Controle Externo da Atividade
Policial).
Versão da PM
A assessoria de comunicação da PM afirma que a corporação não recebeu nenhuma denúncia
sobre esse fato. De acordo com a nota da corporação há registro de um Termo Circunstanciado
de Ocorrência (TCO) contra o motorista “por desacato aos policiais militares que estavam de
serviço em Silvanópolis” naquele dia.
“A versão dos policiais é que o denunciante estava com o veículo danificado e pediu carona,
sendo informado pelos componentes da guarnição que devido a pandemia não era recomendado
tal procedimento, uma vez que o solicitante não apresentou nenhuma necessidade iminente de
socorro”, afirma a nota da PM.
Segundo o texto, caso o motorista formalize “denuncia com fatos consistentes” a Corregedoria
irá instaurar “os procedimentos administrativos cabíveis”.

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