MPDFT apura caso de militares vítimas de homofobia após beijo gay

MPDFT apura caso de militares vítimas de homofobia após beijo gay

Em áudio atribuído a coronel da PMDF, oficial diz que foto, tirada na festa de formatura, fez corporação virar “motivo de chacota nacional”

Reprodução/Instagram

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ATUALIZADO 14/01/2020 8:49

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Aimagem de dois policiais militares, um homem e uma mulher, beijando os respectivos companheiros durante a formatura de praças da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ganhou as redes sociais na última semana. Apesar de ser uma cena de afeto, onde os casais davam um selinho em comemoração à conquista do parceiro, a foto foi alvo de comentários maldosos. As vítimas dos ataques eram dois casais homoafetivos. A manifestação de carinho provocou a ira de conservadores de dentro e de fora da corporação.

Um áudio atribuído a um coronel da corporação escancara críticas aos policiais que beijaram os companheiros do mesmo sexo trajando as fardas da corporação. “A porção terminal do intestino é deles e eles fazem o que quiserem”, ofendeu o militar. Ao Metrópoles, a PMDF informou, por meio de nota, que não concorda com quaisquer tipos de preconceito. “As críticas divulgadas em redes sociais são opiniões pessoais e não condizem com o ponto de vista do comando da corporação. Com o objetivo de evitar maiores exposições e controvérsias, nenhum integrante da corporação está autorizado a conceder entrevista sobre o assunto”, diz o texto.

Manifestação na CLDF

O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa, deputado distrital Fábio Felix (PSol), defendeu os militares que postaram em suas redes sociais pessoais o “selinho” com os namorados.

“Fizemos um documento e estamos enviando um requerimento para o comando e para a corregedoria para investigar a atitude de alguns militares e até oficiais da reserva que se posicionaram de forma preconceituosa. Nossa demanda é para que a corporação tome uma atitude contra esses militares que não levam em conta que o STF já se posicionou a favor de igualar o crime de homofobia ao de racismo”, destacou Fábio Felix.

Sobre a possibilidade de isolamento do militar por colegas, conforme dito em áudios com conteúdo preconceituoso, o presidente da CDH alerta. “Eu tenho a esperança de que a sociedade está mudando e espero que as pessoas que pensam assim mudem. Ele é um pioneiro e pode abrir portas para que outros que não têm coragem de se declarar o façam. Ele vai sofrer, mas está abrindo uma porta para os demais”.

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