Na Venezuela, general de alto escalão renega Maduro e apoia Guaidó

Na Venezuela, general de alto escalão renega Maduro e apoia Guaidó

Em vídeo no Twitter, o general Francisco Yañez, membro do alto comando da Força Aérea, diz que 90% das Forças Armadas estão contra Maduro; ele é o primeiro militar de alto escalão, na ativa, a reconhecer Juan Guaidó

Redação, O Estado de S.Paulo

02 Fevereiro 2019 | 13h08

CARACAS – Um general de alta patente da Força Aérea venezuelana disse renegar a autoridade do presidente Nicolás Maduro e reconheceu o líder oposicionista Juan Guaidó como chefe de Estado em exercício, em um vídeo compartilhado em sua conta no Twitter neste sábado, 2. Ele é o primeiro militar de alto escalão, na ativa, a reconhecer o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.

Efecto Cocuyo

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“El 90% de la Fanb no está con el dictador”, general de la Aviación reconoce a Guaidó como presidente (E) http://efectococuyo.com/principales/el-90-de-la-fanb-no-esta-con-el-dictador-general-de-la-aviacion-reconoce-a-guaido-como-presidente-e/ 

“El 90% de la Fanb no está con el dictador”, general de la Aviación reconoce a Guaidó como presid…

“El 90% de la Fanb no está con el dictador”, General de aviación reconoce a Juan Guaidó como presidente encargado de Venezuela

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No vídeo, o general Francisco Yañez, membro da alto comando da Força Aérea, pede aos militares que desertem. A página do alto comando na Internet lista ele, junto com uma foto, como chefe de planejamento estratégico da Força Aérea.

“Me dirijo a vocês para informá-los que não reconheço a autoridade ditatorial e autoritária de Nicolás Maduro e reconheço o deputado Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela”, declarou Yañez, que aparece uniformizado no vídeo, feito em um local desconhecido.

 

Para especialista, Forças Armadas da Venezuela são pragmáticas -

Para especialista, Forças Armadas da Venezuela são pragmáticas – ‘abandonam presidentes que perdem o apoio do povo e evitam conflito militar’ Foto: Bloomberg photo by Carlos Becerra

Yañez, diretor de Planejamento Estratégico do alto comando da Aviação Bolivariana, na base aérea de La Carlota, no leste de Caracas, assegurou que “90% da Força Armada Nacional Bolivariana (FAN) não estão com o ditador, estão com o povo da Venezuela”.

“Com os acontecimentos das últimas horas, a transição à democracia é iminente, continuar mandando a Força Armada seguir reprimindo o nosso povo é continuar com as mortes de fome, de doenças e, Deus me livre, de combates entre nós mesmos”, advertiu.

 

PARA ENTENDER

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Protestos foram convocados pela oposição e receberam apoio dos Estados Unidos.

Segundo o general Yañez, “companheiros democratas” do grupo aéreo presidencial lhe informaram que “o ditador tem todos os dias dois aviões prontos”. “Que vá embora!”, enfatizou.

“É um duro golpe para a FANB, embora não tenha comando”, disse à AFP a especialista em questões militares Rocía San Miguel. Em sua conta no Twitter, o alto comando acusou o general de traição.

Manifestações na Venezuela

Guaidó, que neste sábado comandará uma manifestação exigindo a saída de Maduro do poder, oferece anistia aos militares que tentarem quebrar o principal apoio do governo, a Força Armada.

“Convido todo o povo da Venezuela a sair pacificamente às ruas e defender o nosso presidente Juan Guaidó. Aos meus companheiros de armas, peço que não deem as costas ao povo da Venezuela, não reprimam mais”, acrescentou.

A cúpula da Força Armada declarou em várias ocasiões sua lealdade absoluta ao presidente, mas a instituição mostra fissuras.

Em 21 de janeiro, dois dias antes de Guaidó se autoproclamar presidente interino, 27 militares da Guarda Nacional se rebelaram contra Maduro, e após se entrincheirarem em um quartel de Caracas, foram detidos.

Essa rebelião fez explodir surtos de violência, com pequenos protestos e roubos, que deixaram em uma semana 40 mortos e 850 detidos, segundo relatórios da ONU.

A ONG Controle Cidadão, presidida por San Miguel, calcula que 180 efetivos tenham sido detidos em 2018 acusados de conspirar, e 10.000 membros da Força Armada tenham pedido baixa desde 2015./ AFP, REUTERS e AP

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