“Às 10h eu faço esse trajeto para eu ir para o serviço. Vou esperar o meu patrão ali do outro lado para eu ir para o serviço. Eu me deparei com a bicicleta aqui, na beira do buraco. Aí eu não tive coragem, na hora, de olhar né. As pernas bambearam logo. Só que eu já conheci a bicicleta. Aí eu olhei para os lados. Aí eu fui chamar o meu sobrinho ali para nós olharmos. Aí quando a gente olhou ele disse ‘não, é a do vô mesmo’, fomos olhar e ele estava dentro do bueiro”.

A galeria pluvial estava aberta, sem tampa. O seu Manoel trabalhava como mestre de obras e estava desaparecido desde a noite de quinta-feira (4). O local onde ele foi encontrado é um canteiro entre as pistas da TO-050 e as marginas.

Os moradores usam o trecho pra fazer a travessia entre as vias. O local tem mato alto e nenhuma estrutura. Quem mora na região afirma que a noite o ponto não tem iluminação.

“A trajetória das pessoas aqui é só essa passagem aqui, que eles mesmos fizeram, improvisaram. É só de marcas de pés que abriram esse caminho bem aqui e outro ‘gato’ que tem bem ali. Passagem mesmo, decente, com passarela, não tem nada”, diz Nilson Conceição, outro filho da vítima.

Os filhos não sabem se o idoso ingeriu bebida alcoólica. Manuel Sales da Conceição deixa 10 filhos e esposa. A família está inconformada com a morte.

“Poderia ter sido evitado. Mesmo que ele caísse. Se tivesse uma tampa aqui, uma simples tampa, ele teria se machucado, mas não teria vindo a óbito”, completa Nilson.

A Agência Tocantinense de Obras informou que “não há necessidade de placa de sinalização indicativa de galeria pluvial em rodovia, porque ela fica sob a rodovia de forma encoberta pela pista”. Disse ainda que a Residência Rodoviária da Ageto de Porto Nacional vai enviar um técnico na segunda-feira (8), para examinar o trecho e verificar se há alguma irregularidade nas bocas-de-lobo e demais equipamentos de drenagem da rodovia.