O que é a CPI Lava Toga?
O que é a CPI Lava Toga? Veja quem assinou o requerimento e entenda o que ela pretende investigar.
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) alcançou na última quinta-feira (14) o número mínimo de 27 assinaturas para protocolar o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, a chamada “CPI Lava Toga“.
Esta será a segunda tentativa de emplacar a CPI no Senado. Na primeira, no dia 11 de fevereiro, o texto já tinha sido protocolado na mesa diretora do Senado quando foi arquivada após alguns parlamentares mudarem de ideia.
Katia Abreu (PDT-TO), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Gomes (MDB-TO) retiraram suas assinaturas de última hora.
A expectativa do é que agora o resultado seja diferente e que a CPI seja formalmente protocolada no Senado Federal.
Qual o objetivo da CPI Lava Toga?
Segundo o texto, o objetivo da comissão é “investigar condutas ímprobas, desvios operacionais e violações éticas por parte de membros do Supremo Tribunal Federal e de tribunais superiores do país”.
Na justificativa para apresentação da CPI, o senador Alessandro Viera destaca que o Brasil está descontente com a prestação dos serviços judiciários nos tribunais superiores, “notadamente pelo hiperbólico ativismo judicial e por decisões desarrazoadas, desproporcionais e desconexas com os anseios da sociedade, sem que se verifique uma atitude edificante do Poder Judiciário para mudar essa tendência”.
O novo pedido de criação da CPI Lava Toga deixa claras 13 condutas do Judiciário que se pretende investigar.
Quais as condutas que os senadores pretende investigar?
- Recebimento por parte de ministros de pagamentos por palestras proferidas aos advogados e escritórios de advocacia do Banco Bradesco.
- Exercício de atividades típicas de administração por parte de ministros em sociedade comercial.
- Atuação como julgador do Ministro Dias Toffoli em processos em que uma das partes era sua credora, sem que se tenha declarado suspeito.
- Participação de ministros em julgamentos para os quais se encontrariam impedidos, como os casos casos de decisões recentes de Gilmar Mendes, do STF.
- Concessão de Habeas Corpus pelo ministro Gilmar Mendes em favor do empresário Jacob Barata Filho.
- Decisão do ministro Dias Toffoli, proferida às 03:45 da manhã, interferindo em matéria interna corporis do Senado Federal.
- Procedimentos decisórios diametralmente opostos para situações análogas, de lavra do ministro Gilmar Mendes.
- Uso abusivo de pedidos de vista para retardar decisões do Plenário.
- Reversão pelo Plenário do STF, no prazo recorde de dois dias, de decisão liminar proferida pelo ministro Marco Aurélio Mello, que havia afastado o Presidente do Senado Federal em dezembro de 2016, senador Renan Calheiros.
- Concessão de liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 5835, em março de 2018.
- Recebimento, pelo ex-ministro do STJ Cesar Asfor Rocha, de pelo menos R$ 5 milhões de reais da empreiteira Camargo Corrêa.
- Participação do Corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, e dos ex-corregedores, ministros João Otávio de Noronha e Francisco Falcão em processos de clientes de seus respectivos filhos.
A CPI Lava Toga será oficialmente criada desta vez?
Uma precaução importante tomada pelo senador Alessandro Veira foi de esperar um pouco mais para protocolar o novo pedido, que deve ser apresentado no início da semana que vem.
O parlamentar quer um problema semelhante ao da primeira tentativa acumulando mais de 27 assinaturas, que é o mínimo exigido (um terço da Casa). A “gordura” extra evitará que desistências repentinas prejudiquem a criação da comissão.
Segundo o Congresso em Foco, Vieira afirmou:
“Alguns colegas pediram um pequeno prazo. Querem assinar, mas estão aguardando parecer jurídico de suas assessorias ou uma decisão partidária. Que é o caso da bancada do PT. Caso haja a retirada [de alguma assinatura], a gente espera ter uma margem que supere qualquer tipo de indefinição.”
Quem são os signatários até agora do pedido de CPI Lava Toga?
Até o momento de produção desta matéria sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, 27 senadores haviam assinado o pedido para criação da mesma.
Confira abaixo quem são eles:
1. Alessandro Vieira (PPS-SE)
2. Jorge Kajuru (PSB-GO)
3. Selma Arruda (PSL-MT)
4. Eduardo Girão (Podemos-CE)
5. Leila Barros (PSB-DF)
6. Fabiano Contarato (Rede-ES)
7. Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
8. Marcos do Val (PPS-ES)
9. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
10. Plínio Valério (PSDB-AM)
11. Lasier Martins (Pode-RS)
12. Styverson Valentim (Pode-RN)
13. Álvaro Dias (Pode-PR)
14. Reguffe (Sem partido-DF)
15. Oriovisto Guimarães (Pode-PR)
16. Cid Gomes (PDT-CE)
17. Eliziane Gama (PPS-MA)
18. Major Olímpio (PSL-SP)
19. Izalci (PSDB-DF)
20. Carlos Viana (PSD-MG)
21. Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
22. Esperidião Amin (PP-SC)
23. Jorginho Mello (PR-SC)
24. Telmário Mota (PROS-RR)
25. Soraya Thronicke (PSL-MS)
26. Elmano Férrer (Podemos-PI)
27. Roberto Rocha (PSDB-MA)