O que explica a nuvem de poeira que atingiu SP e MG no domingo?

O que explica a nuvem de poeira que atingiu SP e MG no domingo?

Fenômeno se deve a um prolongado período de estiagem associado a rajadas de vento muito fortes, que chegaram a 95 km/h

  • TECNOLOGIA E CIÊNCIA | Sofia Pilagallo*, do R7

Evento é comum no Brasil, mas chamou a atenção pela extensão da área alcançada

Evento é comum no Brasil, mas chamou a atenção pela extensão da área alcançada

DIVULGAÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS

Cidades do interior de São Paulo, no norte do estado, foram atingidas na tarde de domingo (26) por uma intensa nuvem de poeira que transformou o dia em noite e assustou moradores. O fenômeno foi registrado sobretudo na cidade de Ribeirão Preto, mas também em Orlândia, Jardinópolis, Viradouro, Franca e no sul de Minas.

Segundo a meteorologista Carine Gama, do Climatempo, as tempestades de poeira são comuns no Brasil em regiões de clima árido e semiárido durante os períodos de estiagem, mas o fenômeno deste fim de semana chamou a atenção pela extensão da área alcançada. No ano passado, os brasileiros vivenciaram dois fenômenos desse tipo, em 13 de agosto e em 26 de novembro.

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“O evento pode ser explicado por dois fatores principais: uma estiagem muito prolongada e rajadas de vento muito fortes, que chegaram a atingir entre 90 e 95 quilômetros por hora”, afirma Carine.

“Com a estiagem, acumulam-se partículas de poeira no solo, provenientes dos centros urbanos e também das queimadas — então, veio o vento, levantou a poeira e deu origem à formação da nuvem, que alcançou milhares de quilômetros”, completa ela.

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Carine diz que a estiagem no centro do Brasil é bastante ampla durante o inverno. No Estado do Tocantins, por exemplo, chega a ficar cerca de 120 dias sem chover. No caso do norte de São Paulo e do sul de Minas Gerais, esse período foi de 103 dias.

Desde meados de março, quando terminou o verão, as chuvas vêm sendo muito irregulares e houve queda de precipitações apenas durante o outono, de forma muito pontual e passageira. Com isso, ocorreu também um aumento dos focos de queimadas na região atingida pela tempestade, bem como em boa parte do Cerrado, da Floresta Atlântica e da Floresta Amazônica.

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De acordo com relatos de moradores, a tempestade derrubou árvores, diminuiu a visibilidade nas estradas e assustou a todos que passavam pela região. Vídeos da imensa nuvem de poeira encobrindo a cidade de Ribeirão Preto viralizaram nas redes sociais.

O susto foi grande, mas a boa notícia é que, na última quarta-feira (22), o Brasil entrou na primavera, estação úmida e marcada por chuvas frequentes, o que reduz significativamente o tempo de estiagem e desfavorece a formação de possíveis nuvens de poeira. Os destaques climáticos agora serão os temporais, aquelas chuvas fortíssimas no fim da tarde, muitas vezes acompanhadas de granizo e outras precipitações.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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