Em um dos casos, um grupo de cinco criminosos saiu de dentro de um matagal e abordou um motociclista. A vítima estava trabalhando e tinha reduzido a velocidade para procurar o endereço de entrega dos alimentos.

“O medo. Insegurança demais. Tem muito setor escuro e a gente fica receoso na hora de entregar”, disse o trabalhador que não quis se identificar.

Outro entregador conta, ainda com medo, quando também foi alvo de ladrões. “Eu estava voltando da entrega, ai um homem e uma mulher entraram no meio. Armado, já foi quebrando meu visor com o revólver, mandando eu parar e já parou minha moto e já foi sentido Filadélfia”, lembrou.

A empresária Leia Oliveira, que trabalha no mesmo ramo, explica que a situação prejudica também as vendas. “Acaba tendo um reflexo negativo nas vendas, nas entregas. Nossas entregas tendem a cair porque os entregadores ficam temerosos com essas situações. Com essa violência tomando conta de Araguaína”, disse preocupada.

Mesmo com tantos casos, o levantamento da Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontou que houve redução na quantidade de roubos no Tocantins. Foram 6.328 casos registrados em 2018 e 5.420 em 2019. Só em Araguaína foram 1.616 roubos no ano passado contra mais de 2 mil em 2018.

O delegado Breno Alves informou que a Polícia Civil está “tentando bolar estratégias investigativas para ampliar ainda mais o que já foi conseguido, mas realmente são números muito altos”.

O tenente da PM, Valdeones Dias, diz que o policiamento nas ruas da cidade está sendo intensificando. “Infelizmente o crime acontece, aqui é uma cidade bem dinâmica e a Polícia Militar sabe da sua obrigação, sabe do seu desdobramento tem que ser positivo”. Ainda segundo ele, vários objetos roubados são recuperados e suspeitos presos após os assaltos.

No meio da violência, os moradores continuam trabalhando com medo. “A gente fica com aquele receio de ser assaltado. De qualquer hora ser aquele momento de ser surpreendido”, disse o entregador Lenis Sousa.