PF investiga propinas no BRB por aplicações que receberam R$ 35 milhões do Igeprev

PF investiga propinas no BRB por aplicações que receberam R$ 35 milhões do Igeprev

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 29, operação Circus Maximus para desarticular uma organização criminosa instalada no Banco de Brasília (BRB). Segundo a corporação, um suposto esquema de pagamento de propinas de R$ 16,5 milhões a diretores e ex-diretores da instituição financeira eram realizados em troca de investimentos em alguns projetos, entre eles está o LSH Lifestyle, o extinto Trump Hotel, localizado no Rio de Janeiro, empreendimento o qual o Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) investiu R$ 35 milhões.

O investimento de R$ 35 milhões no LSG Lifestyle ocorreu em 2014 e foi revelado após a sindicância do próprio órgão realizada em 2015. Em nota ao site Metrópoles, o Ministério Público do Distrito Federal afirmou que a organização criminosa instalada no BRB vem praticando junto com empresários e agentes financeiros autônomos, crimes contra o sistema financeiro, corrupção, lavagem de dinheiro e gestão temerária desde 2014, mesmo ano da aplicação do Igeprev.

Relatório da operação diz que houve pagamentos indevidos para liberar, via BRB, recursos do Igeprev do Tocantins, do Regime de Previdência Social do município de Santos, do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS) e de fundos próprios do BRB, entre outros. A Folha de São Paulo teve acesso ao documento da PF.

O documento sustenta que as propinas eram pagas por meio de entregas de quantias em espécie, não raro com a emissão de notas fiscais frias por empresas que simulavam serviços para justificar as saídas dos recursos das empresas pagantes. Uma delas era a Globomix Servicos de Concretagem, de Diogo Cuoco, filho do ator Francisco Cuoco.

Outro alvo é Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do general João Baptista Figueiredo, último presidente brasileiro na ditadura militar (1979-1985). Ele associou-se em 2013 ao presidente americano, Donald Trump, para explorar o hotel de luxo, na Barra da Tijuca. A Trump Organization cedeu sua marca para o empreendimento até 2016, mas se retirou do negócio depois que ele passou a ser investigado.

A operação Circus Maximus se baseia nas delações premiadas de executivos da Odebrecht, do corretor Lúcio Bolonha Funaro e do empresário Ricardo Siqueira Rodrigues. Entre os investigados estão o presidente licenciado do BRB, Vasco Cunha Gonçalves, o recém-nomeado para presidir o Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), e os diretores Financeiro e de Relações com Investidores, Nilban de Melo Júnior, e de Serviços e Produtos, Marco Aurélio Monteiro de Castro.

A PF cumpre mandados de prisão temporária e preventiva, além de busca e apreensão de documentos, aparelhos eletrônicos e telefones celulares em endereços comerciais e residenciais no Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

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