Relatório sobre lixo em galpão é concluído e empresas podem ser multadas em até R$ 50 milhões

Por G1 Tocantins

 


Lixo foi encontrado dentro de galpão em Araguaína — Foto: Felipe Maranhão/TV AnhangueraLixo foi encontrado dentro de galpão em Araguaína — Foto: Felipe Maranhão/TV Anhanguera

Lixo foi encontrado dentro de galpão em Araguaína — Foto: Felipe Maranhão/TV Anhanguera

A Secretaria de Meio Ambiente de Araguaína divulgou nesta quarta-feira (28) o relatório feito após fiscais encontrarem toneladas de lixo hospitalar em um galpão do Distrito Agroindustrial da cidade. Duas empresas ligadas a família Olinto serão autuadas e podem pagar multas de até R$ 50 milhões por danos ao meio ambiente e despejar resíduo infectante em local impróprio.

O relatório também informa a quantidade exata de lixo retirada do galpão. Ao todo, foram encontrados 90.610 mil quilos de resíduos ligados a hospitais públicos do Tocantins, sendo que a grande maioria estava no galpão. Porém, 1.950 quilos foram localizados em um caminhão apreendido hotel da família Olinto. O material levou 12 dias para ser recolhido.

No último final de semana, após denúncia, a Polícia Civil encontrou mais lixo hospitalar enterrado em uma fazenda da família Olinto. Segundo a Prefeitura de Araguaína, o governo do Estado será notificado a pagar o valor gasto pelo município para coletar o lixo irregular recolhido na cidade.

O relatório aponta ainda que as empresas Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora, que seria do ex-juiz eleitoral e advogado João Olinto, e a Agromaster, dona do caminhão encontrado no hotel, descumpriram normas e princípios de proteção ambiental. A segunda firma seria do deputado Olyntho Neto (PSDB), que negou envolvimento no esquema.

Os fiscais verificaram que além do depósito irregular, as empresas não tinham licença ou autorização para funcionamento. Além disso, o galpão encontrado no distrito agroindustrial estava em total desacordo com as normas ambientais e não possuía licença ambiental.

O relatório apontou também que os resíduos saíram dos hospitais regionais de Araguaína, Gurupi e Porto Nacional. As unidades eram atendidas pela Sancil, contratada pelo Estado sem licitação. O próprio secrétario de saúde do Estado admitiu que a empresa não tinha capacidade técnica para fazer o serviço.

As duas empresas podem ser multadas em até R$ 50 milhões por diversas infrações as leis ambientais. Porém, segundo o munícipio, o valor da multa será definido junto ao Ministério Público Estadual.

João Olinto se entregou no Forúm de Palmas — Foto: Djavan Barbosa/Jornal do TocantinsJoão Olinto se entregou no Forúm de Palmas — Foto: Djavan Barbosa/Jornal do Tocantins

João Olinto se entregou no Forúm de Palmas — Foto: Djavan Barbosa/Jornal do Tocantins

Prisões

O ex-juiz eleitoral João Olinto Garcia de Oliveira, pai do deputado estadual Olytho Neto (PSDB) se entregou na noite desta terça-feira (27) em Palmas. Ele é investigado no escândalo do lixo hospitalar e é suspeito de organização criminosa e crime ambiental.

Para a Polícia Civil, ele seria o verdadeiro dono da Sancil Sanantônio. Duas mulheres que aparecem como sócias da empresa tiveram as prisões revogadas e já prestaram depoimento.

Filho do ex-juiz eleitoral, o advogado Luiz Olinto foi preso no último fim de semana em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela Justiça de Araguaína. De acordo com o delegado Romeu Fernandes, que responde pelas investigações, Luiz Olinto seria responsável por fazer pagamentos da empresa Sancil Sanantonio.

Os dois estão detidos em carceragem da Polícia Militar em Palmas e devem ser transferidos nos próximos dias.

O escândalo do lixo hospitalar está sendo investigado pela Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de contas. Além disso, o senado federal pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde sobre o descarte irregular de lixo hospitalar no Tocantins.

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