STF condena Geddel a 14 anos de prisão no caso do bunker com R$ 51 mi

STF condena Geddel a 14 anos de prisão no caso do
bunker com R$ 51 mi
Ex-ministro e seu irmão, ex-deputado Lúcio Vieira Lima, foram condenados por lavagem de
dinheiro e associação criminosa
22.out.2019 às 18h14
Atualizado: 22.out.2019 às 20h34
BRASÍLIA
Reynaldo Turollo Jr.
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou nesta terça-feira (22) o
ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, ambos do MDB da
Bahia, pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A pena de Geddel foi fixada em 14 anos e 10 meses de prisão, mais multa de cerca de R$ 1,6 milhão.
A pena de Lúcio ficou em 10 anos e 6 meses, mais multa de cerca de R$ 900 mil. Também foi
imposta uma reparação de R$ 52 milhões por danos morais.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) – Ueslei Marcelino-3.jul.17/Reuters
22/10/2019 STF condena Geddel a 14 anos de prisão no caso do bunker com R$ 51 mi – 22/10/2019 – Poder – Folha

Geddel está preso preventivamente na Papuda, em Brasília, desde setembro de 2017, e sua prisão foi
mantida. Lúcio está em liberdade. Antes da execução da pena, ainda cabe recurso da decisão ao
próprio Supremo.
Em setembro de 2017, a Polícia Federal descobriu em Salvador um apartamento que escondia R$ 51
milhões, que ficou conhecido como o “bunker” de Geddel. A Polícia Federal afirmou que chegou ao
imóvel por meio de uma denúncia anônima.
Por unanimidade, os cinco ministros do colegiado —Edson Fachin, Celso de Mello, Ricardo
Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia— votaram por condenar os réus pelo crime de
lavagem de dinheiro.
Para os magistrados, Geddel praticou oito vezes esse crime, sete vezes por meio de investimentos de
dinheiro ilícito em uma construtora, a Cosbat, e uma vez na modalidade ocultação, por ter escondido
o dinheiro no “bunker”. Lúcio foi condenado por praticar lavagem por duas vezes.
Já o placar para a acusação de associação criminosa foi de 3 votos a 2. Lewandowski e Gilmar
entenderam que esse crime não ficou caracterizado porque o vínculo existente entre Geddel, Lúcio e
a mãe deles, Marluce, é familiar, e não uma ligação criada exclusivamente para a prática de crimes.
Fachin, Celso e Cármen Lúcia consideraram que os três se associaram de forma estável e
permanente, de 2010 a setembro de 2017, para cometer os crimes de lavagem de dinheiro.
Marluce também foi denunciada. A parte das acusações referente a ela foi desmembrada e remetida
à primeira instância da Justiça Federal.
Outros dois denunciados, o funcionário Job Ribeiro Brandão, que trabalhava para a família Vieira
Lima, e o empresário Luiz Fernando Costa Filho, dono da empreiteira Cosbat, foram absolvidos.
Para os ministros, não ficou provado que eles sabiam que o dinheiro movimentado pelos Vieira Lima
tinha origem ilícita.
Geddel e Lúcio tornaram-se réus no Supremo em maio de 2018, quando os cinco ministros da
Segunda Turma receberam a denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
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