O vereador Folha informou que ainda não teve acesso ao documento, mas que está contente por ter a oportunidade de se defender das acusações e que foi vítima de notícias falsas contra a sua honra. Disse ainda estar confiante de que será inocentado de todas as acusações. (Veja a nota na integra no fim da reportagem)

O g1 procurou Tiago Andrino e a Fundesportes para comentar o caso e aguarda retorno. Ainda não conseguimos localizar a defesa de Adir Gentil.

As fraudes seriam relacionadas a um convênio entre a Segov e uma entidades sem fins lucrativos para a realização de eventos esportivos e culturais. O valor do convênio era de R$ 215 mil, mas os investigadores encontraram indícios de superfaturamento. Entre os elementos citados estão “a quantidade de materiais solicitados no orçamento, tais como 430 bolas, centenas de coletes, dentre outros numerosos itens que muitos times de futebol profissionais não possuem”.

Este indiciamento é relacionado a apenas um dos convênios que são considerados suspeitos. Ao todo, as fraudes podem chegar a R$ 8 milhões de acordo com o cálculo da polícia. Quando a Operação Jogo Limpo, que apurou o caso, foi deflagrada foram realizadas 50 prisões temporárias e 64 ações de buscas e apreensões, inclusive do então presidente da Câmara vereador Folha. Não estão descartados novos indiciamentos relacionados aos demais convênios.

A conclusão dos investigadores é de que o dinheiro desviado foi usado na campanha eleitoral de Tiago Andrino para deputado federal em 2014, em que ele acabou não vencendo. O político só concorreu a prefeitura seis anos mais tarde, nas eleições de 2020, e novamente terminou derrotado.

Na época em que os supostos desvios aconteceram o prefeito era Carlos Amastha (PSB), que não foi indiciado nesta operação e não é citado no inquérito.

Para a polícia, o grupo era chefiado por Tiago Andrino que seria o “idealizador e maior beneficiário de todo esquema delitivo, o qual teve seu plano executado por diversos indivíduos”, afirma um trecho do inquérito a que o g1 teve acesso.

Além dos citados na reportagem, foram indiciados ainda empresários, operadores e pessoas que teriam contribuído com a ocultação do dinheiro desviado. Os crimes apontados pela polícia são de crimes de peculato, que é o uso de um cargo público em benefício próprio e lavagem de dinheiro.

Nota do vereador Folha na íntegra

Diante da recente divulgação da conclusão do inquérito da Operação Jogo Limpo, da Polícia Civil do Tocantins, o vereador Folha esclarece que ainda não obteve acesso ao conteúdo do documento, mas que está contente porque finalmente terá a oportunidade de se defender das acusações impostas contra a sua honra, uma vez que já foi vítima de inúmeras notícias falsas que colocaram em cheque a sua reputação. Tais notícias trouxeram inúmeros prejuízos à sua imagem, visto que o vereador Folha foi ouvido na condição de investigado, o que é fato e verdadeiro, contudo, a sua imagem foi divulgada em algumas redes como a de um criminoso, sem nunca ter respondido a um processo criminal. A exposição pública dessas notícias mentirosas acarretaram ao parlamentar diversos problemas de saúde, além de ataques e ameaças que passou a receber nas redes sociais e que prejudicaram a sua segurança e a de toda sua família.

O vereador Folha reforça que está confiante de que o seu nome será muito em breve desvinculado de tais acusações e ressalta o que já vem enfatizando desde o início dos trabalhos investigativos: a sua inocência.

Certo de que a Justiça será feita e que todos os fatos serão devidamente esclarecidos no decorrer do processo, o vereador Folha agradece todo o apoio que vem recebendo desde o início das investigações e reitera o seu compromisso com a população de Palmas.