DEPUTADOS CORRUPTOS TENTARAM DESTRUIR A POLICIA CIVIL Olyntho e Ayres fizeram pressão por remoção de delegados, diz secretário; deputado nega

DECRETO DA MORDAÇA

Olyntho e Ayres fizeram pressão por remoção de delegados, diz secretário; deputado nega

Secretário revela perseguição aos delegados que investigavam corrupção.

Por Exclusivo | Conteúdo AF Notícias
16/12/2021 19h40 – 

Deputados pressionaram Carlesse a remover delegados que atuavam no combate à corrupção, diz secretário

Os deputados “Olyntho Neto e Ricardo Ayres pressionavam muito o governador Mauro Carlesse e Claudinei Quaresemin a retirarem os delegados da DECCOR e DRACMA [Delegacias de Combate à Corrupção]”.

Essa é mais uma das graves revelações feitas pelo secretário de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Fidelis, em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 23 de novembro, no qual revelou como funcionava o esquema de corrupção e cobrança de propina na gestão do governador afastado Mauro Carlesse (PSL).

Heber Fidelis atuou como secretário desde o início do governo Carlesse, em abril de 2018, e ainda passou dois meses no comando da Secretaria da Segurança Pública.

Segundo o secretário, durante a primeira crise entre Polícia Civil e Governo do Estado, em razão das investigações de corrupção envolvendo aliados políticos e membros do alto escalão do Palácio Araguaia, muitos deputados demonstraram incômodo com as operações, sobretudo Olyntho e Ricardo Ayres.

Com as investigações da Polícia Civil, os dois deputados teriam incentivado Claudinei Quaresemin, o sobrinho do governador, a tomar a decisão pela publicação do ‘Decreto da Mordaça’ e também pressionaram Carlesse a fazer a remoção dos delegados das Delegacias de Combate à Corrupção.

RELATÓRIO DA PF

Na representação enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes da deflagração das operações que afastaram o governador Carlesse, a Polícia Federal afirma que o Governo do Estado interferiu na Polícia Civil com menos de 5 meses de gestão, ainda no mandato-tampão, e em prol da família do deputado Olyntho Neto, inicialmente.

A PF cita a exoneração de Bruno Boaventura do cargo de Delegado Regional de Araguaína após as operações envolvendo familiares do parlamentar, o escândalo do lixo hospitalar.

“No dia 12 de novembro de 2018, foi deflagrada pela Delegacia Regional de Araguaína a Operação Expurgo. Um dos investigados era o pai do deputado estadual Olyntho Neto. No dia 16 de novembro de 2018, portanto, 4 (quatro) dias depois da deflagração da Operação Expurgo, Mauro Carlesse [deu início ao] completo desmantelamento da DECOR/DRACMA, exonera 12 (doze) Delegados-regionais da Polícia Civil, dentre eles, o Delegado-Regional de Araguaina, Bruno Boaventura, que comandava a unidade policial responsável pela Operação Expurgo”, relata a PF.

MEMBRO DA COMISSÃO DE IMPEACHMENT

Olyntho Neto (PSDB) é um dos cinco membros da Comissão Especial do Impeachment de Carlesse na Assembleia Legislativa. Na primeira sessão, ele apresentou 8 requerimentos com pedidos de informação a vários órgãos (PF, MPTO, TJTO, Polícia Civil, etc), mas todos foram rejeitados pela Comissão.

Nos bastidores, a informação é que os pedidos são meramente procrastinatórios, ou seja, para atrasar o andamento do processo de impeachment e beneficiar Carlesse.

O QUE DIZ OLYNTHO

Procurado para comentar as denúncias, o deputado Olyntho afirmou por meio de sua assessoria que todas as suas posições e ações são pautadas nas atribuições de seu cargo e na busca de melhorias para o Estado e o Povo do Tocantins.

O deputado afirmou ainda que não pode responder por afirmações levianas de um Secretário de Estado com o qual nunca tratou sobre o assunto que se manifesta, sem provas, em depoimento no qual se declara praticante de inúmeros ilícitos e atividades suspeitas, atribuindo a terceiros responsabilidades que são suas na gestão de sua Secretaria.

A assessoria do deputado Ricardo Ayres (PSB) não deu retorno à solicitação.

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