Efeito Wanderley Barbosa Pacientes são atendidos de forma improvisada no HGP: jogam saco de lixo no chão e deitam, diz acompanhante

Por g1 Tocantins

 


Pacientes são atendidos no chão do HGP — Foto: Reprodução

Pacientes são atendidos no chão do HGP — Foto: Reprodução

Pelo menos 26 pessoas recebem atendimento improvisado nos corredores do Hospital Geral de Palmas (HGP) na tarde desta segunda-feira (15). Imagens feitas pelos próprios pacientes dentro da maior unidade pública do Tocantins mostram que, sem maca, é necessário deitar em cadeiras ou até mesmo no chão.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a unidade está superlotada. Os pacientes que ficam nos corredores aguardam transferências para leitos da enfermaria, conclusão de diagnóstico para internação, procedimentos cirúrgicos ou alta médica.

Uma mulher que preferiu não se identificar disse ao g1 que passou pela situação no fim de semana. A mãe dela, que é paciente psiquiátrica e está com uma infecção na perna, ficou internada no corredor, deitada em um colchonete, após encaminhamento feito pela Unidade de Pronto Atendimento.

Uma imagem feita por ela mostra duas pessoas ocupando cadeiras e outras três deitadas no chão. A mulher conta que ficou surpresa com a situação.

“Lá isso é normal. As pessoas jogam saco de lixo no chão e deitam. Quem consegue lençol, se embrulha. Os funcionários passam pela gente e nem falam nada. Idosos na cadeira cochilando a noite toda e tomando soro. Os acompanhantes sentam no chão. Eu dormi no chão porque estava cansada. Achei o cúmulo do absurdo tratar um ser humano assim. Ainda mais com uma pessoa com infecção, com risco de piorar a perna”, disse.

 

Paciente com infecção na perna fica no chão do HGP — Foto: Reprodução

Paciente com infecção na perna fica no chão do HGP — Foto: Reprodução

A SES informou que a unidade tem operado em sua capacidade máxima e só está recebendo pacientes com perfil de alta complexidade, quadros graves e pacientes autorizados pelo Núcleo Interno de Regulação. Leia abaixo a nota na íntegra

No fim de semana houve uma mudança no formato de atendimento e os portões de pronto-socorro foram fechados. A alteração aconteceu sem aviso prévio e pegou pacientes e profissionais de saúde de surpresa. Neste domingo (14) a reportagem da TV Anhanguera esteve no local e encontrou uma ambulância barrada com um paciente que saiu de Divinópolis, a 120 quilômetros de Palmas.

Segundo a SES, a mudança faz parte de um projeto realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. A orientação é para que os casos considerados de baixa e média complexidade sejam encaminhados às UPAs, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais de pequeno porte.

A mulher com infecção na perna foi internada na sexta-feira (12) e teve alta no sábado (13) após ser atendida pelo médico. A filha dela disse que tinha um retorno marcado com um especialista para esta segunda-feira (15), mas não conseguiu atendimento.

“Quando cheguei mandaram a gente para casa e não me deram posição nenhuma. Me deixaram desassistida. Não sei o que vou fazer e nem como vou pegar os exames dela”, disse.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde

 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), por meio do Hospital Geral de Palmas (HGP), informa que a unidade tem operado em sua capacidade máxima, e para evitar a superlotação e pacientes nos corredores, a unidade só está recebendo pacientes com perfil de alta complexidade, quadros graves e pacientes autorizados pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR).

Tal medida faz parte das estratégias do “Projeto Lean nas Emergências”, implantado no hospital – desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS) – por meio do “Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional (Proadi)” e do Sistema Único de Saúde (SUS) – executado em parceria com o Hospital Sírio-Libanês.

A SES ressalta que tais ações objetivam desafogar o HGP e busca ofertar uma assistência de qualidade aos Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) , que são considerados graves.

A implantação dessas medidas visa evitar situações como a de hoje, 15 de novembro, onde 26 pacientes ainda estão no corredor, aguardando transferências para leitos da enfermaria ou conclusão de hipótese diagnóstica para internação, procedimentos cirúrgicos ou alta médica.

Comentários
você pode gostar também