Paciente de Araguatins morre mesmo após conseguir leito em Palmas porque aeroporto não tem capacidade de receber UTI aérea

Por G1 Tocantins

 


Família de Francisco Alves Brasil está inconformada com a situação que ele enfrentou — Foto: Arquivo Pessoal

Família de Francisco Alves Brasil está inconformada com a situação que ele enfrentou — Foto: Arquivo Pessoal

A família de Francisco Alves Brasil está inconformada com a situação que viveu nos últimos dias. Seu Francisco era morador de Araguatins, foi internado com a Covid-19 e precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva desde o último dia 8. A Defensoria Pública conseguiu vaga para ele na Justiça e um leito estava reservado em Palmas para o atendimento, mas seu Francisco não foi transferido a tempo.

O aeroporto em Araguatins não tem estrutura para receber a UTI aérea que faria o transporte. O paciente estava no Hospital Municipal de Araguatins e precisou ir numa ambulância até a cidade de Imperatriz. O município fica no sul do Maranhão e tem um aeroporto com capacidade de receber o voo. De lá, o plano era embarcar Seu Francisco na aeronave que o traria de volta ao Tocantins, para Palmas. O leito reservado para ele era no Hospital Estadual de Combate à Covid-19.

Durante o trajeto de cerca de 100 km entre Araguatins e Imperatiz, o estado de saúde dele se agravou. O paciente, que era cadeirante, ainda foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento no Maranhão, mas não resistiu e morreu neste sábado (10), aos 78 anos.

Em nota a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins lamentou a morte de Seu Francisco e disse que o aeroporto mais próximo de Araguatins com possibilidade de receber o avião é o de Imperatriz. Araguatins tem mais de 36 mil habitantes e é a sexta maior cidade do Tocantins. O aeroporto local não recebe voos comerciais.

O cadeirante chegou a ir numa ambulância até o Maranhão — Foto: Arquivo Pessoal

O cadeirante chegou a ir numa ambulância até o Maranhão — Foto: Arquivo Pessoal

Na ação, o defensor Sandro Ferreira destacou que “o sistema de transporte de pacientes em estado grave continua burocratizado e ineficiente”.

A cidade de Araguatins já registra 44 vidas perdidas para a pandemia.No município não há hospital para tratamento de casos graves da doença e constantemente pacientes são mandados para os hospitais de referência em Augustinópolis, Araguaína ou Palmas.

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