Presidente da Câmara prevê uso da polícia para tirar do cargo prefeito cassado em Augustinópolis


Por nove votos, suplentes no cargo cassaram prefeito Julio Silveira do cargo e empossaram o vice
Arruda, que anuncia pedido de bloqueio das contas da prefeitura
11/02/2020 – 13:30
Em sessão extraordinária os suplentes de vereadores de Augustinópolis, empossados por decisão
judicial do Tribunal de Justiça (TJTO) de dezembro do ano passado, cassaram o mandato do
prefeito Julio da Silva Silveira (Republicanos), mas ele estaria se recusando a entregar o cargo para
o vice, Vanderlei Arruda, de acordo com o presidente Cícero Moutinho (PL).
“Ele está tendo resistência em entregar o cargo. Talvez teremos que usar a força policial”, disse por
telefone o vereador que presidiu a sessão extra na segunda-feira, 10, mas pediu para registar seu
voto como ausente durante a votação.
Nove vereadores responderam com um sim e um votou não à pergunta se o prefeito cometeu
infração político-administrativa ao comprar apoio político dos vereadores (os titulares) feita no
processo de cassação originado a partir da denúncia de Deijan Ferreira de Vasconcelos, que é
assessor legislativo da Câmara Municipal.
(Foto: Prefeitura de Augustinópolis/Divulgação)
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Os votos favoráveis são dos suplentes:
– Antônio Reinaldo Ferreira Gomes
– Daniel Wallinson de Jesus
– Edmar Cardoso
– Elias Madeira Pereira
– Jarbas Fernandes de Andrade
– Joacy Costa
– Josenildon Ferreira Barbosa
– Marconcelio Assunção Silva e
– Solange dos Santos Araújo
O voto contrário é de Frederico Guedes de Oliveira.
Não saiu
O vice-prefeito Vanderlei Arruda (PV) mesmo tendo sido empossado ainda
Vereadores registraram ata de cassação no cartório de
Augustinópolis (Foto: Reprodução)
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não assumiu fisicamente a prefeitura. “Foi feito todo o procedimento legal na
Câmara e a Câmara cassou o prefeito, mas ele ainda não saiu da Prefeitura”,
afirma, por telefone.
Segundo Arruda, o uso de força policial depende de determinação da Justiça,
mas por precaução, pediu o bloqueio das contas do município direto banco.
“Só juntei todos os atos da Câmara [que cassaram o prefeito] e levei ao
banco”, conta, ao confirmar notícia divulgada pelo site Folha do Bico.
Já em nota, ele divulgou que a medida faz parte “das obrigações legais do
atual prefeito, que todas as obrigações serão cumpridas e que nenhum serviço
público será prejudicado em decorrência da transição de mandato”.
Outro lado
A coluna procurou o prefeito e pediu manifestação. Assim que ele responder irá para esse espaço.
Rescaldo da Operação Perfídia
O escândalo do suposto pagamento de propina regulares a 10 dos 11 vereadores da cidade, no
extremo norte do Tocantins, ficou conhecido após a Operação Perfídia, da Polícia Civil, que
resultou na denúncia por organização criminosa, concussão (cobrança e pagamento de propina) e
corrupção passiva contra 10 vereadores e dois servidores.
O prefeito ainda não havia sido alvo das investigações policiais e do Ministério Público (MPTO) até
março de 2019, quando o juiz Jefferson David Asevedo Ramos, que preside uma ação penal do
Ministério Público contra os vereadores titulares, remeteu o caso ao Ministério Público do Tocantins
diante da existência de “dúvidas acerca da possível prática de crime por parte do prefeito”.
Após tramitar na Procuradoria-Geral de Justiça, em apuração interna, o MPTO ainda tem dúvidas
sobre a atuação do prefeito no esquema e abriu um inquérito criminal exclusivamente para
investigar se o prefeito cometeu corrupção ativa, sob a supervisão do TJTO.
São réus na Operação Perfídia os vereadores Angela Maria Silva Araújo (PSDB); Antônio Barbosa
Sousa (SD); Antônio José Queiroz dos Santos (PSB); Antônio Silva Feitosa (PTB); Edvan Neves
Conceição (MDB); Francinildo Lopes Soares (PSDB); Maria Luisa de Jesus (PP); Marcos Pereira
de Alencar (PRB); Ozeas Gomes Teixeira (PR) e Wagner Mariano Uchôa (MDB).
Vice Vanderlei
Arruda (PV)
tomou posse como
prefeito após a
cassação e aguarda
medida judicial
para assumir
prefeitura (Foto:
Arquivo Pessoal)
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A ação também atinge os servidores Paulo Esse da Silva Ramos e Pedro Coelho Amaro Júnior
também são réus na ação criminal

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