Secretário que delatou propinoduto’ no Governo do Tocantins é exonerado do cargo

1º ESCALÃO

Secretário que delatou propinoduto’ no Governo do Tocantins é exonerado do cargo

No depoimento, Fidelis chegou a citar deputados e o governador interino.


02/02/2022 08h25 – Atualizado há 54 minutos

Heber Fidelis estava no cargo desde abril de 2018, início da gestão Carlesse

O secretário de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Luis Fidelis, foi exonerado do cargo pelo governador interino Wanderlei Barbosa. Ele era remanescente da gestão do governador afastado Mauro Carlesse (PSL) e gerou polêmica após prestar um depoimento bombástico à Polìcia Federal no qual confirmou a existência de um suposto ‘propinoduto’ – esquema de cobrança de propina em contratos do Governo do Estado.

A exoneração de Heber Fidelis foi publicada no Diário Oficial (DOE) dessa terça-feira, 1º de fevereiro. O secretário executivo Geraldo Divino Cabral foi designado para comandar interinamente a Secretaria de Cidadania e Justiça, que é a pasta responsável pela gestão do Sistema Penitenciário do Tocantins.

Fidelis foi o primeiro e único secretário de Estado a fazer revelações comprometedoras em relação ao esquema de corrupção investigado pela PF no governo de Mauro Carlesse. Ele estava no cargo desde 20 de abril de 2018, início da gestão.

No depoimento, Fidelis chegou a citar deputados estaduais e até o governador interino Wanderlei Barbosa, gerando desconforto ao novo governo. Por isso, a exoneração dele era apenas uma questão de tempo, segundo fontes.

O ex-secretário contou no depoimento sobre uma conversa com o deputado federal Carlos Gaguim (DEM), na qual o parlamentar teria pedido para que o novo governo (Wanderlei Barbosa) não insistisse em abrir mais investigações, pois Carlesse teria provas contra Wanderlei sobre propina relativa a um contrato de aquisição de cestas básicas pela Secretaria de Assistência Social do Estado.

Ao saber das ameaças, Wanderlei teria tido uma intensa discussão por telefone com o deputado. “O governador Wanderlei disse ao Gaguim que não tinha medo das ameaças de Mauro Carlesse e que seguiria investigando as supostas irregularidades no governo”, pontuou o ex-secretário no depoimento.

Fidelis revelou que houve direcionamento até na licitação para fornecimento de alimentação nos presídios, que estava sob o comando dele, supostamente a mando do sobrinho do governador e então secretário Claudinei Quaresemin.

VEJA TUDO SOBRE O DEPOIMENTO BOMBÁSTICO 

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