Gugu Liberato realmente viveu em união estável com Rose Di Matteo? Era uma relação somente de amizade? Ela viveu um amor platônico? O apresentador usou o relacionamento como fachada para esconder ser bissexual ou homossexual?

Esses questionamentos invasivos sempre existiram nos bastidores da imprensa, nos corredores das emissoras de TV e entre boa parte do público. Tornaram-se mais frequentes com a morte do comunicador, em novembro de 2019, aos 60 anos, em consequência de queda acidental em casa, na Flórida.

A intimidade de um dos artistas mais famosos e respeitados do Brasil saiu do campo da fofoca e foi parar na esfera da Justiça. A médica Rose Di Matteo, mãe dos três filhos de Gugu, pediu à Justiça o reconhecimento da união estável e, consequentemente, o direito a uma parte da herança. Ela não foi incluída no testamento assinado por ele em 2011. Estima-se que o patrimônio deixado pelo apresentador passe de 300 milhões de reais.

Na sexta-feira (24), Rose conseguiu uma decisão liminar (provisória) proferida por um juiz da 9ª Vara da Família do Tribunal de Justiça de São Paulo. O documento dá a ela o direito de receber 100 mil reais por mês do espólio. Trata-se da mesma quantia destinada em testamento pelo comunicador como pensão vitalícia à sua mãe, dona Maria do Céu, de 90 anos.

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Esta primeira vitória da mãe de João Augusto, 18 anos, e das gêmeas Marina e Sofia, de 15, é mais um capítulo da disputa entre Rose e a família Liberato, liderada pelos irmãos mais velhos de Gugu, a numerológa Aparecida (inventariante do testamento) e o empresário Amandio. Assim como Rose, eles também não foram incluídos na partilha dos bens – mas seus filhos (cinco sobrinhos do apresentador) dividirão cerca de 12,5% da fortuna.

O clã Liberato teve reação contundente ao saber, pela imprensa, da intenção de Rose Di Matteo acionar a Justiça para ser reconhecida como esposa e herdeira de Gugu. Alguns parentes e amigos próximos asseguraram que os dois jamais foram “marido e mulher”, e sim apenas “amigos”. Essas declarações em off (ditas mediante preservação da identidade) caíram como bomba na imprensa e suscitaram a indignação de Rose. “Sempre fomos uma família, marido e mulher, mãe e pai”, declarou a médica à Folha de S. Paulo.

Em nota, parentes de Gugu afirmaram que aquela que sempre foi apontada como “companheira” do comunicador estava sendo induzida “por terceiros não contemplados no aludido do testamento” e questionaram sua responsabilidade como mãe ao deixar os filhos sozinhos nos Estados Unidos para viajar a São Paulo, onde se reuniu com os advogados da causa.

A defesa da médica negou negligência maternal por parte dela. Alegou ainda que Rose seria alvo de uma campanha de difamação e teria sido pressionada a abrir mão de seus direitos. Depois de uma troca de acusações na mídia, os parentes de Gugu optaram pela reclusão. Anunciaram que não se pronunciaram mais publicamente a respeito da herança em respeito aos filhos dele. Mas, longe dos holofotes da imprensa, o clima tenso permaneceu.

As duas partes tiveram várias reuniões com seus respectivos advogados para tentar impor seu ponto de vista sobre a questão. A única concordância foi sobre a preservação da imagem de Gugu Liberato – mais especificamente em relação à vida amorosa dele. Um pacto de silêncio tenta evitar que assuntos íntimos sejam expostos a público no meio da batalha judicial.

Ambos os lados querem impedir que as indagações sobre a sexualidade de Gugu façam parte do processo. O objetivo primordial é preservar a memória do apresentador e o bem-estar emocional de seus filhos. A obra artística transmitida como legado por Augusto Liberato e a relação carinhosa com os telespectadores devem prevalecer sobre os detalhes de sua vida privada e esse lastimável desentendimento a respeito da fortuna.