Plano de Trump para Israel: Jerusalém dividida, com Jerusalém Oriental como capital da Palestina

Plano de Trump para Israel: Jerusalém dividida, com Jerusalém Oriental como capital da Palestina

Julio Severo

Por mais chocante que pareça, uma reportagem publicada na semana passada no jornal israelense Jerusalem Post, intitulada “Plano de paz de Trump: dividir Jerusalém, Estado palestino em 85-90% da Cisjordânia,” diz:

“O ‘acordo do século’ do presidente dos EUA Donald Trump, previsto para ser lançado após as eleições [israelenses] de 9 de abril, incluirá um Estado palestino em 85-90% da Cisjordânia e a divisão de Jerusalém.”

Não é chocante se você considerar que todos os governos dos EUA, tanto de esquerda quanto de direita, trabalharam duro para dividir Israel.

Chocante porque, no caso de Trump, parecia que ele estava indo para uma direção diferente de seus antecessores. Parecia que ele queria Jerusalém inteira apenas para Israel. Mas esse não é o caso.

Em minha reportagem no ano passado, intitulada “Todos celebraram o reconhecimento de Trump de Jerusalém como capital de Israel, mas ninguém leu as letras miúdas ou viu o plano oculto: Trump quer dar parte de Jerusalém para os palestinos,” eu havia informado que a declaração de Trump reconhecendo Jerusalém como capital de Israel não estava clara e tinha brechas para os próximos presidentes dos Estados Unidos reconhecerem Jerusalém Oriental como a capital da Palestina. Eu pensava que um futuro presidente, não o próprio Trump, usaria essas brechas.

De acordo com o Jerusalem Post:

“Em relação a Jerusalém, o relatório afirma que a cidade seria dividida, com Jerusalém Ocidental e algumas áreas do leste de Jerusalém como a capital de Israel, e Jerusalém Oriental — inclusive a maioria dos bairros árabes — como a capital de um Estado palestino. Israel manteria a soberania sobre a Cidade Velha e seus arredores imediatos, o Monte do Templo e o Muro das Lamentações, mas seria administrada juntamente com os palestinos, jordanianos e talvez outros países.”

A declaração de Trump reconhecendo Jerusalém como capital de Israel alegrou os evangélicos, que o elegeram. Mas seu plano atual, que usa brechas para manter o plano tradicional dos EUA de uma Jerusalém dividida e um Israel dividido, vai contra a Bíblia e os evangélicos.

Em vez de dividir Israel, assim como outros presidentes americanos fizeram, Trump poderia propor um plano para a transferência dos palestinos, cuja maioria é muçulmana, para a Arábia Saudita, a capital do islamismo mundial e do terrorismo islâmico mundial. Se a ditadura islâmica da Arábia Saudita não pode dar terras aos muçulmanos palestinos, por que Israel deveria fazer isso?

O plano tradicional dos EUA de um Israel dividido não é diferente do plano do Vaticano e da Rússia para Israel. Mas como os EUA são a maior nação protestante do mundo, por que os EUA não podem seguir a vontade de sua população evangélica, que ama o que Deus diz, na Bíblia, sobre Israel, suas terras e fronteiras?

Em dezembro passado, minha conta no Facebook foi bloqueada por 30 dias (desde então, é um bloqueio de 60 dias) por causa de um post escrito por mim defendendo Jerusalém como a capital de Israel. Eu esperava esse bloqueio se o Facebook fosse uma empresa no Vaticano ou na Rússia, por causa da postura tradicional deles de apoiar uma Jerusalém dividida e um Israel dividido.

Entretanto, quem espera tal postura de uma grande empresa capitalista americana de propriedade de um judeu? O dono do Facebook é Mark Zuckerberg, um esquerdista americano-judeu.

No que diz respeito a Jerusalém, oro para que Trump coloque os sentimentos de seus eleitores evangélicos acima dos sentimentos da Arábia Saudita, Facebook, Vaticano, Rússia e da tradicional política externa neoconservadora dos EUA.

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