Versículo do dia: Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel serás uma campina; porque ele colocará a pedra de remate, em meio a aclamações: Haja graça e graça para ela! (Zacarias 4.7)

Neste momento, uma montanha de dificuldade, inquietação ou necessidade pode estar em nosso caminho; e nossa percepção natural não vê qualquer caminho que passe por cima, ao redor ou através dela. Permitamos que a fé entre em ação, e, logo, a montanha desaparece, tornando-se uma planície. No entanto, a fé precisa, antes de tudo, ouvir a Palavra do Senhor: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc 4.6). Essa grande verdade é um princípio necessário para enfrentarmos as intransponíveis aflições da vida.

Percebo que não posso fazer nada e que toda confiança no homem é inútil. “Não por força.” Reconheço também que não posso depender de qualquer instrumento visível; o poder está no Espírito de Deus, que é invisível. Deus tem de agir sozinho; os homens e os recursos não devem ser levados em conta. Se o Deus todo-poderoso se preocupa com seu povo, então as grandes montanhas nada representam. Ele pode remover as montanhas, assim como um rapaz joga a bola para diversos lados e a conduz com os seus pés. Deus pode compartilhar comigo esse poder. Se o Senhor me ordena remover os Alpes, posso fazê-lo por intermédio de seu nome. Pode ser uma elevada montanha, mas, diante de minha fragilidade, ela se tomará em uma planície, pois o Senhor o disse. O que eu devo temer, com Deus ao meu lado?

Versículo do dia: Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. (Salmos 103.9)

Às vezes, Deus nos repreende, pois, do contrário, Ele não seria um Pai sábio para nós, seus pobres filhos que erram. Sua repreensão é bastante dolorosa para aqueles que são sinceros, pois estes sentem como infelizmente merecem ser repreendidos e quão incorreto, de sua parte, é o entristecer a Deus. Sabemos o que significa essa repreensão e nos prostramos diante do Senhor, lamentando que O levamos a nos tratar com ira.

Que conforto encontramos nas palavras desta promessa! Ele “não repreende perpetuamente”. Se nos arrependermos e nos voltarmos para Ele com nosso coração quebrantado por causa do pecado e deste separados, Deus sorrirá para nós imediatamente. Não é uma alegria para Deus mostrar uma face irada para aqueles que Ele ama com todo o seu coração. O seu gozo consiste em que tenhamos alegria completa.

Busquemos sua face. Não há razão para o desespero, nem mesmo para o desânimo. Amemos o Deus que repreende e, em breve, estaremos cantando: “A tua ira se retirou, e tu me consolas” (Is 12.1). Ide embora, pressentimentos obscuros e opressões da alma! Vinde, esperanças humildes e recordações aprazíveis, pacificadores do coração. Aquele que, como Juiz, há muito nos perdoou, Ele mesmo nos perdoará novamente como Pai, e nos alegraremos em seu terno e imutável amor.

Versículo do dia: O SENHOR, teu Deus, lançará fora estas nações, pouco a pouco, de diante de ti. (Deuteronômio 7.22)

Não devemos pensar que conseguiremos vitórias para o Senhor Jesus apenas com um simples golpe. Princípios e práticas erradas morrem com dificuldade. Em alguns lugares, são necessários muitos anos de esforços árduos para extirpar somente um dos muitos pecados que corrompem a vida de seus habitantes. Precisamos travar a batalha com todas as nossas forças, mesmo quando somos favorecidos com pouco sucesso visível em nossa luta.

Nosso dever nesse mundo é conquistá-lo para Jesus. Não devemos nos comprometer, e sim exterminar os males. Não temos de buscar popularidade, e sim prosseguir na incessante luta contra as iniquidades. A incredulidade, o papismo, a bebedice, a imoralidade, a opressão, o mundanismo – todas essas coisas têm de ser “lançadas fora”.

Somente o Senhor nosso Deus pode fazer isso. Ele o realiza por meio de seus servos fiéis. E, bendito seja seu nome, pois Ele promete que o fará – “O SENHOR, teu Deus, lançará fora estas nações, pouco a pouco, de diante de ti”. Ele fará isso progressivamente, a fim de que aprendamos a perseverança, cresçamos na fé, sejamos capazes de vigiar com diligência e de evitar a segurança carnal. Agradeçamos a Deus pelo pequeno sucesso e oremos a fim de que obtenhamos mais. Não guardemos a espada na bainha até que toda a terra esteja conquistada para Jesus.

Coragem, meu coração! Avança passo a passo, porque muitas conquistas pequenas constituirão toda a vitória.

Versículo do dia: Naqueles dias e naquele tempo, diz o SENHOR, buscar-se-á a iniquidade de Israel, e já não haverá; os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei aos remanescentes que eu deixar. (Jeremias 50.20)

Certamente esta é uma promessa gloriosa! Que perdão completo Deus oferece às nações pecaminosas de Israel e d: Judá. O pecado será removido de tal maneira, que não será mais encontrado, e apagado de tal maneira, que não haverá mais nenhum pecado. Glórias sejam dadas ao Deus do perdão!

Satanás procura avidamente pecados com os quais pretende nos acusar; nossos inimigos os procuram para atribuí-los à nossa responsabilidade; e nossa consciência também se empenha por achá-los com mórbido esforço. Mas, quando Deus aplica o precioso sangue de Cristo, não tememos qualquer forma de busca por pecados, pois eles já não existem e “não se acharão”. O Senhor fez que os pecados de seu povo deixassem de existir. Ele pôs fim às transgressões e acabou com O pecado. O sacrifício de Jesus lançou nossos pecados nas profundezas do mar. Isto nos faz pular de alegria.

O motivo para a anulação do pecado está no fato de que o próprio Jeová perdoa seus eleitos. Sua palavra de graça não é apenas a de um Rei; ela é divina. Ele pronuncia absolvição, e somos absolvidos. Ele aplica a expiação, e desde esse momento seu povo está longe do temor de condenação. Bendito seja o nome do Deus que aniquila o pecado!

Versículo do dia: Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro. (Isaías 45.22)

Esta é uma promessa de promessas; ela se reporta aos alicerces de nossa vida espiritual. A salvação resulta de olharmos para Aquele que é um “Deus justo e Salvador”. Quão simples é a orientação – “Olhai para mim!” Quão lógica é essa exigência! Com certeza, as criaturas devem olhar para o seu Criador. Por tempo excessivo, temos olhado em muitas outras direções; é tempo de olharmos somente para Aquele que convida a nossa esperança e promete nos dar a sua salvação.

Somente uma olhada! Não olharemos imediatamente para Ele? Não temos de oferecer nada de nós mesmos, e sim apenas olhar para fora e para o alto, para nosso Senhor em seu trono, ao qual Ele se dirigiu após a crucificação. Uma olhada não exige qualquer preparação e nenhum esforço violento. Não exige sabedoria, nem esperteza, nem saúde, nem vigor físico. No Senhor, nosso Deus, se encontra tudo que precisamos; e, se olharmos para Ele, a fim de recebermos esse tudo, ele será nosso, e seremos salvos.

Vinde, vós que estais distantes, olhai para o Senhor! Vós, todos os limites da terra, volvei vossos olhos na direção do Senhor! Assim como das regiões mais distantes os homens podem ver o sol e desfrutar de sua luz, assim também aqueles que jazem à sombra da morte, bem próximos às portas do inferno, podem através de uma olhada receber a luz de Deus, a vida celestial, a salvação vinda do Senhor Jesus Cristo, que é Deus, e, deste modo, serem salvos.

Versículo do dia: Pois dessedentou a alma sequiosa e fartou de bens a alma faminta. (Salmos 107.9)

É bom possuirmos desejos. E, quanto mais intensos, melhores eles são. O Senhor satisfará os intensos desejos4td.e nossa alma, não importando quão grande e quão envolventes eles sejam. Devemos ter grandes desejos, pois Deus nos satisfará com grandeza. Nunca estamos em correta atitude de espírito, quando estamos contentes com nós mesmos e não temos quaisquer anelos. Gemidos que não podem ser expressos e desejos por mais graça são dores crescentes; devemos ter o desejo de senti-las cada vez mais. Bendito Espírito Santo, faze-nos suspirar e clamar por coisas melhores e por mais das coisas excelentes!

A fome não é, de maneira alguma, uma sensação agradável. Apesar disso, bem-aventurados são aqueles que têm sede e fome de justiça. Tais pessoas não somente terão sua fome amenizada com um pouco de comida; elas serão satisfeitas. Não serão satisfeitas com qualquer tipo de provisão inferior; sua dieta será digna de seu Senhor, pois elas serão satisfeitas com bondade pelo próprio Jeová.

Ora, não fiquemos lamentando, porque desejamos e sentimos fome. Ouçamos a voz do salmista, quando ele mesmo teve desejos e sentiu fome de ver Deus glorificado: “Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!” (Sl 107.8).

Versículo do dia: Desde este dia, vos abençoarei. (Ageu 2.19)

As coisas futuras estão ocultas para nós. Apesar disso, neste versículo encontramos um telescópio através do qual podemos contemplar os anos que ainda não surgiram. O Senhor disse: “Desde este dia, vos abençoarei”.

É digno de observação o dia ao qual se refere esta promessa. Haviam acontecido perdas na hora da colheita, praga nos cereais e doenças nos vinhedos; tudo isso, por causa do pecado do povo de Israel. Agora, o Senhor contemplou as pessoas disciplinadas começando a obedecer sua Palavra e a construir seu templo. Por esse motivo, Ele afirmou: “Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, considerai nestas coisas … desde este dia, vos abençoarei”. Se estávamos vivendo em qualquer pecado, e o Espírito Santo nos levou a nos purificarmos de tal pecado, podemos contar com a bênção do Senhor. Sua satisfação, seu Espírito, sua graça, sua completa revelação da verdade serão comprovadas para nós como uma grande bênção. Podemos ser vítima de oposição intensa da parte dos homens, por causa de nossa fidelidade. O Senhor, porém, nos exaltará para desfrutarmos de um relacionamento mais íntimo consigo mesmo, e receberemos mais percepção de nossa aceitação em Cristo.

Senhor, estou decidido a ser mais leal a Ti e mais determinado em seguir tua doutrina e teus preceitos. Eu Te suplico, por meio de Cristo Jesus, que aumentes a bem-aventurança de minha vida diária, desde agora e para sempre.

Versículo do dia: Naquele dia, o SENHOR protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do SENHOR diante deles. (Zacarias 12.8)

Um dos métodos utilizados pelo Senhor para defender seu povo é fortalecer o vigor de seu coração. Os homens tornam-se melhores do que muralhas, e a fé, mais forte do que castelos.

O Senhor pode tomar o mais fraco dentre nós e fazê-lo semelhante a Davi, o campeão de Israel. Ó Senhor, faze isto comigo. Compartilha-me o teu poder, enchendo-me com santa ousadia, a fim de que eu enfrente o gigante, utilizando a funda e pedrinhas, confiando em Deus.

O Senhor pode tornar seus grandes campeões mais poderosos do que eles realmente são; Davi pode ser como Deus, ou seja, como o próprio Anjo de Jeová. Este seria um progresso maravilhoso; mas é algo possível, pois, em caso contrário, Deus não falaria a seu respeito. Ó Senhor, faze a tua obra nos melhores de nossos líderes! Mostra-nos o que Tu és capaz de fazer, ou seja: levantar os teus servos fiéis a um nível de graça e santidade que será evidentemente sobrenatural!

Senhor, habita em teus santos, e eles serão semelhantes a Ti. Põe neles o teu poder, e eles serão como os seres viventes que habitam na presença de Jeová. Hoje, cumpre esta promessa a toda a tua igreja, por amor a Jesus. Amém.

Versículo do dia: O SENHOR não há de rejeitar o seu povo, nem desamparar a sua herança. (Salmos 94.14)

Não, Ele não rejeitará nem mesmo um dos membros de seu povo. Os homens têm as suas rejeições, mas Deus não as tem, pois a sua escolha é imutável, e seu amor, eterno. Ninguém pode encontrar uma pessoa que Deus tenha desamparado, depois de Ele ter se revelado de maneira salvífica para tal pessoa.

Esta verdade gloriosa é mencionada neste salmo para fortalecer o coração do aflito. O Senhor disciplina seus próprios filhos, mas nunca os desampara. A nossa instrução é o resultado da obra dupla da Lei e da vara; e o fruto dessa instrução é tranquilidade de espírito e uma mente sóbria, das quais resulta descanso. Os ímpios são deixados sozinhos, até que se abra o abismo no qual eles cairão e pelo qual serão engolidos. Os crentes, porém, são enviados à escola, a fim de serem preparados para seu destino glorioso no porvir. O julgamento será estabelecido e completará sua obra nos rebeldes; mas também será estabelecido para vindicar os seguidores sinceros de Cristo. Portanto, podemos suportar com calma submissão a vara da disciplina; ela não significa ira, e sim amor.

Deus pode disciplinar e corrigir,
Mas Ele nunca pode desamparar.
Em sua fidelidade, Ele pode reprovar,
Mas nunca pode deixar de amar.

Versículo do dia: Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás. (Isaías 54.17)

Existe um grande tinido nas forjas e nos ferreiros do inimigo. Eles estão fazendo armas com as quais hão de ferir os santos. Eles não poderiam fazer isso, se o Senhor dos crentes não o permitisse, pois Ele criou os ferreiros que assopram suas brasas no fogo. Observe quão intensamente eles trabalham! Quantas espadas e lanças eles modelam! Mas isso não nos inquieta, visto que na lâmina de cada uma delas lemos a inscrição: “Não prosperará”.

Escutem outro barulho: é a conversa das más línguas. As más línguas são mais terríveis do que os instrumentos forjados na ferraria do inimigo. O mal que elas causam fere o profundo de nosso íntimo e se propaga amplamente. O que nos acontecerá agora? Calúnia, insinuação, mentira, nd1culo -estas são flechas venenosas; como podemos enfrentá-las? O Senhor Deus nos promete que, se não somos capazes de silenciá-las, pelo menos escaparemos de ser arruinados por elas. Esses instrumentos nos condenam por um momento, mas, no final, nós os condenaremos para sempre. As línguas que agora falam mentiras serão paralisadas, e suas mentiras serão transformadas em honra para os homens bons que sofreram por causa dessas mentiras.

Versículo do dia: O meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. (Filipenses 4.19)

O Deus do apóstolo Paulo é o nosso Deus e suprirá todas as nossas necessidades. Paulo sentiu certeza disso em referência aos crentes de Filipos; e temos o mesmo sentimento em referência a nós mesmos. Deus o fará, pois isto faz parte de sua natureza: Ele nos ama e se deleita em nos abençoar. Suprir nossas necessidades glorificará o seu nome. Sua misericórdia, seu poder, seu amor e sua fidelidade – todas essas virtudes trabalham juntas para que não passemos necessidades. Observemos a medida pela qual o Senhor cumpre esta promessa: “Segundo a sua riqueza em glória… em Cristo Jesus”. As riquezas de sua graça são abundantes; e o que podemos dizer a respeito da riqueza de sua glória? A riqueza de sua glória em Cristo Jesus: quem pode formular uma estimativa disso? De acordo com sua incalculável medida, Deus encherá o imenso abismo de nossas necessidades. Ele tornou o Senhor Jesus o receptáculo e o canal de sua plenitude. Assim, Deus compartilha conosco sua riqueza de amor, em sua mais elevada forma. Aleluia!

O autor deste livro sabe o que significa ser provado na obra do Senhor. A fidelidade tem sido recompensada com ira da parte dos homens, e aqueles que contribuíam espontaneamente pararam de fazê-lo. Mas aquele que tais indivíduos procuravam oprimir não está mais pobre; pelo contrário, se tornou mais rico, pois a promessa tem se mostrado verdadeira: “O meu Deus … há de suprir … cada uma de vossas necessidades”. O suprimento da parte de Deus é mais certo do que a riqueza de qualquer banco.

Versículo do dia: Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. (João 14.14)

Que promessa ampla! Quer sejam grandes, quer sejam pequenas, todas as nossas necessidades estão abrangidas nas palavras “alguma coisa”. Ó minha alma, aproxima-te com liberdade do trono de misericórdia e ouve o Senhor dizer-te: “Abre bem a tua boca, e ta encherei”.

Que promessa sábia! Temos de pedir sempre em nome de Jesus. Enquanto isso nos encoraja, também honra a Cristo, sendo um argumento que podemos usar com frequência. Ocasionalmente, quaisquer outros argumentos são rejeitados, especialmente aqueles que poderíamos extrair de nosso relacionamento com Deus ou de nossa experiência com a graça divina. No entanto, em tais ocasiões, o nome de Jesus é tão poderoso quanto sempre o foi, diante do trono de Deus; e podemos recorrer a este nome com plena segurança.

Que oração instrutiva! Não posso suplicar coisa alguma sobre a qual eu não posso colocar a mão e o selo de Cristo. Não ouso utilizar o nome de meu Senhor em uma petição egoísta e voluntariosa. Posso usar o nome do Senhor apenas em súplicas que Ele mesmo faria, se estivesse em meu lugar. É um privilégio elevado ser autorizado a pedir em nome de Jesus, como se Ele mesmo estivesse fazendo a petição. Nosso amor, porém, nunca permitirá que coloquemos o seu nome em súplicas que Ele não endossaria.

Estou pedindo aquilo que Jesus aprova? Ouso colocar seu selo sobre minhas petições? Então, eu tenho aquilo que estou buscando de meu Pai.

Versículo do dia: É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. (Salmos 121.4)

Jeová é o “Guarda de Israel”. Nenhuma forma de inconsciência jamais moveu-se furtivamente em seu Ser; Ele nunca sentiu um profundo cochilo, nem mesmo um sono leve. Jeová nunca falha em vigiar a casa e o coração de seu povo. Essa é uma razão suficiente para descansarmos em perfeita paz. Alexandre, o Grande, afirmava que dormia porque seu amigo Parmênio vigiava. Quanto mais podemos nós dormir tranqüilos, pois o nosso Deus é o nosso Guarda.

Este versículo nos chama a atenção à uma verdade estimulante. Quando Israel teve uma pedra como seu travesseiro, caiu em profundo sono. Todavia, o seu Deus estava acordado e, através de uma visão, veio ao encontro de seu servo. Quando dormimos sem qualquer defesa, o próprio Jeová protegerá nossa cabeça.

O Senhor guarda seu povo, assim como o homem rico guarda seus tesouros, assim como um general protege uma cidade com um exército, assim como um sentinela vigia seu soberano. Ninguém pode causar danos àqueles que estão sob esse guardar divino. Devo colocar minha alma em suas queridas mãos. Ele nunca nos esquece, nunca cessa de cuidar ativamente de nós, nunca se acha incapaz de preservar-nos.

Ó meu Senhor, guarda-me, para que eu não me desvie, caia e pereça. Guarda-me, para que eu seja capaz de cumprir teus mandamentos. Pelo teu cuidado infalível, não permitas que eu durma como os descuidados e pereça como aqueles que dormem o sono da morte.

Versículo do dia: O meu povo se fartará com a minha bondade, diz o SENHOR. (Jeremias 31.14)

Observe os vocábulos “meu” e “minha” que aparecem neste versículo.

O tipo de povo que se satisfaz com Deus mesmo é caracterizado como o seu próprio povo. Deus se satisfaz com esse povo, visto que eles se satisfazem com Deus. Eles o chamam de seu Deus, e Ele os chama de seu povo. Deus se satisfaz em recebê-los como sua herança; eles, por sua vez, encontram satisfação em ter Deus como seu quinhão. Existe uma comunhão natural de satisfação entre o Deus de Israel e o Israel de Deus.

Essas pessoas estão satisfeitas. Isso é algo glorioso. Poucos dos filhos dos homens estão sempre satisfeitos, não importando qual seja a sua condição. Eles engoliram sanguessugas e estão sempre clamando: “Dá, Dá”. Somente almas santificadas são almas satisfeitas. Deus mesmo pode nos converter e nos satisfazer.

Não devemos ficar admirados de que o povo do Senhor sinta-se satisfeito com a bondade de seu Senhor. Encontramos nEle bondade sincera, generosidade sem mácula, misericórdia sem repreensão, amor imutável e favor ilimitado. Se a bondade de Deus não nos satisfaz, o que, então, nos satisfaz? O quê? Ainda estamos murmurando? Certamente existe um desejo errado em nosso íntimo, se tal desejo se refere a alguma coisa que a bondade de Deus não pode satisfazer.

Ó Senhor, eu estou satisfeito. Bendito seja o teu nome.

Versículo do dia: Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei e sim da graça. (Romanos 6.14)

Se puder, o pecado dominará. Ele não se satisfará com qualquer outro lugar que não seja o trono do coração. Às vezes, sentimos que ele nos vencerá, então clamamos ao Senhor: “Ó Senhor, não permitas que nenhuma iniqüidade tenha domínio sobre mim”. Esta será a sua resposta consoladora: “O pecado não terá domínio sobre vós”. O pecado talvez lhe assalte e lhe prejudique, mas ele nunca estabelecerá seu domínio sobre você.

Se estivéssemos debaixo da lei, nosso pecado reuniria forças e nos manteria sob seu poder, visto que estar sob o poder do pecado já é uma punição proveniente do pecado. Devido ao fato de que estamos sob a aliança da graça, somos protegidos contra o afastarmo-nos do Deus vivo, por causa da infalível declaração da aliança. Deus nos promete a graça pela qual somos restaurados de nossos desvios, purificados de nossos pecados e livres das algemas de hábitos pecaminosos.

Talvez nos prostraríamos em desespero e nos contentaríamos em servir ao pecado, se ainda fôssemos escravos do pecado, precisando trabalhar para conseguir a vida eterna. Mas, visto que somos homens livres que pertencem ao Senhor, nos encorajamos para lutar contra nossas corrupções e tentações, convictos de que o pecado nunca mais nos colocará sob seu controle. Deus mesmo nos deu a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, a quem seja a glória para sempre e sempre. Amém.

Versículo do dia: Ele não permitirá que os teus pés vacilem. (Salmos 121.3)

Se o Senhor não permitirá isto, nem homens, nem demônios podem fazê-lo acontecer. Quão intensamente eles se regozijariam, se pudessem nos causar uma queda desastrosa, mover-nos de nossa posição e enterrar-nos sem deixarmos recordação! Eles seriam capazes de fazer tais coisas, para contentar seu próprio coração, se não houvesse apenas um obstáculo: o Senhor não permitirá. E, se Ele não o permitirá, nós não tropeçaremos.

O caminho da vida é semelhante a viajar pelos Alpes. Caminhando pelas veredas das montanhas, uma pessoa está constantemente exposta aos deslizes de seus pés. Onde o caminho é mais elevado, a cabeça mostra-se propensa a sentir tonturas, e, deste modo, os pés logo escorregam. Existem lugares lisos como o vidro, e outros que são bastante ásperos, com muitas pedras soltas. Em qualquer desses lugares, uma queda é difícil de ser evitada. Aquele que, durante toda a sua vida, é capacitado a preservar-se de pé e a andar sem tropeços tem muitas razões para ser grato a Deus. Nenhum filho de Deus permaneceria de pé, por um momento sequer, diante de abismos, armadilhas, fraquezas físicas e inimigos sutis, se não fosse por causa do fiel amor de Deus, que não permitirá que os pés de seus filhos vacilem.

Estou em pé, rodeado de armadilhas,
Por tua mão sustentado e guardado.
Tua mão invisível ainda me susterá
E ao teu monte santo me levará.

Versículo do dia: Saberão, porém, que eu, o SENHOR, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o SENHOR Deus. (Ezequiel 34.30)

Ser o próprio povo do Senhor é uma bênção especial; porém, saber que fazemos parte desse povo é uma bênção reconfortante. Uma coisa é esperarmos que Deus esteja conosco; outra coisa é possuirmos a certeza de que Ele realmente está conosco. A fé nos salva, mas a certeza satisfaz nosso coração. Apropriamo-nos de Deus como nosso Deus, quando cremos nEle. No entanto, obtemos o gozo divino quando estamos certos de que Ele é nosso e nós somos dEle. Nenhum crente deveria ficar contente apenas com o crer e o esperar. Deveríamos suplicar que o Senhor nos conduza à plena certeza, de modo que os assuntos de esperança se tomem assuntos de certeza.

Quando desfrutamos das bênçãos da aliança e vemos o Senhor Jesus ressuscitado em nosso favor, chegamos a possuir uma compreensão clara do favor de Deus para conosco. Não por intermédio da lei, e sim por meio da graça, aprendemos que somos o povo do Senhor. Devemos sempre volver os nossos olhos em direção à graça gratuita. A certeza da fé nunca surge por meio das obras da lei; ela é uma virtude evangélica e pode alcançar-nos somente através da maneira apresentada no evangelho. Não olhemos para nós mesmos. Olhemos apenas para o Senhor Jesus. Quando O vemos, vemos a nossa própria salvação.

Ó Senhor, envia-nos um dilúvio abundante de teu amor, de modo que sejamos lavados da lama da dúvida e do temor.

Versículo do dia: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. (2 Coríntios 12.9)

Nossa fraqueza deve ser valorizada como algo que dá lugar ao fortalecimento que procede de Deus. Jamais teríamos conhecido o poder da graça divina, se não tivéssemos sentido a fraqueza de nossa natureza. Bendito seja o Senhor pelo espinho na carne e pelo mensageiro de Satanás, quando estes nos levam ao fortalecimento que procede de Deus.

Esta é uma promessa preciosa feita pelos lábios do Senhor mesmo. Ela me tem feito sorrir de regozijo. A graça de Deus é suficiente para mim! Devo pensar que isto é verdade. Os céus não são suficientes para as aves; e os oceanos, para os peixes? Aquele que é todo-suficiente satisfaz plenamente as minhas necessidades mais amplas. Aquele que é suficiente para os céus e a terra certamente é capaz de atender o caso de um pobre verme como eu.

Portanto, recorramos ao nosso Deus e à sua graça. Se Ele não remover nossa aflição, nos capacitará a suportá-la. Seu fortalecimento será derramado em nós, até que o verme galgue as montanhas, e o insignificante seja vencedor sobre os nobres e poderosos. Para nós é melhor possuirmos a suficiência de Deus do que a nossa própria; pois, se fôssemos dez mil vezes mais poderosos do que somos, isto nada significaria diante do inimigo. E, se fôssemos mais fracos do que somos, o que raramente é possível, poderíamos fazer todas as coisas por intermédio de Cristo.

Versículo do dia: O que se humilha será exaltado. (Lucas 18.14)

Não deveria ser difícil para nós mesmos nos humilharmos, pois do que podemos nos orgulhar? Temos de assumir o lugar mais simples, sem que alguém nos diga que devemos fazer isso. Se formos honestos e sensíveis, seremos insignificantes em nossa própria avaliação. Especialmente diante do Senhor, quando estamos em oração, nos sentiremos como nada. Ali, não podemos falar a respeito de méritos, pois não temos nenhum. Nosso apelo único e exclusivo deve volver-se à misericórdia: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador” (Lc 18.13).

Esta é uma promessa estimulante, procedente do trono de Deus. Seremos exaltados pelo Senhor, se nos humilharmos. Para nós o caminho da exaltação é a humilhação. Quando ficamos despidos de nosso “eu”, somos vestidos com humildade; e essa é a melhor das vestimentas. O Senhor nos exaltará em paz e felicidade de espírito. Ele nos exaltará ao conhecimento de sua vontade e à comunhão consigo mesmo. O Senhor nos exaltará no gozo da justificação e do perdão dos pecados. Deus coloca as suas honras sobre aqueles que são capazes de vesti-las, para a glória do seu Doador. Ele dá utilidade, aceitação e influência àqueles que não se orgulharão por tais coisas e, ao contrário disso, sentir-se-ão humildes pelo senso de sua grande responsabilidade. Nem Deus, nem os homens se importam em exaltar a pessoa que exalta a si mesma; todavia, tanto Deus quanto os homens bons unem a honra à dignidade modesta.

Ó Senhor, humilha-me, para que eu seja exaltado em Ti.

Versículo do dia: Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. (Salmos 37.4)

Agradar-se do Senhor tem um poder transformador e nos coloca acima dos desejos grosseiros de nossa natureza caída. Agradar-se de Jeová não é somente uma atitude que, em si mesma, traz prazer, é também uma atitude que transforma toda a alma, até que os intensos desejos do coração assumem tal qualidade, que o Senhor mesmo pode, com segurança, se comprometer a realizá-los. Não é essa grande atitude que molda nossos desejos, até que eles se tornam semelhantes ao desejos de nosso Deus?

Nosso imprudente comportamento nos leva primeiro a desejar e, depois, a trabalhar para realizarmos aquilo que desejamos. Não nos dedicamos a agir da maneira de Deus, que consiste em buscá-Lo em primeiro lugar e, depois, esperar que todas as coisas nos sejam acrescentadas. Se permitíssemos que nosso coração ficasse cheio de Deus, até ao ponto de transbordar em deleite, então, o Senhor mesmo cuidaria para que não tivéssemos falta de qualquer coisa boa. Ao invés de sairmos à procura de deleites, permaneçamos em casa, com Deus, e bebamos as águas de nossa própria fonte. Ele pode fazer por nós muito mais do que o podem todos os nossos amigos. É melhor nos contentarmos somente em Deus do que sairmos por aí, choramingando e lamentando por causa das insignificantes banalidades de nossa época e de nossos sentimentos. Por um tempo, poderemos experimentar desapontamentos, mas, se eles nos trouxerem para mais perto do Senhor, devemos valorizá-los imensamente, pois, ao final, eles nos assegurarão o cumprimento de todos os nossos desejos corretos.