PM que atirou contra médico em Imperatriz é transferido para presídio militar em São Luís

Por g1 ma — São Luís

 


Adonias Sadda, soldado da Polícia Militar, é o principal suspeito de ter efetuado o disparo contra o médico. — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Adonias Sadda, soldado da Polícia Militar, é o principal suspeito de ter efetuado o disparo contra o médico. — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

O soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, foi transferido para um presídio militar dentro do Comando Geral da PM, em São Luís. Até então, o policial estava preso no quartel do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão.

Adonias foi indiciado pelo assassinato do médico Bruno Calaça no último dia 26 de julho, dentro de uma boate também Imperatriz, após imagens de câmera de segurança flagrarem o momento em que ele atira a queima roupa contra o médico, durante uma discussão.

Além da morte de Bruno, Adonias Sadda responde a um processo onde é acusado de atropelar e matar Hiego Santos, de quatro anos, em Imperatriz. O caso aconteceu há seis anos e continua em tramitação na justiça.

“Eu acredito que agora com essa outra situação que aconteceu sobre esse caso, do Bruno, eu acredito que agora vá para frente. Porque até então, a gente mesmo, só estava na expectativa”, desabafou Alayne Santos, mãe da criança.

 

Caso Bruno Calaça: PM Adonias é transferido para São Luís

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Esta também não é a primeira vez também que Adonias Sadda responde por processos internos de investigação da PM do Maranhão. Há cinco anos, ele foi absolvido de um caso de abuso de autoridade, após ter sido acusado de dar um soco em uma advogada durante uma abordagem policial.

Segundo a denúncia, Adonias Sadda deu um forte soco na vítima que era passageira de um veículo que estaria fazendo manobras perigosas. À TV Mirante, a vítima que não quis se identificar, afirmou que se apresentou à polícia e que o PM foi truculento e, após questionar a apreensão do veículo, foi agredida.

“Ele foi muito grosso, muito ignorante. Eu falei ‘você vai me agredir’, quando eu cheguei perto dele falando isso, ele me agrediu. Ele me deu um soco no lado esquerdo do rosto, na mandíbula, e imediatamente eu comecei a chorar e fiquei nervosa”, disse a mulher.

Polícia procura empresário envolvido na morte de médico em Imperatriz

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Prisões

 

Além de Adonias Sadda, também responde pela morte de Bruno Calaça, o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho. Nas imagens que registraram a ação, ele aparece junto com o PM e uma terceira pessoa, o empresário Waldez Cardoso, conversando antes dos três partirem para cima de Bruno. O empresário teve a prisão preventiva decretada pela justiça, mas segue foragido.

Ricardo Barbalho e Waldex Cardoso são suspeitos de envolvimento com a morte do médico Bruno Calaça no Maranhão — Foto: Reprodução

Ricardo Barbalho e Waldex Cardoso são suspeitos de envolvimento com a morte do médico Bruno Calaça no Maranhão — Foto: Reprodução

Investigações

 

Em dois depoimentos à polícia, Adonias Sadda afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental. Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM.

exame foi realizado no dia 30 de julho, logo após o soldado da PM ter prestado um novo depoimento. O soldado disse ter sido atingido por um chute de Bruno Calaça, antes do disparo.

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a Polícia Civil, o laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele. Segundo a Delegacia de Homicídios, a versão foi confrontada com trechos do depoimento e cenas da câmera de segurança que registrou o crime.

Família pede justiça

 

O irmão da vítima, Willian Calaça, prestou depoimento na audiência de sindicância que investiga o caso. Ele estava do lado de Bruno Calaça quando ele foi morto e espera por justiça.

“É uma situação muito complicada, eu nunca esperei ter que passar por isso na minha vida, perder meu irmão do jeito que aconteceu. Como é que a pessoa chega para se justificar, já com a arma na mão? Será se ela não estava com a intenção de fazer algo?”, disse Willian.

Momento em que o médico Bruno Calaça, de 24 anos, é baleado em festa no Maranhão. — Foto: Divulgação

Mãe recebe diploma

 

O médico Bruno Calaça Barbosa tinha 24 anos e se formou dez dias antes de ser morto. A mãe da vítima, Arielle Calaça, recebeu o diploma do filho na semana passada. A cerimônia foi marcada por muita dor e emoção.

Mãe de Bruno Calaça recebe diploma do filho no Tocantins (MA) — Foto: Divulgação

Mãe de Bruno Calaça recebe diploma do filho no Tocantins (MA) — Foto: Divulgação

“A gente fica mais confiante na justiça e que vai haver justiça. Mas, mesmo tendo justiça, meu filho não vai estar de volta. Porque eles mataram meu filho por um motivo fútil, não tinha necessidade de matar meu filho, não tinha necessidade de nada daquilo. Um policial daquele não tinha condições de trabalhar na corporação da polícia”, desabafou a mãe.

 

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